Neel Kashkari, presidente do Fed Minneapolis, afirmou hoje mais cedo que considera apropriados mais dois cortes de 0,25 ponto percentual (pp)na taxa básica de juros dos EUA até o fim do ano. Ele apoiou a decisão desta semana do Fed de reduzir os juros para a faixa de 4%-4,25%, alegando que a principal preocupação no momento é a fraqueza no mercado de trabalho, com desaceleração na geração de empregos e alta na taxa de desemprego para 4,3%.
Kashkari destacou que antes acreditava que apenas dois cortes seriam suficientes em 2025, mas a piora recente nos dados de emprego, parcialmente ligada à queda da imigração e à redução da demanda por mão de obra, o fez mudar de posição. Para ele, o risco de avanço rápido do desemprego justifica novas medidas de estímulo. Em contrapartida, avaliou que a inflação dificilmente ultrapassará o patamar de 3%, dado o peso limitado das importações no consumo americano e a ausência de choques adicionais de tarifas.
A redução dos juros contou com amplo apoio dentro do Fed, ainda que houvesse divergências sobre o ritmo das próximas medidas. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o cenário segue ‘desafiador’, já que há riscos tanto de alta da inflação quanto de maior fraqueza no emprego, o que obriga a autoridade monetária a equilibrar as decisões de política monetária.
Kashkari defendeu que a prioridade deve ser conter uma deterioração mais acentuada do mercado de trabalho, e por isso vê adequado reduzir os juros para a faixa de 3,50%-3,75% até dezembro. Ainda assim, disse estar aberto a pausar os cortes ou até mesmo voltar a aumentá-los caso a inflação volte a acelerar ou o mercado de trabalho mostre resiliência maior do que a esperada. Por outro lado, se os indicadores se deteriorarem rapidamente, novas reduções poderão ocorrer em ritmo mais intenso.

