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Agentes iniciam 2025 cautelosos com volatilidade; preços do trigo devem subir na entressafra brasileira

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Porto Alegre, 3 de janeiro de 2025 – Os preços do trigo subiram no Paraná em 2024, refletindo a quebra de produção do estado. No Rio Grande do Sul, houve queda, uma vez que a safra cresceu. Na média do Centro-Sul do Brasil, uma leve queda. Nos demais estados, o clima adverso derrubou a produção e os preços dispararam.

 

Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, para se trabalhar perspectiva para 2025, é importante ficar atento a esses movimentos da produção nacional, pois, pelo menos no primeiro semestre, é a safra colhida em 2024 que comporá a oferta interna. Além disso, é preciso olhar para os outros dois pilares que formam o tripé que sustentam os preços no Brasil: preços internacionais e câmbio (R$/US$).

 

Em relação à produção doméstica, a atual temporada, que se encerra em julho de 2025, iniciou com estoques de apenas 609 mil toneladas (-1,08 milhão de toneladas). A produção nacional de trigo recuou cerca de 10,4% (-885 mil toneladas). O terceiro componente da oferta (importação) será o único que terá um aumento (+1,1 milhão de toneladas), com estimativas de compra ao redor de 6,8 milhões de toneladas. Apesar disso, a disponibilidade do cereal de inverno no país será 813 mil toneladas menor.

 

“Diante disso, para recuperar parte dos estoques perdidos, haverá necessidade de um ajuste para baixo no lado da demanda. O consumo de trigo no país não sofre grandes alterações. Por isso, é difícil acreditar em uma nova queda da moagem. Moinhos que perderam mercado na temporada passada, devido a condições climáticas adversas, em especial do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, devem ser agressivos para recuperar mercado”, analisou.

 

Com isso, a moagem tende a ser maior (+159 mil toneladas). Os demais usos – ração e semente – também devem aumentar (211 mil toneladas). “Dessa forma, o ajuste terá que ser nas exportações. A estimativa é de que as vendas externas recuem de 2,8 milhões para 1,2 milhão de toneladas. Com a produção se consolidando e com o consumo doméstico sem grandes possibilidades de alterações, será o mercado internacional que definirá qual será o volume de estoques ao final da temporada. Se as vendas externas aumentarem, elevam a necessidade de compras. O movimento contrário também é válido”, ponderou o analisa.

 

Para a produção da próxima temporada, com plantio a partir de março e colheita iniciando no Cerrado em julho e ganhando força no sul do país a partir de setembro, Bento considera cedo para se fazer projeções. “Os preços atrativos do milho tendem a roubar área de trigo nas regiões em que o clima permite, a menos que os preços do cereal de inverno apresentem uma recuperação significativa nos próximos meses. No Rio Grande e em Santa Catarina, a expectativa é de aumento da produção. De qualquer forma, uma estimativa de produção nesse momento seria muito complicada devido às incertezas que compõem, não só a formação de preços, como também as condições climáticas”, salientou.

 

Mercado internacional

 

No âmbito global fatores como conflitos geopolíticos, restrições de exportação e variações climáticas impactaram diretamente a disponibilidade global de trigo e, consequentemente, os preços internacionais. Por exemplo, a imposição de cotas de exportação pela Rússia em 2024 e a redução da safra na União Europeia obrigaram outros players a ocuparem o espaço deixado por esses dois grandes fornecedores.

 

Por outro lado, estoques em alta nos Estados Unidos e o aumento da produção em regiões como o Cazaquistão e a Austrália ajudam a equilibrar parte dessa pressão altista. As condições das lavouras da próxima safra também são acompanhadas de perto.

 

“De qualquer forma, a safra no Hemisfério Norte ingressa apenas em meados de junho/2025 e, até lá, os fundamentos apontam para preços em recuperação. No Brasil, os preços internos seguem de perto os movimentos do mercado internacional devido à dependência das importações. Assim, elevações nos preços globais afetam os custos de aquisição de trigo importado, enquanto quedas podem gerar maior competição para o cereal nacional. O que pode aliviar esse reflexo é o saldo exportável robusto da Argentina, principal fornecedor brasileiro”, disse.

 

Câmbio

 

O câmbio é outro pilar crucial para a formação dos preços do trigo no Brasil, atuando diretamente na competitividade do trigo nacional no mercado internacional e no custo de importação. Com a maior necessidade de importação, o peso dessa variável aumenta, segundo o consultor.

 

“Em suma, a combinação de um mercado internacional ainda pressionado e um câmbio volátil tem dificultado a previsão de custos de aquisição para os moinhos e demais atores da cadeia. Isso pode levar a uma maior precaução na tomada de decisão por parte desses agentes, o que também contribui para a redução de volumes negociados em determinados momentos. Para o período de entressafra no Brasil, entre março e junho há uma sinalização clara de elevação das cotações. Essa alta, dependendo da intensidade, pode dar um novo ânimo aos produtores em relação ao plantio da safra nova”, explicou.

 

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News

 

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