São Paulo, 18 de dezembro de 2025 – Em dia de agenda cheia, nesta quinta-feira, entre os destaques está a divulgação do Relatório de Política Monetária referente ao 4º trimestre, pelo Banco Central (BC), logo no início da manhã. Às 10h, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, concederá entrevistas à imprensa para comentar os dados.
O relatório do BC projeta inflação de 3,2% no segundo trimestre de 2027. Segundo o documento, expectativas de inflação desancoradas por mais tempo, inflação de serviços mais resiliente em função da atividade econômica aquecida e políticas econômicas, externas ou internas, com impacto inflacionário, podem dificultar o controle da inflação.
O BC elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 2% para 2,3% e, de 1,5% para 1,6% para 2026. A alteração na projeção de crescimento do PIB em 2025 reflete a surpresa ligeiramente positiva no terceiro trimestre, a reavaliação do desempenho esperado para o quarto trimestre. “Essa revisão foi particularmente relevante para a atualização da projeção da agropecuária. Para a indústria e o setor de serviços, o impacto agregado das revisões das séries foi pequeno, embora significativo em alguns segmentos específicos”.
Os governos europeus também decidem hoje se aprovam ou barram o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, negociado há 25 anos. Se houver aval, a assinatura do texto final está prevista para sábado (20), em Foz do Iguaçu, durante a cúpula de chefes de Estado do Mercosul.
A presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, destacou o papel que o tratado de livre comércio com o Mercosul desempenha para a independência econômica da União Europeia (UE), ao mesmo tempo em que fez um apelo para concretizar um acordo comercial com o bloco sul-americano. As informações são da agência de notícias “Sputnik”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também receberá os jornalistas no Palácio do Planalto, às 11h, logo após acordo do governo com a oposição para aprovar, no Senado, o PL da Dosimetria, que diminui a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o projeto que corta benefícios fiscais e eleva a tributação.
Às 15h, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terá café da tarde com a imprensa, na sede da pasta.
E a agenda ainda prevê uma reunião do Conselho Monetário Nacional, decisões de política monetária no Reino Unido e na Zona do Euro, e a divulgação de diversos indicadores locais e no exterior.
O Banco da Inglaterra (BoE) cortou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual (pp), para 3,75%, em decisão apertada. Foram cinco votos pela redução da taxa, e quatro pela manutenção. Segundo a nota divulgada pelo banco, a inflação ao consumidor (CPI, da sigla em inglês) no Reino Unido continuou a desacelerar, com o CPI em 12 meses recuando para 3,2% em novembro, abaixo do previsto anteriormente, puxado sobretudo por preços de alimentos mais fracos.
Às 8h, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o Indicador de Comércio Exterior (ICOMEX) referente a novembro. Os dados confirmaram que o tarifaço dos Estados Unidos aos produtos brasileiros não comprometeu exportações do Brasil. A queda nas vendas aos EUA foi compensada por terceiros mercados. “Os dados continuam confirmando que o efeito do tarifaço no curto prazo não comprometeu as exportações totais do Brasil. Nesse período (agosto-outubro), as exportações totais do Brasil aumentaram em 6,4% e para os Estados Unidos recuaram em 24,9%. Como ressaltamos antes, porém, isso não se traduz na hipótese que o mercado dos Estados Unidos não continue sendo relevante para o Brasil e o mundo. Em adição, à medida que os Estados Unidos estão avançando com novos acordos, as margens de preferências do Brasil tendem a cair em terceiros mercados”, informou o relatório do Icomex.
Às 10h30, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apresenta as exportações semanais de grãos dos EUA pendentes, referentes à semana do dia 27/11, e o Departamento do Trabalho norte-americano publica o índice de preços ao consumidor de novembro.
À noite, no Japão, o índice de preços ao consumidor de novembro será publicado às 20h30 pelo departamento de estatísticas.
CORPORATIVO
A Prio aprovou um novo programa de recompra de até 86.945.579 ações ON e a negociação de contratos derivativos com liquidação física ou financeira, referenciados em ações, representando até 10% das ações totais da empresa. O programa terá duração de 18 meses, começando hoje (18/12/2025) e com encerramento em 17 de junho de 2027. O objetivo do programa, diz a companhia, é maximizar a geração de valor para os acionistas por meio de uma administração eficiente da estrutura de capital. Além disso, foi aprovado o cancelamento de 26.890.385 ações que estavam em tesouraria.
A VLI, companhia de soluções logísticas que opera ferrovias, portos e terminais, celebra em 18 de dezembro seus 15 anos com um robusto histórico de investimentos e avanços operacionais. Criada em 2010, a companhia aportou mais de R$ 17 bilhões (entre 2014 e 2024) em infraestrutura, tecnologia e expansão, consolidando-se como um dos principais players do setor no país. Com foco na geração de valor para mais de 100 clientes de segmentos essenciais à economia nacional – como agronegócio, mineração, siderurgia e construção civil -, a VLI conecta regiões produtoras do país aos principais mercados globais, incluindo Estados Unidos, Ásia, Europa e Oriente Médio.
Lançado em 2024 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o programa de Depreciação Acelerada para renovação do parque industrial brasileiro já estimulou investimentos privados de R$ 4,7 bilhões em compra de máquinas e equipamentos novos por 24 setores da indústria do químico ao metalúrgico, passando por biocombustíveis, produtos alimentícios, papel e celulose, veículos, móveis, madeira, minerais, têxteis e farmacêuticos, entre outros. As informações constam do Painel de Monitoramento do programa, publicado na página do MDIC e atualizado na quarta-feira (17/12). O volume de investimentos é 3 vezes superior ao total de benefícios concedidos até aqui, de R$ 1,6 bilhão.
Em manifesto conjunto, a Associação de Empresas de Transporte de Gás Natural por Gasoduto (ATGás), o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro) e Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) apontam riscos à segurança jurídica e integridade do marco do gás e defendem a correta classificação dos gasodutos de transporte.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
Copyright 2025 – Grupo CMA

