Porto Alegre, 14 de fevereiro de 2020 – O mercado brasileiro de trigo segue atento à oscilação cambial. Na última quinta-feira, o dólar teve leve baixa ante o real, após cinco altas consecutivas. Apesar disso, segue significativamente elevado, bem próximo da máxima história renovada esta semana.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, os custos de importação, pelas paridades, mantêm valores elevados aos compradores. “Além disso, o espaço criado pela diferença das cotações domésticas frente o produto importado gera um cenário de alta para os preços domésticos, corroborado tanto pela reduzida oferta no mercado interno, quanto pela menor disponibilidade no Mercosul, sustentando uma conjuntura de elevações no médio a longo prazo, ou seja, o momento no qual a indústria voltar as compras. Para os próximos 60 dias a tendência é de manutenção de um cenário mais estável e de baixa liquidez no âmbito doméstico, porém, com cautela em relação ao câmbio e preços internacionais”, disse.
USDA
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) divulgou, na última terça-feira (11), seu relatório mensal de oferta e demanda para o trigo na safra 2019/20, relativos à produção e estoques dos Estados Unidos e do mundo.
A safra 2019/20 do cereal no país é estimada em 1,92 bilhão de bushels, mesmo número de janeiro. Para a safra 2018/19, a safra estadunidense ficou em 1,885 bilhão de bushels. Os estoques finais do país em 2019/20 foram projetados em 940 milhões de bushels, contra 965 milhões de bushels no mês passado. O mercado esperava 953 milhões de bushels. Os estoques ao final de 2018/19 são estimados em 1,08 bilhão de bushels.
A safra mundial de trigo em 2019/20 é estimada em 763,95 milhões de toneladas, contra 764,39 milhões de toneladas em janeiro. Para a safra 2018/2019, a estimativa do USDA é de 731,45 milhões de toneladas. Os estoques finais globais em 2019/20 foram estimados em 288,03 milhões de toneladas, levemente abaixo das 288,08 milhões de toneladas estimadas no mês passado. O mercado esperava 287,2 milhões de toneladas.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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