No acumulado do ano, no entanto, os futuros do açúcar ainda acumulam uma expressiva queda, na ordem de 12,75%, pressionados pelo quadro de excesso de oferta global, com os principais países produtores (notadamente Brasil, Índia e Tailândia) sinalizando recuperação nos níveis de produção em 2020/21 e levando o mercado internacional a voltar a uma situação de excesso de oferta após um breve alívio em 2019/20.
O analista da consultoria SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci, aponta que as cotações tiveram sustentação no fato dos principais importadores estarem buscando oferta na Ásia, depois que o Brasil já fechou contratos para exportação de toda a safra 2020, apesar do volume recorde, e antecipa vendas de 2021.
Participantes do mercado atribuíram a disparada das cotações na última semana de julho, quando o preço chegou a subir mais de 5% numa única sessão, a rumores de lançamento de uma cota adicional de importação por parte da China, totalizando 2,1 milhões de toneladas.
Conforme noticiou o portal da S&P Global Platts, além da possível cota adicional na China, os traders também estão considerando as últimas notícias sobre uma queda na produção canavieira para cerca de 70 milhões de toneladas e uma cota de importação para a Indonésia no último trimestre.
Outro fator de sustentação foi a recente escalada no prêmio do açúcar branco/refinado, que subiu de US$ 88,58 por tonelada em 16 de julho para US$ 98 por tonelada em 27 de julho. Um prêmio mais alto para o refinado tende a incrementar a demanda por parte das refinarias para o açúcar bruto.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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