Porto Alegre, 17 de maio de 2024 – A semana do mercado brasileiro de feijão iniciou com um movimento razoável de compradores, porém, o escoamento ficou abaixo das expectativas, conforme destaca o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira. Nas regiões produtoras, prevaleceu a calmaria, com uma oferta abundante que superou a demanda. Cerca de 40 mil sacas foram disponibilizadas ao longo da semana, das quais pelo menos 10 mil foram comercializadas.
“Uma das principais preocupações dos vendedores é a necessidade urgente de escoamento e melhora no consumo do grão”, afirma o analista.
De acordo com Oliveira, neste momento, a oferta não é o problema principal da cultura. Pelo contrário, o desafio é movimentar o produto no mercado e estimular a demanda. “Os produtores enfrentam margens negativas, enquanto os compradores adquirem feijão apenas conforme suas necessidades imediatas”, explica.
Os negócios são fechados com cautela, pois os compradores esperam que os preços continuem caindo. A expectativa de queda nos preços é impulsionada pela perspectiva de uma segunda safra robusta, com um aumento significativo na produção total. A maioria das ofertas de feijão vem do Paraná, com contribuições menores de Minas Gerais e Santa Catarina. Os lotes de feijão carioca extra EL (escurecimento lento) são oriundos do sul de Minas.
Segundo o consultor, as vendas foram consideradas razoáveis, especialmente devido à entrada mais expressiva de produtos no início da semana. Este movimento também foi observado nas regiões produtoras, onde o escoamento do produto foi eficiente, contribuindo para uma melhor liquidez do mercado.
“Os preços nas prateleiras dos supermercados caíram, com promoções incentivando o consumo e aumentando o giro de mercadorias. Esse aumento na procura tem proporcionado certo suporte às cotações, que enfrentam forte pressão negativa devido à oferta elevada”, relata.
Feijão preto
Já o mercado de feijão preto, de acordo com o analista, enfrentou uma semana de calmaria e cotações relativamente estáveis. Com aproximadamente 2,5 mil sacas ofertadas na bolsa ao longo da semana, das quais pelo menos mil encontraram compradores.
“Assim como no caso do arroz, o maior desafio enfrentado neste momento é logístico, especialmente no Rio Grande do Sul, onde há dificuldades para a entrega nas redes de distribuição. Em outras regiões do país, os preços estão em queda nas gôndolas este mês, resultado do aumento da oferta com a entrada do feijão do Paraná”, disse.
A robustez da segunda safra, aliada a uma oferta abundante, tem tornado os preços do feijão preto cada vez mais atrativos nas prateleiras, resultando em uma melhora gradual no consumo. Além disso, houve um aumento na busca de cerealistas gaúchas pelo grão paranaense. Com a melhora do clima, a colheita foi retomada em algumas áreas do Rio Grande do Sul, permitindo o avanço dos trabalhos.
Segundo a Emater/RS, estima-se que a colheita tenha atingido cerca de 40% da área projetada para o estado. No entanto, a produtividade média das lavouras deve ser impactada negativamente pelas enchentes, resultando em uma menor oferta de feijão preto de origem gaúcha.
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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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