São Paulo, 31 de outubro de 2025 – Em teleconferência de resultados do terceiro trimestre, realizada nesta sexta-feira, a diretoria executiva da Vale destacou o avanço de projetos de expansão da sua capacidade e bom resultado histórico do cobre entre os destaques do resultado do terceiro trimestre. A diretoria da Vale disse que trabalha com os governos para reduzir o tempo de redução de licenças e mencionou a licença recebida em junho para Bacaba, o segundo forno de Onça Puma (start-up em setembro deste ano) e a entrada em operação de Serra Sul até o final de 2026.
“Temos trabalhado com os governos para acelerar a obtenção de licenças, como em Bacaba”, disse o CEO Gustavo Pimenta, que evitou dar mais detalhes sobre o tema.
A Vale informou que o Programa Novo Carajás, que inclui os projetos Serra Sul, Serra Leste e Bacaba, totaliza investimentos de R$ 70 bilhões de 2025 a 2030 e terá capacidade de 5,2 bilhões de toneladas de minério de ferro e 1,2 bilhão de t em cobre.
Em relação ao cobre, a companhia disse estar “priorizando a alocação de capital de forma dinâmica no Pará, até em pesquisa e desenvolvimento” e parcerias. “Não vamos colocar mais investimentos, vamos investir em parceiros e estamos reduzindo custos. Vamos dar mais detalhes no Vale Day”, disse o executivo.
Pimenta disse que a Vale está buscando crescer por meio de projetos próprios e geração de valor, e que não busca fusões e aquisições no momento. “Pode levar mais tempo, mas acreditamos nos nossos projetos e na criação de valor”, disse.
O CFO da Vale, Marcelo Bacci, reiterou que o guidance de capex é de US$ 5,4 bi a US$ 5,7 bi para o ano inteiro de 2025. No 3T25, o investimento da Vale em capex foi de US$ 1,3 bilhão, US$ 100 milhões abaixo que um ano antes.
O CFO destacou o resultado operacional do 3T25, impulsionado por vendas robustas em todas as commodities, melhorias operacionais e disciplina financeira. “As vendas de minério de ferro registraram o melhor nível para um terceiro trimestre desde 2018”, disse ele, citando a maior demanda por finos.
Bacci também destacou a redução de custos em cobre e níquel anunciada ontem à noite. O custo de cobre e níquel diminuíram, para menores níveis, refletindo iniciativas de melhoria de eficiência. Com isso, a companhia reduziu as projeções de custos, que deve refletir em melhores ebitdas para as commodities.
Por outro lado, o executivo apontou estabilidade do custo C1 e expectativa de que aumente nos próximos meses.
A diretoria da Vale disse que 2025 foi um ano desafiador para pelotas, mas que espera melhorar até 2027 com start-up de projetos em desenvolvimento.
Ao ser questionado sobre o mercado de briquetes, o executivo disse que a empresa precisa passar por este momento desafiador em que a China exporta muito para retomar investimentos no produto, mas que está fazendo testes industriais e apresentará os resultados à frente.
Gestão do caixa e dividendos
O CFO também disse que a dívida líquida expandida diminuirá a medida que a Vale avance nos pagamentos do acordo de reparação aos danos causados pelo rompimento de barragens. “Isso é diferente de uma dívida, que você pode refinanciar, temos que pagar.”
Em relação à Samarco, joint venture que mantém com a BHP, o CEO da Vale disse que é um ativo estratégico para a Vale, com produção que pode chegar a 28 milhões de toneladas. “Estamos muito contentes com a operação”, disse o CEO.
Sobre um possível resultado da ação movida por vítimas do rompimento da barragem de Mariana no Reino Unido, Gustavo Pimenta evitou dar uma previsão, e comentou: “Metade das pessoas que movia ação contra a Vale e BHP no Reino Unido desistiu para receber a reparação determinada pela justiça brasileira.”
A companhia vê espaço para aumentar a distribuição de dividendos aos acionistas. O CEO da Vale disse que não é possível informar valores, mas que, com os melhores preços das commodities, especialmente em metais básicos, o fluxo de caixa está melhorando. “O preço está acima de US$ 100 que está criando um fluxo de caixa melhor, além de metais básicos.”
A Vale também destacou que está sem barragens no nível 3 de emergência e que está com 60% do programa de descaracterização concluído (18 das 30 barragens eliminadas). “Segurança continua ser nossa prioridade, o que se reflete em nosso programa de descaracterização de barragens”.
Oferta de debêntures
“A oferta de debêntures será concluída hoje, o preço é bem razoável e não vamos recorrer a este tipo de estratégia novamente”, disse o CFO da Vale.
Em outubro, a Vale anunciou recompra de US$3 bilhões em debêntures, ao preço de R$ 42,00 por debênture, que apresenta um prêmio de aproximadamente 15% em relação ao preço de fechamento das debêntures no dia útil anterior ao anúncio da oferta, e disse que esteve valor não estava sujeito à negociação.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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