São Paulo, SP – O licenciamento total de veículos, que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, recuou 5,1% em agosto, para 225.380 unidades, ante 237.382 no mesmo mês de 2024. Ante julho, o indicador recuou 7,3%, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). De janeiro a agosto, o licenciamento total de veículos cresceu 2,8% em relação ao mesmo período de 2024, chegando a 1.667.707 unidades.
Modelos nacionais chegaram a 25% dos emplacamentos de eletrificados no ano.
Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves recuou 3,9% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 214.744 unidades. Ante julho, houve queda de 6,9%. De janeiro a agosto, o licenciamento total de veículos leves cresceu 3,2% em relação ao mesmo período de 2024, chegando a 1.577.703 unidades. As vendas de carros sustentáveis cresceram 26% nas vendas em relação ao mesmo período de 2024. Modelos chineses representaram 7,8% dos emplacamentos totais em agosto. No ano, os emplacamentos de carros chineses subiram 45,6%.
O programa Carro Sustentável reduz as alíquotas de IPI dos carros mais leves e econômicos, movidos a energia limpa e que atendam a requisitos de reciclabilidade e segurança veicular. Para veículos compactos com alta eficiência energética e fabricados no Brasil, o IPI foi zerado. Com a medida, a redução dos preços dos chamados carros de entrada chegou, em alguns casos, a R$ 13 mil.
As vendas de caminhões recuaram 22,6% em relação ao mesmo mês de 2024, com o emplacamento de 8.916 unidades e alta de 15,9% ante julho. De janeiro a agosto, as vendas de caminhões recuaram 6,7%, fechando em 74.268 unidades. Segundo a Anfavea, a produção acumulada de caminhões recuou pela primeira vez no ano, mesmo com a alta das exportações, o que já começa a se refletir em perdas de postos de trabalho nas fábricas de pesados. As exportações de caminhões para a Argentina triplicaram de janeiro a agosto em comparação com o mesmo período de 2024.
O presidente da Anfavea, Igor Calvet, destacou que o mercado de caminhões funciona com crédito, por isso é tão importante a questão da taxa de juros. “A questão do IOF tem impactado em 10% os preços dos caminhões. Outra questão importante é tentar melhorar as taxas do Finame, financiamento para aquisição e comercialização de ônibus e caminhões”, apontou Calvet. Ele afirmou ainda que no início do ano, a Anfavea projetou uma Selic de 12,4% para o fim de 2025, mas hoje a entidade acredita que deve fechar em 15% em 2025. “Com a instabilidade que temos hoje, é
difícil projetarmos como o setor vai se comportar, mas temos notado uma queda no varejo e isso é um ponto de alerta para sabermos como o mercado vai se comportar”, concluiu Calvet.
No setor de ônibus, os emplacamentos recuara 28,5% em base anual, a 1.720 unidades. Em relação a julho, a venda de ônibus recuou 27,8%. De janeiro a agosto, as vendas de ônibus cresceram 14,4%, chegando a 15.736 unidades. Em julho, foram emplacados 160 ônibus elétricos nacionais.
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 1,342 bilhão em agosto, alta de 23,4% ante o mesmo mês de 2024. Na comparação com o mês anterior, houve uma alta de 6,1%, segundo a Anfavea. De janeiro a agosto, a receita com as exportações cresceram 40,7%, chegando a US$ 9,675 bilhões. As exportação têm melhor resultado desde junho de 2018 e sustenta produção local. A participação da Argentina nas exportações subiu de 36% no acumulado de 2024 para 59% em 2025.
PRODUÇÃO
Em agosto, foram produzidas 234.329 unidades de veículos leves no Brasil, queda de 4,1% em relação ao mesmo período de 2024. Na comparação a julho, houve alta de 4,2%, de acordo com Anfavea. A produção de veículos leve de janeiro a agosto cresceu 6,4%, totalizando 1,633 milhão de unidades.
Já a produção total de veículos, que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, foi de 247.032, queda de 4,8% em comparação a agosto de 2024 e 3% acima do mês de julho. De janeiro a agosto, a produção total de veículos cresceu 6%, fechando 1,743 milhão de unidades.
EMPREGOS
A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva cresceu 4,1% na comparação com agosto de 2024, para 110.081 posições. Em relação a julho deste ano, houve um alta de 0,7%.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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