Açúcar mantém recuperação nas cotações internacionais em julho

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    Porto Alegre, 31 de julho de 2020 – Os preços internacionais do açúcar voltaram a subir em julho, após o rally de junho, estendendo um movimento de recuperação após a crise deflagrada pelo choque do petróleo e a pandemia do novo coronavírus. Os contratos com entrega em outubro do açúcar bruto negociados em Nova York fecharam a sessão do dia 30 de julho a 12,11 centavos de dólar por libra-peso, alta de 1,25% em relação à última cotação de junho (11,96 centavos, reagindo na última semana do mês, após passarem praticamente todo o período abaixo da linha de 12 centavos.

   No acumulado do ano, no entanto, os futuros do açúcar ainda acumulam uma expressiva queda, na ordem de 12,75%, pressionados pelo quadro de excesso de oferta global, com os principais países produtores (notadamente Brasil, Índia e Tailândia) sinalizando recuperação nos níveis de produção em 2020/21 e levando o mercado internacional a voltar a uma situação de excesso de oferta após um breve alívio em 2019/20.

    O analista da consultoria SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci, aponta que as cotações tiveram sustentação no fato dos principais importadores estarem buscando oferta na Ásia, depois que o Brasil já fechou contratos para exportação de toda a safra 2020, apesar do volume recorde, e antecipa vendas de 2021.

    Participantes do mercado atribuíram a disparada das cotações na última semana de julho, quando o preço chegou a subir mais de 5% numa única sessão, a rumores de lançamento de uma cota adicional de importação por parte da China, totalizando 2,1 milhões de toneladas.

    Conforme noticiou o portal da S&P Global Platts, além da possível cota adicional na China, os traders também estão considerando as últimas notícias sobre uma queda na produção canavieira para cerca de 70 milhões de toneladas e uma cota de importação para a Indonésia no último trimestre.

    Outro fator de sustentação foi a recente escalada no prêmio do açúcar branco/refinado, que subiu de US$ 88,58 por tonelada em 16 de julho para US$ 98 por tonelada em 27 de julho. Um prêmio mais alto para o refinado tende a incrementar a demanda por parte das refinarias para o açúcar bruto.

      Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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