São Paulo -A Bolsa terminou o pregão da Super Quarta em alta, bateu máxima histórica respondendo à decisão de corte de juros nos Estados em 0,25 ponto porcentual, como previsto pelo mercado, e com chance de mais dois cortes ainda esse ano. A inflação persistente ainda preocupa o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Após a definição lá fora, o mercado espera pelo Comitê de Política Monetária (Copom), após o encerramento do mercado. A expectativa é para manutenção da Selic em 15% ao ano (aa).
Antes das falas do presidente do Fed, Jerome Powell, o Ibovespa atingiu pico histórico no interdiário-146.330,90 pontos-, mas depois passou por ajuste.
As ações ligadas ao ciclo doméstico foram destaque. Magazine Luiza (MGLU3) subiu 5,30%. Os bancos subiram em bloco, à exceção de Banco do Brasil (BBAS3), que caiu 0,31%.
O principal índice da B3 subiu 1,06%, aos 145.593,63 pontos. Às 17h13 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro tinha ganho de 1,06%, aos 145.593,63 pontos. O giro financeiro foi de R$ 25,2 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.
Thiago Pedroso, responsável pela área de renda variável da Critera, disse que o mercado se animou após a decisão do Fed cortar os juros em 0,25pp, “correu para precificar mais dois cortes, mas o Powell baixou bem os ânimos do mercado. Apesar de reconhecer os riscos ao emprego, reforça que o combate à inflação ainda é uma preocupação central. Acho que está longe de ser fácil esse cenário porque a inflação insiste em se manter alta, acima da meta, e um risco de desaceleração econômica. Reduzir juros excessivamente é ser complacente com inflação alta, e vice-versa. Na verdade, a chave disso vai ser o tamanho dessa desaceleração até o final do ano”.
Armstrong Hashimoto, sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos, disse que o mercado reagiu positivamente com o corte de juros nos EUA, e a bolsa chegou a bater novo recorde histórico, mas o mercado ajustou um pouco com a falas de Powell.
“A preocupação é com a inflação e com um cenário de mercado de trabalho mais enfraquecido. No curto prazo, a preocupação com a inflação continua sendo a tônica para o Fed definir os juros. A metade dos diretores espera por corte de 0,50pp até o final do ano, alguns falam em corte menor de 0,2pp ou até permanecer nesse nível, e um em até subir as taxas. Sobre as tarifas [de Donald Trump], a expectativa é de que o efeito seja breve e não cause pressão adicional na inflação. No Brasil, o mercado fica de olho na sinalização que o Copom possa dar [na decisão de logo mais]”.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,06%,cotado a R$ 5,3017. A sessão foi marcada pelo corte de 0,25 ponto percentual (pp) da taxa básica de juros dos Estados Unidos, indo para faixa entre 4,0% e 4,25%, anunciada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta tarde.
A previsão da inflação nos Estados Unidos permaneceu em 3% em 2025, saltou de 2,4% para 2,6% em 2026 e se manteve em 2,1% para 2027.
O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, observa que a decisão veio em linha com o esperado: “Olhando o texto da decisão, o comitê destaca a perda de ímpeto nas contrações, além da moderação na atividade, mas reforça que a inflação subiu e segue em nível elevado. No entanto, a grande mudança no texto foi a inserção de que os riscos baixistas ao emprego aumentaram e que o balanço de riscos atual justificou a decisão de reduzir os juros”.
“O grande destaque da decisão de hoje, em minha visão, foi a dissidência de somente um diretor do Fed, de Stephen Miran, que votou por uma redução de 0,50%. Levando em conta que Bowman e Waller votaram por uma redução de 0,25% na decisão e julho, a opção por cortar 0,25% hoje parece conservadora por parte dos dois diretores. Ou seja, apesar do início do ciclo de cortes, o Fomc foi menos dovish do que o esperado”, acrescentou Borsoi.
Na contramão do dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda. Isso refletiu o corte de 0,25 ponto percentual (pp) na taxa básica de juros norte-americana, anunciado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta tarde.
Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,885% de 14,885% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 13,940%, de 13,950%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,175%, de 13,195%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,055% de 13,070% na mesma comparação. O dólar subia 0,03%, cotado a R$ 5,3002.
No mercado externo, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, com os investidores reverberando a decisão de corte de juros do Fed em 0,25 ponto percentual e as falas do presidente da instituição, Jerome Powell, na entrevista coletiva depois da decisão de política monetária.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o
fechamento:
Dow Jones: +0,57%, 46.018,32 pontos
Nasdaq 100: -0,33%, 22.261,33 pontos
S&P 500: -0,09%, 6.600,35 pontos
Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Safras News

