Porto Alegre, 26 de abril de 2024 – O mercado brasileiro de frango registrou preços mais baixos durante a semana. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o quadro é um sintoma da sobreoferta no país. “Ajustar o alojamento de pintainhos se mostra uma necessidade para regular o quadro da oferta doméstica”, afirma.
O analista pontua, entretanto, que a boa notícia para o setor é que os custos de nutrição animal permanecem retraídos na comparação com a temporada anterior, com boa disponibilidade de milho e de farelo de soja no mercado. “Em relação a Influenza Aviária, até o momento são 163 focos da doença, sendo 160 em animais selvagens e apenas 3 em aves de fundo de quintal, ou seja, o status sanitário brasileiro não apresenta alterações”, destaca.
Em relação ao mercado atacadista, Iglesias explica que o ambiente de negócios ainda sugere pela queda dos preços, consequência do comportamento da demanda no período, tipicamente retraída em uma segunda quinzena do mês. “Somado a quantidade de produto ofertado nas últimas semanas, levando a importante queda dos preços, cortes como peito e coxa foram amplamente afetados”, disse.
“Outra boa notícia para o setor é que as exportações brasileiras permanecem agressivas, com grande volume de produto colocado neste primeiro quadrimestre, por mais que os preços não sejam tão interessantes quanto já foram. O forte ritmo de embarques ajuda a regular o mercado doméstico e evita quadros mais graves de excedente”, conclui.
Preços internos
Segundo levantamento de Safras & Mercado, no atacado de São Paulo os preços dos cortes congelados de frango não tiveram mudanças ao longo da semana. O preço do quilo do peito teve estabilidade de R$ 9,80, o quilo da coxa R$ 6,40 e o quilo da asa de R$ 9,90. Na distribuição, o preço do quilo do peito seguiu em R$ 10,00, o quilo da coxa em R$ 6,60 e o quilo da asa em R$ 10,10.
Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário da semana também não apresentou alterações nas cotações durante a semana. No atacado, o preço do quilo do peito continuou em R$ 9,90, o quilo da coxa em R$ 6,50 e o quilo da asa em R$ 10,00. Na distribuição, o preço do quilo do peito seguiu em R$ 10,10, o quilo da coxa em R$ 6,70 e o quilo da asa em R$ 10,20.
O levantamento mensal realizado por Safras & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que, em Minas Gerais, o quilo vivo seguiu em R$ 4,85, e em São Paulo, caiu de R$ 5,00 para R$ 4,80.
Na integração catarinense a cotação do frango ficou em R$ 4,40. Na integração do oeste do Paraná, a cotação seguiu em R$ 4,55 e, na integração do Rio Grande do Sul, os preços caíram de R$ 4,85 para R$ 4,70.
No Mato Grosso do Sul, o preço do quilo vivo do frango recuou de R$ 4,85 para R$ 4,70, em Goiás de R$ 4,90 para R$ 4,75 e, no Distrito Federal, de R$ 5,00 para R$ 4,80.
Em Pernambuco, o quilo vivo continuou em R$ 7,00, no Ceará em R$7,15 e, no Pará, em R$ 7,00.
Exportações
As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 562,305 milhões em abril (15 dias úteis), com média diária de US$ 37,487 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 309,523 mil toneladas, com média diária de 20,634 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.816,70.
Em relação a abril de 2023, houve queda de 12,5% no valor médio diário, baixa de 8,9% na quantidade média diária e recuo de 3,9% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Safras News
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