São Paulo, 20 de outubro de 2025 – Nesta segunda-feira, o mercado acompanha os desdobramentos da sinalização de um possível acordo entre os Estados Unidos e a China, enquanto aguarda uma nova reunião com o governo brasileiro.
A calmaria foi anunciada pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, que disse que poderá se reunir com seu homólogo chinês, o vice-primeiro-ministro He Lifeng, na próxima semana. No final do mês, os presidentes Donald Trump e Xi Jinping se encontrarão na Coreia do Sul.
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam em alta, enquanto agentes analisavam dados econômicos da China. O PIB chinês subiu 4,8% no terceiro trimestre em comparação ao ano anterior. Os dado ficou em linha com a previsão do mercado.
Também ontem (19), o Banco do Povo da China (Pboc, o banco central do país) anunciou a sua decisão de política monetária e foram divulgados os indicadores relativos ao mês de setembro de produção industrial, vendas no varejo e taxa de desemprego, pelo departamento de estatísticas.
A produção industrial da China subiu 6,5% em setembro em base anual, ante previsão de alta de 5,3%. Já as vendas no varejo recuaram, de 3,4% em agosto para 3% em setembro, contra 3% das estimativas. E a taxa de desemprego na região urbana da China ficou em 5,2% em agosto, abaixo dos 5,3% registrados em agosto.
Por aqui, os investidores ainda aguardam a confirmação de uma nova reunião virtual entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, após encontro presencial em Washington, na semana passada.
Em Brasília, o presidente Lula lança hoje o programa Reforma Casa Brasil, em solenidade no Palácio do Planalto, às 15h30, uma aposta para atrair o eleitor de renda mais baixa em 2026, após o novo modelo de financiamento de imóveis à classe média. A nova política pública prevê uma linha de crédito de R$ 30 bilhões às famílias com renda até R$ 9.600 e de R$ 40 bilhões para rendas superiores a esse limite.
Na agenda de indicadores, mais cedo, o Banco Central (BC) divulgou o Boletim Focus; às 15h, o Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, do Comércio e Serviços divulgará os dados preliminares da balança comercial de outubro.
O Boletim Focus desta segunda-feira mostrou as seguintes projeções de mercado: para o IPCA em 2025, caiu de 4,72% para 4,70%; para o IPCA em 2026, de 4,28% para 4,27% e para IPCA em 2027, de 3,90% para 3,83%. Para o PIB em 2025, subiu de 2,16% para 2,17%; para o PIB em 2026, permanece em 1,80%; e para o PIB em 2027, caiu de 1,83% para 1,82%. Para o câmbio em 2025, permanece em R$ 5,45, em 2026, segue em R$ 5,50 e em 2027, continua em R$ 5,51. Para a taxa Selic nos três anos permanece em 15%, 12,25% e 10,50%.
Nos Estados Unidos, às 11h, serão divulgados os dados sobre vendas de casas existentes.
Na sexta-feira (17), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou o boletim do Programa Mensal da Operação (PMO) do referente à semana operativa de 18 a 24 de outubro, que indica redução de 0,7% da carga no Sistema Interligado Nacional (SIN), para 81.193 megawatts médios ao final deste mês. O recuo mais expressivo deve ser verificado no Sul, 2,8% (13.118 MWmed), seguido pelo Sudeste/Centro-Oeste, que tem previsão de registrar desaceleração de 1,7% (45.503 MWmed). Já no Norte e no Nordeste, a expectativa é de avanço de 6,6% (8.817 MWmed) e 0,4% (13.754 MWmed), respectivamente. Os percentuais comparam as projeções para outubro de 2025 em relação ao verificado no mesmo período de 2024.
No âmbito corporativo, os investidores ficam de olho em uma possível redução do preço da gasolina pela Petrobras, diante da atual diferença entre o preço do combustível no Brasil, que está 10% mais caro em relação ao do mercado internacional, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) na última sexta-feira (17).
A Randoncorp (RAPT3 e RAPT4) registrou receita líquida consolidada de R$ 1,099 bilhão em setembro de 2025, crescimento de 12,6% em comparação com R$ 976,6 milhões em setembro de 2024, mas abaixo dos R$ 1,144 bilhão em agosto deste ano.
A Suzano (B3: SUZB3; NYSE: SUZ) informa que, na sexta-feira (17), foi precificada a emissão e oferta de panda bonds, em duas tranches, para colocação no mercado chinês pela sua subsidiária integral Suzano International, no valor principal de 1,4 bilhão de renminbi (aproximadamente US$ 196 milhões).
A Irani (B3: RANI3) informa que o seu conselho de administração aprovou, em 17 de outubro de 2025, a realização da sexta emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em série única, no volume de R$ 120 milhões. Caracterizadas como “debêntures verdes” com base no compromisso da companhia em destinar a totalidade dos recursos para o Projeto Gaia V, com o objetivo de repotenciar a pequena central hidrelétrica (PCH) São Luiz, em Santa Catarina, em conformidade com o parecer independente emitido pela consultoria especializada independente contratada pela companhia, Det Norske Veritas, com base nas diretrizes do Green Bond Principles de 2025, emitido pela International Capital Market Association.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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