Porto Alegre, 29 de maio de 2020 – Os preços internacionais do açúcar reagiram em maio após os recordes negativos de abril. Os contratos com entrega em julho do açúcar bruto negociados em Nova York fecharam a sessão do dia 28 de maio a 10,80 centavos de dólar por libra-peso, alta de 4% em relação à última cotação de abril (10,37 centavos de dólar por libra-peso no dia 30). Perto do final de abril, o então contrato spot (maio) tocara em 9,3 centavos, cotação mais baixa desde 2007.
As cotações reagiram em maio acompanhando a recuperação das cotações do petróleo com a retomada da demanda em alguns países após a forte queda no consumo de combustíveis provocada pelo isolamento social e com acordos de corte de oferta fechados entre os aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
No acumulado do ano, no entanto, os futuros do açúcar ainda acumulam uma expressiva queda, na ordem de 20%, pressionados pelo quadro de excesso de oferta global, com os principais países produtores (notadamente Brasil, Índia e Tailândia) sinalizando recuperação nos níveis de produção em 2020/21 e levando o mercado internacional a voltar a uma situação de excesso de oferta após um breve alívio em 2019/20.
A produção mundial de açúcar em 2020/21 deverá totalizar 188,077 milhões de toneladas, de acordo com relatório semestral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado em maio. Para a temporada 2019/20, a produção estimada é de 166,178 milhões de toneladas. Conforme o USDA, o consumo total de açúcar deverá atingir 177,795 milhões de toneladas em 2020/21, contra as 171,582 milhões de toneladas estimadas para 2019/20. Haverá, então, segundo o USDA, um superávit de oferta de 10,282 milhões de toneladas na temporada 2020/21, contra um déficit de 5,404 milhões de toneladas na temporada anterior.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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