Algodão mantém ritmo lento nos negócios no Brasil

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     Porto Alegre, 14 de maio de 2020 – O mercado brasileiro de algodão teve reduzido volume de negócios e preços praticamente sem alterações nesta quinta-feira. Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, com grande parte das indústrias paradas ou operando de forma parcial, a procura pela fibra no mercado disponível é pequena. Na outra ponta, comenta, os produtores estão com as atenções voltadas para o acompanhamento das lavouras e, com boa parte da safra comercializada de forma antecipada, não demonstram interesse em negociar. Os reportes de negócios têm se concentrado em lotes de safras futuras.

     Nesta quinta-feira a indicação no CIF de São Paulo ficou em R$ 2,63/libra-peso, acumulando perdas de 5,9% em relação ao mesmo período do mês passado e de 7,6% quando comparado a igual período do ano anterior. No FOB exportação do porto de Santos/SP fechou a 45,72 cents de dólar por libra-peso (c/lb), valor 21% superior ao do contrato spot da fibra negociada em Nova York. Há um mês superava o norte-americano em 4,2% e há um ano 7,2% superior.

NY

     A Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures) para o algodão fechou com preços mais altos nesta quinta-feira.

     Os preços subiram em sessão volátil, em meio a fatores técnicos e acompanhando o petróleo. O mercado também esteve atento a dados da produção da Índia e as exportações semanais norte-americanas, segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

     As vendas líquidas norte-americanas de algodão (upland), referentes à temporada 2019/20, iniciada em 1o de agosto, ficaram em 238.100 fardos na semana encerrada em 7 de maio. Representa uma queda de 36% frente à semana anterior e uma elevação de 50% frente à media das últimas quatro semanas. O maior importador foi a China, com 198.000 fardos. Para a temporada 2020/21, ficaram em 93.300 fardos. As informações são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

     A produção de algodão da India está estimada em 28,5 milhões de fardos no ano comercial 2010/21 (que inicia em agosto de 2020), ante 29,3 milhões de fardos no período anterior. As informações são do Gain Report, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A área está prevista em 12,644 milhões de hectares, ante 13,3 milhões no período anterior.

     As exportações do país foram projetadas em 3,5 milhões de fardos para 2020/21, ante 3 milhões no período anterior. O consumo doméstico deve atingir 23 milhões de fardos, ante 22,5 milhões de fardos em 2019/2020. Os estoques finais foram previstos em 18,314 milhões de fardos para 2020/2021, ante 15,314 milhões na temporada anterior.

     Os contratos com entrega em julho/2020 fecharam no dia a 57,85 centavos de dólar por libra-peso, alta de 0,39 centavo, ou de 0,7%. Dezembro fechou a 57,76 centavos, com valorização de 0,44 centavo, ou de 0,8%.

CÂMBIO

     O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com baixa de 1,37%, sendo negociado a R$ 5,8230 para venda e a R$ 5,8210 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,8090 e a máxima de R$ 5,9730.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) – Agência SAFRAS

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