Porto Alegre, 26 de dezembro de 2025 – A safra brasileira de cana-de-açúcar surpreendeu positivamente em 2025, depois dos contratempos de 2024. O analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, Lucas Brunetti, destaca que o ano de 2024 foi marcado por eventos complicados, como os grandes incêndios entre agosto e setembro e ainda um período prolongado de estiagem. “Então, por muito tempo não sabíamos o quando a cana seria prejudicada por esses acontecimentos. E o que aconteceu foi que a safra veio pior de fato que a do ano anterior, mas no limite a safra ficou melhor do que as expectativas”, apontou.
Segundo Brunetti, o começo da safra foi muito ruim, com produtividades péssimas, muito abaixo do ano passado. Isso porque tivemos uma cana que não estava desenvolvida o suficiente, e a seca e queimada embaralhou o processo, com talhões queimados parcialmente, e produtividade agrícola muito ruim e ATR muito ruim também. Os principais grupos apresentaram produtividade muito ruim. Mas depois vimos nas principais regiões uma boa recuperação de produtividade. Tivemos, então uma queda de produtividade, mas não tão tuim como esperávamos inicialmente. Os dois principais índices de produtividade conseguiram se recuperar”, assinalou.
Conforme o último relatório de acompanhamento da safra da
União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), o volume de cana moída na safra 2025/26 recuou 1,92% no Centro-Sul, atingindo 592,266 milhões de toneladas entre 1o de abril de 2024 até 01 de dezembro de 2025, ante 603,860 milhões de toneladas no mesmo período de 2024/25.
A produção de açúcar aumentou 1,13%, totalizando 39,904 milhões de toneladas, contra 39,458 milhões. A produção de etanol total recuou 5,43%, atingindo 29,543 bilhões de litros. Já a produção de anidro diminuiu 1,15%, para 11,203 milhões de litros, enquanto a de hidratado diminuiu 7,86%, para 18,331 bilhões de litros. A proporção de cana colhida direcionada para a produção de açúcar na safra 2025/26 está em 51,12%, ante 48,34% na temporada passada. Já o mix do etanol diminuiu de 51,66% para 48,88%.
Como resultado de amplas ofertas, com excedentes de mais de 5 milhões de toneladas em 2024/25, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o mercado internacional de açúcar voltou a ter perdas em 2025, chegando a atingir mínimas de vários anos no segundo semestre. Em Nova York (ICE Futures US), os contratos futuros do açúcar bruto, que fecharam 2024 na faixa dos 17,70 centavos de dólar por libra-peso, chegam ao final de 2025 com cotações ao redor de 15,00 centavos, uma perda de 15%.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Safras News
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