São Paulo, 30 de dezembro de 2025 – A categoria petroleira do Norte Fluminense suspendeu, hoje, em assembleia no Teatro Municipal Trianon, em Campos dos Goytacazes, a greve iniciada no último dia 15 em todas as bases do país. Os trabalhadores e trabalhadoras aprovaram o indicativo do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), de encerramento do movimento e de aceitação da mais recente contraproposta da Petrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho. Segundo o sindicato, cerca de 500 petroleiros participaram da assembleia, a maior da categoria petroleira neste ano. O indicativo de suspensão de greve e aprovação do acordo foi aprovado com 446 votos favoráveis, 43 contrários e 06 abstenções. O indicativo de desconto assistencial foi aprovado com 467 votos, 14 contrários e 14 abstenções.
Na assembleia, a categoria também aprovou a manutenção do Estado de Assembleia Permanente e o Estado de Greve, para garantir que a Petrobras cumpra as cartas-compromisso enviadas ao sindicato, no esforço de diálogo empreendido pela entidade para superar impasses que levaram ao movimento, além de desconto assistencial para o sindicato de 1% sobre o salário líquido, em três parcelas.
“A greve cumpriu o seu papel. Nós conseguimos, através dessa mobilização, reafirmar nossa independência política e sindical. Tinha gente que ameaçou, que chegou a duvidar que iríamos fazer greve no governo Lula. E nós fizemos. E fizemos uma greve muito linda, porque entendemos que, independente do governo que esteja, nós temos um lado. Sem deixar de levar em consideração os compromissos com a democracia brasileira, porque a gente sabe que do outro lado é barbárie, é neoliberalismo, é fascismo, é bolsonarismo. Então a gente consegue sim apoiar o governo e fazer greve contra ele quando a gente entende que a proposta da empresa não é suficiente”, explicou o coordenador-geral do Sindipetro-NF, Sérgio Borges.
A categoria assistiu a uma apresentação sobre as conquistas do Acordo Coletivo nesta Campanha Reivindicatória, organizada pelo economista do Dieese, Cloviomar Cararine, e participou de debates e esclarecimentos.
“A contraproposta da Petrobras trouxe avanços conquistados na luta petroleira, com 83 mudanças redacionais ou novos benefícios”, explicou Cloviomar.
O assessor jurídico, Normando Rodrigues, fez um histórico das lutas jurídicas empreendidas pela categoria, especialmente as que envolveram Dissídios Coletivos, que era a opção iminente se o movimento de greve não fosse suspenso e o acordo aceito. De acordo com o advogado, as negociações e julgamentos mediados no Tribunal Superior do Trabalho (TST) costumam ser desfavoráveis aos trabalhadores, além de extinguirem a historicidade das cláusulas do Acordo.
“O tribunal reproduz a cláusula que considera histórica. Só que ele reproduz uma vez, quando há a sentença do dissídio coletivo, que é a sentença normativa. No ano seguinte, se houver outro dissídio, já não tem cláusula histórica, porque não é fruto de negociação, é fruto da sentença do próprio tribunal”, explicou o advogado.
Além do coordenador Sérgio Borges, integraram a mesa que coordenou a assembleia os diretores sindicais Guilherme Cordeiro, Matheus Nogueira, Tezeu Bezerra e Antônio Carlos Alves (Tonhão), além do assessor jurídico Normando Rodrigues.
A greve petroleira de 2025 entra para a história como uma das maiores da categoria. Iniciada à 0h do último dia 15, a paralisação durou 16 dias na base do Norte Fluminense, a última entre as representadas por entidades filiadas à Federação Única dos Petroleiros (FUP) a suspender o movimento.
A grande força do movimento foi destacada por diveras falas dos trabalhadores. Já no segundo dia da greve, 100% das plataformas operadas pela Petrobras na Bacia de Campos haviam entrado na greve. Na base de Cabiúnas houve corte de redição e realização de atos. Nas bases de Imbetiba e do Parque de Tubos houve adesão em segmentos isolados do administrativo.
Durante todos os dias da greve, centenas de trabalhadores se concentraram nas sedes do sindicato em Campos dos Goytacazes e Macaé. No início da manhã, os grevistas se dividiam em grupos que seguiam para a realização do trabalho de convencimento nas bases, no Heliporto do Farol e no Aeroporto de Macaé.
Petroleiros do Litoral Paulista convocam assembleia às 17h30 para decidir sobre greve
O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP), filiado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), informa que convocou a categoria para assembleia e deliberação nesta terça-feira, às 17h30, em primeira chamada, e às 18h, em última chamada. Na pauta, estão a aprovação ou rejeição da quarta proposta, com ajustes, do acordo coletivo de trabalho (ACT) 2025 e aprovação ou rejeição de contribuição assistencial de 2,5% sobre a Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR) para os não sócios.
Segundo o sindicato, nas bases que estão sob liminar, as deliberações ocorrerão durante a troca de turno na entrada das unidades: plataformas; refinaria Presidente Bernardes (RPBC) e Usina Termelétrica Euzébio Rocha (UTE-EZR), em Cubatão (SP); Terminal Aquaviário Almirante Barroso (Tebar), da Transpetro, em São Sebastião (SP); Unidade de Tratamento de Gás da Petrobras em Caraguatatuba (UTGCA), Pilões e Alemoa.
As informações partem do Sindipetro-LP e do Sindipetro-NF.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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