São Paulo, SP – A Americanas divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2025, com prejuízo líquido ajustado de R$ 496 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 453 milhões registrado no mesmo período de 2024 (1T24). Segundo a companhia, a comparação com 2024 está comprometida “principalmente pela contabilização de outras receitas no montante de R$ 1,3 bilhão, decorrentes da execução do Plano de Recuperação Judicial”.
Outro fator que impactou o resultado foi o descasamento da data da Páscoa, importantíssimo evento no calendário de vendas da Companhia, e que esse ano ocorreu no segundo trimestre. Olhando nossa performance operacional excluindo-se esse efeito sazonal, a Americanas segue uma trajetória de contínua melhoria operacional. Como exemplo dessa tendência, os resultados da Páscoa, aqui apresentados na métrica somente de vendas mesmas lojas, trazem crescimento de dois dígitos.
“Os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025 foram impactados pelo descasamento da data da Páscoa, importante evento da Companhia e que este ano ocorreu no segundo trimestre, no dia 20 de abril, enquanto que, no ano passado, foi celebrado no dia 31 de março. Para se ter uma ideia desse efeito, o evento representou cerca de 32% da receita do primeiro trimestre de 2024 do varejo físico da Americanas. Dessa forma, a variação das linhas do resultado do 1T25, quando comparadas com o mesmo período do ano anterior, apresentaram queda, reflexo da ausência dos fortes impactos desse evento tão representativo no primeiro trimestre do ano, e não de uma deterioração operacional”, explicou a Americanas.
Nas vendas mesmas lojas o crescimento foi de 14,2% nos primeiros quatro meses de 2025 em relação aos quatro primeiros meses de 2024, resultado impactado pelo forte desempenho da Páscoa, cuja expansão foi de aproximadamente 16% em vendas no conceito mesmas lojas. Outro evento importante no período foi o Volta às Aulas, com crescimento de vendas mesmas lojas de 11%. Destacamos também a Plataforma de Clientes e Parceiros (PCP), que iniciou sua estruturação no final do ano passado, e já começou a dar seus primeiros resultados, com aumento de conversão de seguro garantia e crescimento de mais de 30% do GMV de cartões de conteúdo.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado excluindo efeitos do IFRS 16 ficou em R$ 246 milhões negativos, revertendo o resultado negativo de R$ 16 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Essa queda é explicada pela ausência da Páscoa no trimestre e de efeitos extraordinários que impactaram positivamente o 1T24.
A receita líquida foi de R$ 3,1 bilhões, queda de 17,4% em relação ao 1T24. O desempenho no trimestre foi impactado pelo descasamento do evento da Páscoa, principal evento do primeiro semestre do ano, e que esse ano ocorreu no segundo trimestre.
No 1T25, o GMV Total da Americanas foi de R$ 4,1 bilhões, uma redução de 24,8% na relação ao mesmo período do ano anterior, impactado principalmente pelo descasamento da Páscoa que, conforme mencionado anteriormente, esse ano ocorreu em 20 de abril, enquanto no ano passado ocorreu no primeiro trimestre (31/03/2024), resultando em uma queda de 21,1% no GMV do físico.
A companhia ressaltou que segue otimizando seu portfólio de lojas, com foco na busca por maior eficiência operacional, maior venda por metro quadrado e eficiência no custo de ocupação. Ao longo do trimestre, foram encerradas as operações de 26 unidades (18 no formato express e 8 convencionais) que não atendiam aos critérios de viabilidade da Companhia, resultando em uma redução de 1,6% na área total de vendas.
A dívida bruta no 1T25 fechou em R$ 1,8 bilhão, composta por R$ 1,8 bilhão em debêntures públicas e R$ 61 milhões em empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo de empresas não recuperandas pertencentes ao Grupo Americanas. As disponibilidades totais da Companhia somaram R$ 2,1 bilhões ao final do 1T25, sendo R$ 863 milhões de disponibilidades e R$ 1,2 bilhão em recebíveis de cartão. Dessa forma, a Companhia apresentava uma posição de caixa e equivalentes mais recebíveis que excedia a dívida financeira em R$ 268 milhões.
Além disso, há o compromisso de quitação de dívidas com fornecedores no âmbito da Recuperação Judicial, em até 60 parcelas a partir de abril de 2024. Trazidas a valor presente, essas dívidas somam R$ 484 milhões, e estão devidamente registrados na rubrica Fornecedores. Também há obrigações com credores que optaram pela Opção de Reestruturação I ou pela Modalidade Geral de Pagamentos que, a valor presente, encerraram o período com o saldo de R$ 13 milhões, contabilizados em outros passivos de longo prazo. Considerando os passivos remanescentes
do Plano de Recuperação Judicial mencionados acima, o saldo de dívida líquida era de aproximadamente R$ 229 milhões ao final do 1T25.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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