Os Estados Unidos ofereceram à Ucrânia garantias de segurança por um período de 15 anos como parte de um plano de paz em negociação, segundo afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Ele disse, no entanto, que preferiria um compromisso americano mais longo, de até 50 anos. Isso, segundo ele, seria uma forma de dissuadir futuras tentativas da Rússia de tomar território ucraniano pela força. Zelensky discutiu o tema durante a reunião de Zelensky com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Flórida.
Trump afirmou que Ucrânia e Rússia estão “mais próximas do que nunca” de um acordo para encerrar o conflito, mas reconheceu que as negociações ainda podem fracassar. Permanecem sem solução questões centrais, como a retirada de forças militares e a definição de territórios ocupados. Além disso, o futuro da usina nuclear de Zaporizhzhia, uma das maiores do mundo, atualmente sob controle russo, permanece indefinido. Zelensky reiterou que, sem garantias de segurança, a guerra dificilmente terminará de forma realista.
Garantias
Os detalhes das garantias não foram divulgados, mas Zelensky disse que elas incluem mecanismos de monitoramento do acordo e a ‘presença’ de parceiros internacionais, sem especificar de que forma. A Rússia, por sua vez, já deixou claro que não aceitará o envio de tropas de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para a Ucrânia. Aliados europeus, liderados pela França, devem se reunir em Paris no início de janeiro para definir contribuições concretas às garantias de segurança.
Segundo Zelensky, Trump indicou abertura para estender as garantias de segurança além de 15 anos, desde que aprovadas pelo Congresso dos EUA e pelos parlamentos de outros países envolvidos. O presidente ucraniano também afirmou que deseja submeter o plano de paz, composto por 20 pontos, a um referendo nacional. Contudo, a realização da consulta exigiria um cessar-fogo de pelo menos 60 dias. Tal medida não é aceita por Moscou, sem um acordo completo previamente estabelecido.

