Porto Alegre, 24 de abril de 2020 – A valorização do dólar em relação ao real segue favorecendo a alta do trigo no Brasil e dificultando sua comercialização. Os derivados do trigo apresentam altas entre 15 e 20% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, a tendência ainda é de alta, pelo menos até o ingresso da nova safra. Os trabalhos de plantio no Brasil já foram iniciados em algumas regiões. A produção na próxima safra pode ser maior em virtude dos preços mais atrativos, além da quebra no ano passado.
Paraná
A semeadura de trigo chegava a 2% na área de abrangência da Cooperativa Coopavel, que atua em 17 municípios do oeste e sudoeste do Paraná, de acordo com relatório do dia 20 de abril. Conforme fonte da cooperativa, que concedeu entrevista exclusiva à Agência SAFRAS, a área a ser semeada está estimada em 99,5 mil hectares, ante cerca de 96 mil hectares na temporada passada.
Como estão previstas chuvas para a quinta-feira da próxima semana, os trabalhos de plantio devem acelerar bastante na segunda (27) e na terça-feira (28). “Os produtores devem aproveitar e plantar bastante antes da chuva”, explica. A produtividade média está estimada em 3.500 quilos por hectare.
Argentina
A Argentina deve produzir 20,2 milhões de toneladas de trigo em 2020/21. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na temporada anterior, foram 19,3 milhões. Com os estoques iniciais em 1,441 milhão toneladas, a oferta do país deve ficar em 21,645 milhões de toneladas.
As exportações de trigo da Argentina devem totalizar 13,4 milhões de toneladas. O consumo interno é projetado em 6,2 milhões de toneladas. Os estoques do país ao final de 20/21 devem ficar em 2,045 milhões de toneladas.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2020 – Grupo CMA