São Paulo -A Bolsa encerrou em alta, conseguiu bater recorde histórico de fechamento e no interdiário-144.193,58 pts-, com os investidores animados para corte de juros nos Estados Unidos, com um tom mais dovish do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) , Jerome Powell.
A expectativa é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) também adote uma postura mais suave, com sinais de redução da Selic ainda esse ano ou início de 2026. Ambas as decisões acontecem na quarta-feira (17). Menos de 20 ações caíram
O destaque positivo ficou para as ações de consumo. Magazine Luiza (MGLU3) subiu 7,41% e Lojas Renner (LREN3) registrou alta de 2,33%. As commodities subiram -Vale (VALE3) com ganho de 0,87% e Petrobras (PETR3 e PETR4) com alta de 1,45% e 0,86%, respectivamente. Os bancos subiram em bloco, à exceção de Banco do Brasil (BBAS3) com queda de 2,19%.
A Embraer (EMBR3) caiu 1,09% com preocupação de que os aviões sejam retirados da lista de exceções das tarifas de Trump. As empresas exportadoras como Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) sofrem com a queda do dólar.
Mais cedo, o presidente americano, Donald Trump, pediu corte “maior” nos juros pelo presidente do FED#, Jerome Powell, a dois dias da decisão. ” ‘Tarde demais’ – DEVE REDUZIR AS TAXAS DE JUROS, AGORA, E MAIOR DO QUE ELE IMAGINAVA. O MERCADO IMOBILIÁRIO VAI DISPARAR!!!”, escreveu em suas redes sociais.
O principal índice da B3 subiu 0,89%, aos 143.546,58 pontos. Às 17h19 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em outubro tinha ganho 0,61%, aos 145.030 pontos. O giro financeiro foi de R$ 17 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.
Bruno Komura, analista da Potenza Capital, disse que o corte de juros nos Estados Unidos na quarta-feira (17) será de 0,25 ponto porcentual (pp), e aqui a manutenção da Selic em 15%. “O que está em discussão é até o Fed pode chegar com os cortes, existem dúvidas no mercado sobre dois ou três. O comunicado do banco central pode dar pistas, mas a expectativa fica para a fala do Powell, que deve ser mais dovish que em Jackson Hole [simpósio em agosto]. Por aqui, o Bc também deve ser mais brando. Já existem condições para corte de juros este ano ou início do ano que vem com inflação controlada e desaceleração da atividade. O único bom ainda é a taxa de desemprego [que está baixa]”.
Daniel Teles, especialista e sócio da Valor Investimentos, disse que a possibilidade de corte de juros nos Estados Unidos essa semana anima o mercado.
“A bolsa avança por conta da expectativa de corte de juros nos Estados Unidos [na quarta, 17] e mais redução de juros por lá começa a ganhar força [nas reuniões de outubro e dezembro], e isso acaba contribuindo para bolsas de países emergentes. Apesar de os dados do IBC-Br ter vindo abaixo do consenso, não surtiu impacto direto”.
Em relação ao Focus, o boletim mostrou recuo na inflação de 2025, de 4,85% para 4,83%, enquanto as estimativas de 2027 cederam de 3,93% para 3,90%. Já as previsões de 2026 e 2028 permaneceram estáveis em 4,30% e 3,70%, respectivamente. De acordo com a Ativa Investimentos, o destaque relevante foi a queda nas expectativas para a Selic no fim de 2026, de 12,50% para 12,38%, “um equilíbrio instável atingido pela média das projeções de dois agentes medianos. Isso sugere que o próximo participante da pesquisa que reduzir sua perspectiva para 12,25% ou abaixo arrastará a mediana para esse patamar’.
Mais cedo, foi divulgado o Indice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, prévia do PIB, caiu 0,53% em julho, indo a 108,1 pontos.
O dólar comercial fechou em queda de 0,60%, cotado a R$ 5,3211. A moeda reflete as expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) comece a cortar a taxa básica de juros norte-americana nesta quarta-feira, dia 17.
Bruno Komura, analista da Potenza Capital, disse que o corte de 0,25 ponto porcentual (pp) na reunião de quarta-feira (17) pelo Fed “está dado”. A dúvida fica sobre quantos cortes ainda virão esse ano. “As opiniões estão divididas entre dois [setembro, outubro ou dezembro] ou três cortes [setembro, outubro e dezembro]”, comenta.
Komura reforça que “os investidores estão tomando risco porque o corte [de juros] não vem com recessão. Se olhássemos os fundamentos do Brasil, o dólar não estaria nesse patamar. A questão é externa”.
Segundo o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, “o sinal de corte de juros por lá, viabiliza ainda mais o carry tarde. R$ 5,30 é o novo suporte do dólar”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda. O driver de hoje foi a espera do ciclo de afrouxamento monetários nos Estados Unidos, na quarta-feira (17), e em meio a uma desaceleração da economia brasileira.
Por volta das 16h39 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,890% de 14,900% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 13,990%, de 14,025%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,250%, de 13,305%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,145% de 13,210% na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, depois que o presidente Donald Trump afirmou que as negociações comerciais entre EUA e China estavam indo bem. Os investidores também se prepararam para a importante reunião do Federal Reserve desta semana.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,11%, 45.883,45 pontos
Nasdaq 100: +0,94%, 22.348,749 pontos
S&P 500: +0,47%, 6.615,28 pontos
Paulo Holland e Darlan de Azevedo /Safras News

