Segundo o relatório mensal de petróleo da Agência Internacional de Energia (AIE), o crescimento da demanda mundial de petróleo se recuperou para 920 mil barris por dia (bpd) no terceiro trimestre de 2025, principalmente devido a entregas mais fortes na China. O aumento do terceiro trimestre foi mais do que o dobro da expansão anual de 430 mil bpd registrada no segundo trimestre de 2025, à medida que o panorama macroeconômico melhorou amplamente com o alívio das tensões comerciais. A entidade estima que o crescimento da demanda deve se manter em 770 mil bpd em 2025 ante o ano anterior.
Já a oferta em outubro foi de 108,2 milhões de bpd, com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) liderando uma queda mensal de 440 mil bpd. “Ainda assim, a oferta mundial de petróleo aumentou em 6,2 milhão de bpd desde janeiro, com os ganhos divididos igualmente entre países fora da Opep+ e membros da Opep+”, diz um trecho do documento. A oferta mundial de petróleo deve crescer em média 3,1 milhões de bpd em 2025 e 2,5 milhões de bpd em 2026.
Segundo a AIE, uma série de interrupções não planejadas, manutenções programadas e continuação das perturbações nas operações de refino da Rússia elevaram as margens de refino aos níveis mais altos em dois anos na Europa e na Ásia no início de novembro.
Os estoques de petróleo no mundo, de acordo com a entidade, dispararam em 77,7 milhões de barris em setembro, atingindo o nível mais alto desde julho de 2021. O petróleo em trânsito (“oil on water”) subiu expressivos 80 milhões de barris, enquanto os estoques da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aumentaram em 5 milhões de barris e os dos não membros da OCDE caíram em 7 milhões de barris.
“Os balanços do mercado global de petróleo estão se tornando cada vez mais desequilibrados, à medida que a oferta mundial continua avançando enquanto o crescimento da demanda permanece modesto em comparação com padrões históricos. Ao mesmo tempo, há muitos riscos para as projeções, com as consequências econômicas das recentes disputas tarifárias e do fechamento do governo dos EUA ainda incertas, além dos impactos das novas sanções contra a Rússia, que ainda não estão claros”, continua o documento.

