Porto Alegre, 24 de março de 2023 – Os principais índices do mercado de ações europeu fecharam o pregão desta sexta-feira em queda, diante de temores que as recentes tensões com bancos da Europa e dos Estados Unidos se torne uma crise sistêmica.
O Deutsche Bank se tornou o epicentro das incertezas, depois que seus swaps de inadimplência, uma forma de seguro para detentores de títulos, subiram. As ações do banco alemão fecharam o pregão em queda de 8,5%. Além disso, UBS, Sociedade Générale, Barclays e BNP Paribas também estavam entre os bancos que caíram drasticamente.
A turbulência com o Deutsche Bank aconteceu após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank nos Estados Unidos, e o UBS realizar uma compra forçada para salvar o Credit Suisse na Europa.
“Não parece ter havido um catalisador óbvio para o movimento de hoje além de um pavio lento de incerteza sobre a perspectiva de futuros aumentos das taxas e quaisquer efeitos que possam ter sobre a estabilidade financeira. Essas preocupações parecem ter atingido um ponto crítico antes do fim de semana, com empresas como o Deutsche Bank sentindo o impacto mais do que a maioria, com suas ações caindo mais de 14% em um ponto durante o dia”, diz o analista-chefe de mercado do CMC Markets, Michael Hewson.
“Outros bancos também estão sentindo o calor das preocupações sobre o impacto de taxas mais altas em seu balanço, bem como preocupações adicionais sobre os efeitos que taxas mais altas podem ter sobre o restante da economia”, completa.
Os desenvolvimentos recentes levaram o Citigroup a rebaixar o setor bancário europeu para “neutro” de “overweight” esta semana, citando também os efeitos do aperto contínuo da política monetária.
O Banco da Inglaterra (BoE) elevou sua taxa básica em 0,25 ponto percentual (pp) para 4,25% na quinta-feira, um movimento que foi precificado pelos mercados depois que a inflação do Reino Unido registrou um salto surpreendente. Já o banco central da Suíça elevou sua própria taxa de juros de referência em 0,50 pp. Ambas as decisões vêm na esteira do aumento do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em 0,25 pp na última quarta-feira.
As notícias sobre o sistema bancário deixaram em segundo plano a divulgação de novos dados econômicos da Europa nesta sexta-feira. A atividade empresarial na zona do euro acelerou inesperadamente em março, com os consumidores gastando mais em serviços. No entanto, o enfraquecimento da demanda por bens manufaturados aprofundou a desaceleração no setor industrial, segundo o índice dos gerentes de compras (PMI) do instituto S&P Global.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices no fechamento:
FTSE-100 (Londres): -1,33%, 7.400,12 pontos
DAX-30 (Frankfurt): -1,76%, 14.943,37 pontos
CAC-40 (Paris): -1,81%, 7.005,81 pontos
FTSE MIB (Milão): -2,18%, 25.904,6 pontos
IBEX-35 (Madri): -2,11%, 8.779,90 pontos
SMI-20 (Zurique): -0,75%, 10.638,40 pontos
PSI-20 (Lisboa): -1,18%, 5.733,84 pontos
Confira abaixo a variação dos índices europeus na semana:
FTSE-100 (Londres): +0,87%
DAX-30 (Frankfurt): +1,23%
CAC-40 (Paris): +1,16%
FTSE MIB (Milão): +1,61%
IBEX-35 (Madri): +0,74%
SMI-20 (Zurique): +0,28%
PSI-20 (Lisboa): +0,17%
As informações partem da Agência CMA.
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Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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