Porto Alegre, 3 de fevereiro de 2023 – O mercado físico brasileiro de café deve fechar a semana mais movimentado nas negociações, com o dólar operando em alta frente ao real, o que deve animar os produtores a realizar negócios voltados à exportação. Já o referencial nova-iorquino registra preços baixos, o que pode trazer alterações nos preços domésticos do café.
Na quinta-feira (2), o mercado físico de café teve um dia travado de negócios. Enquanto os contratos futuros se valorizaram modestamente em Nova York, o dólar mais uma vez perdeu terreno ante o real. Com isto, houve uma neutralização de forças entre os dois vetores, o que acabou deixando novamente as regiões produtoras de café esvaziadas de vendedores.
Segundo informações da Consultoria SAFRAS & Mercado, os produtores já se mantinham afastados desde ontem, quando os preços futuros em Nova York apresentaram quedas intensas superiores a 3%. Como uma parte significativa dos vendedores se encontra relativamente capitalizada no médio prazo, não é observada ansiedade ou pressa para que novas vendas sejam realizadas antes que os preços externos apresentem níveis de melhoras mais significativas.
Ao mesmo tempo, as chuvas sobre as regiões produtoras do sul de Minas Gerais também estão no radar de muitos produtores que se encontram mais voltados ao acompanhamento das chuvas sobre os cafezais do que em realizar negociações no curto prazo.
No sul de Minas Gerais, os preços ficaram pouco alterados. Bebida dura com 20% de catação entre R$ 1.050 a R$ 1.080 a saca. Bebida fina entre R$ 1.080 a R$ 1.100 com poucos vendedores no mercado. No cerrado, movimentação moderadas e poucos agentes no mercado, ainda que lotes mais finos tenham suas pedidas elevadas. Para café de bica corrida natural a R$ 1.120 a R$ 1.130 chegando ao redor de R$ 1.180 a R$ 1.200 para os lotes extra finos e com certificado. Já, os lotes de café cereja descascado com 15% de catação a de R$ 1.140 a R$ 1.160 e R$ 1.200 dependendo da qualidade e certificação.
Na Zona da Mata de Minas Gerais, o mercado esteve travado, com poucos vendedores. Para café duro com 20% de catação a R$ 1.090. Café despolpado entre R$ 1.140 a R$ 1.160. Café duro com xícara riada a a R$ 1.040. Café rio na casa de R$ 880 a R$ 1.000 com 20% de catação.
No Espírito Santo, O Mercado teve mais um dia de baixa atividade diante das quedas observadas em Londres pelo segundo dia seguido. Em Vitória, indicação para o café conilon tipo 7/8 a R$ 690,00 livre e por volta de R$ 700,00 faturado. Para bica de conilon tipo 7, o preço ficou entre R$ 690 livre.
EXPORTAÇÕES GLOBAIS – OIC
* As exportações de café dos países membros e não-membros da Organização Internacional do Café (OIC) totalizaram 10,88 milhões de sacas de 60 quilos em dezembro, terceiro mês da safra mundial 2022/23, contra 11,89 milhões de sacas registradas no mesmo mês de 2021, caindo 8,5%.
* As exportações nos primeiros três meses da temporada (entre outubro e dezembro) recuaram 2,8%, atingindo 30,27 milhões de sacas, ante 31,14 milhões no mesmo período de 2021/22.
* Conforme a OIC, as exportações de café arábica totalizaram 79,67 milhões de sacas entre janeiro e dezembro de 2022, ante 80,58 milhões em 2021. Já os embarques de robusta somaram 48,29 milhões de sacas, contra 49,28 milhões.
NOVA YORK
* Os contratos com entrega em março/23registram baixa de 0,78% na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE), cotados a 176,50 centavos de dólar por libra-peso.
* A posição março/23 fechou a quinta-feira a 177,90 centavos de dólar por libra-peso, alta de 2,00 centavos, ou de 1,13%.
CÂMBIO
* O dólar comercial registra alta de 0,81% a R$ 5,0870. O Dollar Index registra baixa de 0,14% a
101,61 pontos.
INDICADORES FINANCEIROS
* As principais bolsas da Ásia encerraram mistas. Xangai, -0,68. Japão, +0,40%.
* As principais bolsas na Europa operam mistas. Paris, -0,37%. Londres, +0,25%. Frankfurt, -0,52%.
* O petróleo opera em baixa. Março do WTI em NY: US$ 75,72 o barril (-0,19%).
AGENDA
– EUA: O número de empregos criados ou perdidos pela economia (payroll) e a taxa de desemprego referentes a janeiro serão publicados às 10h30 pelo Departamento do Trabalho.
– O Imea divulga relatório sobre a evolução das lavouras no Mato Grosso.
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Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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