São Paulo, 7 de novembro de 2025 – Em entrevista coletiva a jornalistas realizada na tarde desta sexta-feira, o diretor financeiro (CFO) da Petrobras, Fernando Melgarejo, disse que dependendo do preço do Brent, alguns projetos poderão ser cancelados. Ao ser questionado qual seria este nível de Brent e quais projetos seriam cancelados, ele disse que ainda serão necessários alguns dias para ter esse detalhamento, que será definido no Plano de Negócios da companhia, e citou como exemplos as revitalizações de Marlim Sul Leste, Barracuda e Caratinga como projetos que foram postergados para encontrar uma melhor solução de capex que maximize o resultado da companhia.
Em relação ao pagamento de dividendos, o CFO disse que está aguardando a sanção do presidente Lula ao PL 1087 e posterior regulamentação para que a companhia possa concluir as análises em curso. Ele disse que a Petrobras tem uma equipe que avalia todos os efeitos das legislações em discussão no Congresso e, sendo sancionadas, avaliará as melhores alternativas para maximizar os resultados da companhia e para acionistas. Ele acredita que não haverá impacto para os dividendos recebidos pelo governo, mas não tinha certeza.
Já sobre o pagamento de dividendos extraordinários, o diretor disse que a Petrobras não tem caixa excedente para isso e por isso, a probabilidade para que faça esse tipo de pagamento em 2025 é muito pequena.
A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, disse que a previsão para perfurar a Foz do Amazonas é de 5 meses porque o poço é pioneiro, um dos mais fundos da Petrobras e em uma área nova o que demanda mais cuidados. Todo poço pioneiro exige cuidado. No pré-sal, por exemplo, o primeiro poço demorou mais de um ano, disse a diretora. Já no pré-sal, por exemplo, que é uma área mais amadurecida atualmente, a Petrobras leva 35 dias para perfurar.
Com o terceiro poço no RN, a Petrobras poderá dimensionar melhor o projeto de exploração na área.
Ao responder questionamento sobre o motivo do preço do diesel estar há quase 200 dias sem reajuste e 13% mais barato que o mercado internacional segundo a Abicom, o diretor de Logística, Comercialização e Mercados, Claudio Schlosser, disse que perdeu a aposta de que não haveria pergunta sobre o assunto devido a estabilidade. O diretor disse que não conhece os parâmetros da Abicom e que não há congelamento nem perda de rentabilidade, mas reiterou que a estratégia de preços dos combustíveis da Petrobras busca evitar repassar a volatilidade do mercado internacional para os preços, em equilíbrio com o mercado. Não há qualquer tipo de congelamento e os preços não indicam perda de rentabilidade, respondeu.
Em relação aos bons resultados de produtividade, como FUT próximo de 94% no 3T25 em agosto, o diretor de Processos Industriais William França disse que foi resultado de produção de derivados foi muito alta e de mais produtos de topo, como diesel, gasolina e QAV.
A parada programada da Revap, que termina em dezembro, representará queda de produção no refino, mas deve agregar à produtividade quando voltar. O diretor disse que também haverá paradas de unidades da Replan, com aumento da capacidade de processamento de petróleo e de diesel S10, com aumento de mais 25 mil barris de processamento. A Petrobras prevê aumentar o processamento em mais 300 mil barris prometidos para o refino até 2029.
A diretora de E&P da Petrobras também destacou que o aumento de eficiência das plataformas, de 4% em média no 3T25 “equivale a de uma nova plataforma sem ter uma nova plataforma” e que por isso a companhia está investindo em aumento de eficiência para aumentar a produção em todas as plataformas.
Em relação aos planos da Petrobras no terminal ST08 no Porto de Santos, o diretor de Logística disse que está discutindo o novo pacote de investimentos da área. Ele destacou que a Petrobras adquiriu a área 08A há cerca de 3 anos e está em plena operação e que a intenção é adensar as duas áreas. Por isso, está em tratativas junto à Superintendência de Portos e Aeroportos do Ministério e à Antaq e enviou uma proposta de investimentos.
Em relação a alternativas de transporte para o leilão de reserva de capacidade, a diretora de Transição Energética da Petrobras, Angelica Laureano, disse que o certame pressupõe flexibilidade no despacho e torna obrigatória a contratação de transporte firme por 7 anos para as térmicas conectadas à malha. Essa proposta pode reduzir a competitividade das térmicas com os valores de transporte atuais, e por isso, a Petrobras disse que propôs à Aneel e o MME uma parcela binômia, com uma parcela fixa e outra variável maior, para que as térmicas fiquem mais competitivas.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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