São Paulo, 8 de outubro de 2025 – Em coletiva de imprensa para anunciar investimentos na Bahia, Magda Chambriard, disse que a companhia vai retomar as duas plantas de fertilizantes que estavam hibernadas nos estados da Bahia e de Sergipe, e aportará recursos em 6 embarcações de apoio à produção das unidades. Amanhã (9), a Petrobras vai anunciar a retomada investimentos na Bahia, que envolve encomendas ao setor naval baiano para a construção de embarcações no Estaleiro Enseada, em Maragogipe (BA), e a reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-BA), com a presença do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Ao todo serão investidos mais R$ 2,6 bilhões no estado, com expectativa de 4 anos para a construção e de 12 anos para a operação, além de geração de mais de 5 mil empregos.
“Com essas plantas (Fafen Bahia e Sergipe), vamos produzir 20% da demanda brasileira de fertilizantes nitrogenados”, disse Magda Chambriard. “Vamos contratar embarcações de apoio. Temos 44 com edital na rua, lançaremos mais 4 editais, totalizando os 48 navios anunciados em 2025”, disse, referindo-se ao total previsto pela companhia.
Magda ressaltou que a empresa ficou 8 anos sem contratar embarcações e que estes 48 navios estavam programados para 2026. Na Bahia, serão 6 embarcações com, no mínimo, 65% de conteúdo local. “Gostamos do Brasil, mas estamos contratando aqui por que é um bom negócio para a companhia”, ressaltando que a opção de conteúdo local é uma boa opção para o rendimento e para os negócios da companhia.
A presidente da Petrobras disse que a Fafen-BA terá investimento de R$ 38 milhões em manutenção.
O diretor de Logística, Comercialização e Mercados, Claudio Schlosser, disse que o anúncio antecipa investimentos que estavam programados para frente, e que as embarcações para o estaleiro na Bahia são de apoio, como o PSV, que atende embarcações offshore, “um caminhãozinho do mar”, pois transporta água e suprimentos.
Schlosser disse que as embarcações e todo o sistema de apoio à produção terão “uma pegada de carbono baixa”. O contrato de construção naval é com a Compagnie Maritime Monegasque (CMM) em licitação para entregar seis navios híbridos multipropósito de grande porte (5.000 DWT), tipo PSVs-OSRVs, ao estaleiro Enseada da Petrobras, em licitação concluída em dezembro de 2024.
O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, disse que foram 4 navios Randi e deve anunciar até o final do mês mais 4 navios gaseiros. Também serão lançados outros editais. “A presidente Magda quer que a gente elimine os intermediários, contratando diretamente. É importante a Transpetro ter navios, servimos de regulador do mercado para auxiliar a Petrobras na contratação de navios com terceiros”, disse Bacci.
“No caso das barcaças da Transpetro, há possibilidade de ter empresas da Bahia nessa licitação”, acrescentou.
O gerente executivo da Fafen-BA disse que “está empolgado em começar a produzir ureia brasileira”, e que a unidade tem capacidade de produzir 1300 toneladas por dia de uréia e a mesma capacidade em amônia, o que poderá atender 80% da demanda local da Bahia de fertilizantes, além de fornecer amônia, arla (ureia premium) para as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. “A Ansa (Araucária Nitrogenados, que foi reativada e está em operação), no Paraná, tem capacidade produtiva de 1,9 mil toneladas e, com isso, completa a capacidade da Petrobras de atender à demanda nacional mencionada pela presidente da Petrobras”, explicou.
A presidente da Petrobras disse que a unidade deve consumir aproximadamente 50 milhões de metros cúbicos (m3) de gás. “Teremos produção e vamos aproveitar as sinergias da companhia”, disse a CEO.
“Houve um esforço muito grande da Petrobras em fornecer gás com baixo custo e que isso demandou uma série de investimentos, como em gasodutos, compressão, aprimoramentos contratuais, que nos permitiram chegar a um projeto como esse. As Fafens não seriam viáveis comercialmente com o preço do gás como estava antes. Com o aumento da oferta, houve redução do preço, explicou.
Magda disse que a companhia “está em negociações adiantadas” para venda direta de diesel para clientes do agro em Luís Eduardo Magalhães (BA) e no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
O diretor de Logística, Comercialização e Mercados, Claudio Schlosser, disse que a Petrobras está em fase de conclusão do seu plano quinquenal de investimentos e evitou confirmar outros aportes, além dos que já estão previstos no planejamento vigente (2025-29), como a potencial venda do Polo Bahia Terra, que está em avaliação, segundo declarações recentes da CEO, e a recompra da refinaria de Mataripe (ex-Refinaria Landulpho Alves, ou RLAM). A companhia anunciará o seu plano de investimentos no dia 2 de dezembro.
Ao ser questionado sobre uma possível recompra da refinaria, do qual foi gerente, Schlosser desconversou. “Eu tenho uma filha baiana, para nós sempre será a Rlam”, disse. “O planejamento 2025-29 será reeditado e passará por análise de viabilidade técnica e econômica”, explicou.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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