Ações da Europa fecham em queda, após aumentos das taxas juros e PMIs decepcionantes

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Porto Alegre, 23 de junho de 2023 – Os principais índices do mercado de ações da Europa fecharam o pregão desta sexta-feira em queda, após o aumento das taxas de juros anunciado por vários bancos centrais, em resposta à persistente alta da inflação. Além disso, as novas leituras do índice dos gerentes de compras (PMI) da região contribuíram para o sentimento negativo.

No Reino Unido, o Banco da Inglaterra (BoE) surpreendeu os analistas ao aumentar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, em vez do ajuste esperado de 0,25 ponto percentual. Outros bancos centrais, como o da Suíça, Noruega e Turquia, também anunciaram aumentos nas taxas de juros em resposta às pressões inflacionárias.

Os movimentos ocorrem após o Banco Central Europeu (BCE) ter aumentado as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, enquanto o Banco do Povo da China (Pboc, o banco central do país) reduziu as taxas de empréstimo na semana passada, em meio a uma recuperação pós-covid ainda incerta.

Enquanto isso, durante seu depoimento no Congresso dos Estados Unidos, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), reforçou a intenção da instituição de retomar os aumentos nas taxas de juros antes do final do ano, após uma pausa neste mês.

Além das decisões dos bancos centrais, os investidores estão atentos aos dados econômicos divulgados na região. As leituras preliminares do PMI divulgadas pelo S&P Global nesta manhã mostraram um enfraquecimento da atividade na zona do euro, com um crescimento dos negócios praticamente estagnado e contração da atividade empresarial na França e Alemanha.

“PMIs inferiores ao esperado na zona do euro em junho sustentam nossa visão de que a atividade econômica irá decepcionar, o que acreditamos que levará à queda do euro e dos rendimentos dos títulos governamentais até o final de 2023”, diz Hubert de Barochez, economista de Mercados da Capital Economics.

Segundo o economista sênior do ING, Bert Colijn, embora a atual queda dos PMIs seja leve o suficiente para não gerar uma mudança de rumo do BCE em relação às taxas de juros, não é inimaginável que haja outro trimestre de crescimento negativo do Produto Interno Bruto (PIB).

Dados desta semana indicaram sinais de desaceleração também no PIB do Reino Unido, enquanto números de hoje mostraram um aumento de 0,3% nas vendas no varejo em maio, após um aumento de 0,5% em abril.

Apesar do cenário desafiador, houve um aumento na confiança do consumidor britânico, de acordo com uma pesquisa do GfK divulgada nesta sexta-feira. A melhoria, ocorrida pelo quinto mês consecutivo, superou as expectativas, mesmo diante das preocupações com a inflação e a possibilidade de uma crise hipotecária iminente.

No âmbito das empresas, a Siemens Energy, uma spin-off do conglomerado alemão, registrou uma queda de 37% na sessão de hoje após abandonar sua perspectiva de lucro para o ano devido a problemas em sua divisão de turbinas eólicas.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices europeus no fechamento:

FTSE-100 (Londres): -0,54%, 7.461,87 pontos

DAX-30 (Frankfurt): -0,98%, 15.821,10 pontos

CAC-40 (Paris): -0,55%, 7.163,42 pontos

FTSE MIB (Milão): -0,73%, 27.209,7 pontos

IBEX-35 (Madri): -1,01%, 9.265,80 pontos

SMI-20 (Zurique): +0,34%, 11.221,22 pontos

PSI-20 (Lisboa): -1,30%, 5.868,72 pontos

Confira abaixo a variação dos índices europeus na semana:

FTSE-100 (Londres): -2,37%

DAX-30 (Frankfurt): -3,43%

CAC-40 (Paris): -3,18%

FTSE MIB (Milão): -2,34%

IBEX-35 (Madri): -2,49%

SMI-20 (Zurique): -1,45%

PSI-20 (Lisboa): -3,64%

As informações são da Agência CMA.

Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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