Porto Alegre, 03 de abril de 2020 – Os preços internacionais do açúcar caíram com muita força em março, contaminados pelo pavor nos mercados globais de commodities (em particular no petróleo) e nos índices acionários com o avanço da pandemia de coronavírus.
Os contratos com entrega em maio do açúcar bruto negociados em Nova York fecharam a sessão do dia 31 de março a 10,42 centavos de dólar por libra-peso, queda de 26% em relação à última cotação de fevereiro (14,14 centavos de dólar por libra-peso no dia 28).
O petróleo Brent, valor de referência internacional, despencou na segunda-feira (30 de março) para o menor nível em quase 18 anos, enquanto o petróleo WTI, dos Estados Unidos, chegou a ser negociado abaixo da linha de US$ 20 o barril, com crescentes temores de que os isolamentos mundiais por conta do coronavírus possam durar meses, prejudicando ainda mais a demanda por combustíveis. A pandemia deve causar uma queda de pelo menos 20% na demanda global por combustíveis.
A expectativa de uma grande safra no Brasil ajudou a desenhar um cenário extremamente negativo, com expectativa de que o mix açucareiro no centro-sul aumente para até 46% neste ano. Ao mesmo tempo, o petróleo desvalorizado torna o etanol ainda menos atrativo para as usinas, que migrarão com força em direção ao açúcar.
Exportação
As exportações brasileiras de açúcar obtiveram receita de US$ 441 milhões em março (US$ 369,6 milhões com açúcar bruto e US$ 71,3 milhões com açúcar refinado), conforme dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
O volume total embarcado no mês passado foi de 1,445 milhão de toneladas (1,240 milhão de toneladas de açúcar bruto mais 205 mil toneladas de açúcar refinado). O preço médio foi de US$ 298,00 por tonelada para o açúcar bruto e de US$ 347,90 por tonelada para o açúcar refinado.
Em fevereiro de 2020, os embarques de açúcar do Brasil haviam totalizado 1,309 milhão de toneladas, com receita de US$ 388,8 milhões. Em março de 2019, os embarques de açúcar do Brasil haviam totalizado 1,004 milhão de toneladas, com receita de US$ 296,4 milhões.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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