Porto Alegre, 21 de novembro de 2025 – Os Estados Unidos anunciaram a remoção da tarifa adicional de 40% aplicada nas importações do café brasileiro, válida para produtos desembarcados a partir de 13 de novembro. A medida ocorre após a eliminação, na semana anterior, da tarifa de 10% sobre cerca de 200 produtos alimentícios, incluindo o café. A retirada das tarifas traz alívio ao setor exportador brasileiro e à indústria norte-americana, reduzindo custos e restabelecendo o fluxo comercial em condições normais, como destaca o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach.
Embora agrade à cadeia café como um todo, o efeito é de fortes baixas nesta sexta-feira para os preços nas bolsas de futuros de Nova York para o arábica e de Londres para o robusta. Às 11h30min no horário de Brasília, o café arábica para março em NY registrava queda de 5,4%, a 356,25 centavos de dólar por libra-peso. Já o robusta em Londres tinha baixa de 4,3% para janeiro, a US$ 4.433 a tonelada.
Barabach comenta que em NY o movimento de baixa abriu gap técnico, com o contrato março/26 recuando da faixa de 380 para a região de 360 centavos. “Houve perda de médias móveis importantes e aproximação do nível de retração Fibonacci, que reforçam tendência de baixa no curto e médio prazo”, indica.
“A suspensão das tarifas, associado à rolagem do contrato dez/25 para mar/26, remove incertezas de curto prazo e gera pressão negativa sobre os preços”, avalia o consultor.
Ele destaca que o primeiro impacto é baixista por esse sentimento de normalidade no fluxo global. Relembra que desde a implantação do tarifaço meses atrás o mercado havia mudado o comportamento, com as cotações subindo nas bolsas diante das preocupações com a oferta para o maior consumidor do mundo e agora tende a se reacomodar com uma volta ao cenário usual.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), como legítimo representante de mais de 120 associados, que englobam cooperativas, empresas nacionais e globais e representam cerca de 97% das exportações dos cafés do Brasil para aproximadamente 150 países no mundo, celebrou a reversão das tarifas de 40% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao café nacional a ser importado para a nação norte-americana, após a modificação da Ordem Executiva 14.323 de 30/07/2025.
O Cecafé reconhece os esforços realizados pelos governos de EUA e Brasil e pelas nossas contrapartes americanas, representadas pela National Coffee Association (NCA) e por grande parte da indústria torrefadora dos Estados Unidos. A celebração da reversão das medidas ocorre após meses de intenso trabalho de representação dos interesses dos cafés brasileiros.
O trabalho de representação do Cecafé ainda segue nas negociações junto ao governo brasileiro e as contrapartes dos EUA, pois o café solúvel não está incluído nas isenções, conforme produtos elencados nos anexos das Ordens Executivas. Com os avanços na relação bilateral e a boa relação entre os negociadores, o Cecafé seguirá atuando com informações estratégicas para buscar a isenção completa de todo o setor diante dos impactos positivos à toda cadeia produtiva brasileira.
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) também celebrou a retirada das tarifas totais – 10% da tarifa-base + 40% adicionais – aos cafés especiais do Brasil a serem importados pelos Estados Unidos. “Esta nova ordem corrige a distorção criada pelas tarifas entre o principal mercado comprador e consumidor de café, os EUA, e o principal produtor e exportador global, o Brasil”, avaliou a entidade.
Lessandro Carvalho – lessandro@safras.com.br (Safras News)
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