São Paulo, 21 de outubro de 2025 – O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) informou que o setor mineral registrou faturamento de R$ 76,2 bilhões no terceiro trimestre de 2025 (3T25), alta anual de 34% em relação ao mesmo período de 2024.
Por substância, o faturamento de minério de ferro, principal substância mineral exportada pelo Brasil, cresceu 27% no intervalo entre julho e setembro em comparação ao mesmo período do ano passado. Já o minério de ouro teve um crescimento 58%, para faturamento de R$ 9,6 bilhões. O minério de cobre também registrou elevação no faturamento, de 85%, para R$ 7,3 bilhões, assim como o calcário dolomítico (+19%, a R$ 3,06 bi); o granito (+10%, R$ 1,95 bi) e a bauxita (+7%, R$ 1,57 bi).
Os estados do Pará e de Minas Gerais registram os maiores faturamentos do setor mineral, de R$ 30,0 bilhões e R$ 26,5 bilhões, respectivamente.
Com exportações minerais de US$ 12,2 bilhões no 3T25 (121,1 toneladas) e importações de US$ 2,5 bilhões (11,09 milhões de toneladas), o comércio exterior de minérios gerou superávit de US$ 9,7 bilhões de julho a setembro (3T25). Em dólares, as exportações cresceram 9% e as importações 3,3%, na comparação anual.
As exportações de ferro caíram 0,8% no 3T25, ante o 3T24, para US$ 7,7 bilhões. Nas importações, o destaque foi o potássio, que cresceram 25,2% na mesma base comparativa, para US$ 1,4 bilhão.
Minerais críticos
A entidade reiterou a previsão de investimentos em minerais críticos de US$ 18,45 bilhões até 2029. “Os minerais críticos estratégicos vão decolar por várias razões, são fundamentais para tecnologia, defesa e soberania, transição de uma economia de base fóssil para de baixo carbono ou seja, a demanda é cada vez crescente e maior”, comentou o presidente do Ibram, Raul Jungmann, em coletiva de imprensa da entidade realizada nesta terça-feira. “Mas não vamos avançar se não tivermos mecanismos de financiamento e de garantias. Teremos uma negociação com os Estados Unidos e um dos eixos com certeza serão os minerais críticos”, acrescentou.
Jungmann disse que o IBRAM vai municiar o Conselho Nacional de Política Mineral com dados sobre 20 países interessados em investir em minerais críticos.
Corrupção
O presidente do IBRAM disse que a entidade é contra qualquer tipo de corrupção e que não pode haver impunidade contra essa prática. “Nenhum dos nossos filiados está envolvido em processos de corrupção”, garantiu Jungmann.
“Nos preocupa a fiscalização de barragens e o número de servidores da ANM [Agência Nacional de Mineração]”, comentou, ressaltando que é preciso aumentar o número de servidores e investimentos públicos em fiscalização.
Em setembro, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Rejeito, contra um suposto esquema de corrupção no setor de mineração em Minas Gerais. Entre os presos estava um diretor da agência reguladora.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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