São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e e as bolsas europeias abriram em alta. A semana termina com os investidores tentando precificar a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que acontecerá no próximo dia 17. Na semana passada, após o Indice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) de julho ter subido 0,2%, dentro da previsão dos analistas, o ferramenta CME FedWatch, que monitora a probabilidade de ajustes nas taxas de juros pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), apontou um aumento na probabilidade de cortes de juros na próxima reunião do comitê em setembro, passando de 86,69% para 87,2%. Hoje, os traders aumentaram suas apostas, com o mercado futuro de fed funds apontando 97% de chance de redução.
Para a estrategista-chefe econômica do Morgan Stanley Wealth Management, Ellen Zentner, o Fed abriu a porta para cortes nas taxas de juros, mas a magnitude dessa abertura dependerá de se a fraqueza do mercado de trabalho continuará a parecer um risco maior do que a inflação em alta. “O PCE em linha manterá o foco no mercado de trabalho. Por enquanto, as chances ainda favorecem um corte em setembro”, apontou Zentner.
A “certeza” de um corte de 0,25 ponto percentual nos juros pode ser precificada hoje, com os dados do relatório de emprego payroll, que será divulgado às 9h30. A previsão é de 75 mil novas vagas em agosto, após a abertura de 73 mil postos em julho. A taxa de desemprego deve subir para 4,3% ante 4,2% no mês anterior, segundo analistas consultados pela Agência Safras News. Os dados são uma mediana produzida a partir das projeções dos economistas, que oscilam entre a criação de 0 a 100 mil vagas, enquanto as estimativas para a taxa de desemprego se mantiveram entre 4,2% e 4,3%.
O relatório de empregos privados da ADP, divulgado ontem, mostrou um aumento de 54 mil vagas em agosto, abaixo da expectativa de 75 mil dos economistas consultados pela Dow Jones e também inferior ao número revisado de 106 mil em julho. Diante dos dados, investidores entenderam que números fracos da ADP podem justificar um corte de juros pelo Federal Reserve em setembro, mas não tão negativos a ponto de sinalizar recessão.
“O passe livre do Fed em relação ao mercado de trabalho terminou”, disse Jamie Cox, sócio-gerente do Harris Financial Group. “Os dados da ADP continuam reforçando a narrativa de que a taxa de crescimento do mercado de trabalho desacelerou de forma significativa, por isso você pode esperar que o Fed incline seu balanço de riscos para cortar juros em setembro”, apontou Cox.
Ontem, os dados de pedidos de seguro-desemprego semanal nos Estados unidos mostraram uma alta de 8 mil, chegando a 237 mil, na semana encerrada em 30 de agosto, após ter alcançado 229 mil na semana anterior (dado revisado). A previsão do mercado era de 230 mil pedidos. A média móvel dos pedidos de seguro-desemprego feitos nas últimas quatro semanas, um indicador menos volátil, subiu em 2.500, para 231 mil pedidos. O economista da Valor Investimentos Ian Lopes observa que embora os dados tenham causado algum impacto, as atenções estão voltadas para o payroll, que tendem a dar sinais mais claros sobre os próximos passos da política monetária estadunidense.
Por aqui, ontem foi divulgado a balança comercial brasileira de agosto, que registrou superávit de US$ 6,133 bilhões em agosto, com alta de 35,8% sobre agosto do ano passado. No mês, comparado a igual mês do ano anterior, as exportações cresceram 3,9% e somaram US$ 29,86 bilhões. As importações caíram 2,0% e totalizaram US$ 23,73 bilhões. A corrente de comércio aumentou 1,2%, alcançando US$ 53,59 bilhões.
No acumulado Janeiro/Agosto 2025, em comparação a igual período do ano anterior, as exportações cresceram 0,5% e somaram US$ 227,58 bilhões. As importações cresceram 6,9% e totalizaram US$ 184,77 bilhões. Como consequência destes resultados, a balança comercial apresentou superávit de US$ 42,81 bilhões , com queda de -20,2%, e a corrente de comércio registrou aumento de 3,2%, atingindo US$ 412,35 bilhões.
As exportações apresentaram crescimento expressivo de 11% para o Reino Unido, de 43,82% para o México; de 40,37% para a Argentina; de 31% para a China e de 58% para a India. As maiores quedas registradas foram de 43,8% para a Bélgica; de 31,3% para a Espanha; de 30,44% para a Coreia do Sul e de 17,1% para Singapura. Em relação aos Estados Unidos, o mês registrou uma queda de 18,5% no volume de exportações. Os dados chamam atenção para o minério de ferro que apresentou uma queda de 100%, com nenhuma exportação para os Estados Unidos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje, Índice de Preços ao Produtor- Indústrias extrativas e de transformação referente a julho, que recuaram 0,30% frente a junho de 2025, sexto resultado negativo seguido. Nessa comparação, 12 das 24 atividades industriais tiveram diminuição de preços. O acumulado no ano foi de -3,42%, enquanto o acumulado em 12 meses ficou em 1,36%. Em julho de 2024, o IPP havia sido de 1,53%. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos na porta de fábrica, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas.
No setor corporativo, a Oi, em recuperação judicial, registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 835 milhões no segundo trimestre de 2025, revertendo o lucro líquido de R$ 15,1 bilhões na comparação anual.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) anunciam que o Fundo Garantidor FG BNDES-Sebrae atingiu a marca
de R$ 1 bilhão em operações de crédito apoiadas, com alcance em mais de 5,3 mil operações com
tíquete médio de cerca de R$ 203 mil.
A chamada pública de projetos para o Nordeste da Nova Indústria Brasil (NIB) recebeu, até esta
segunda-feira (1), propostas que somam R$ 12 bilhões. Lançada em maio deste ano, a chamada dispôs
R$ 10 bilhões em crédito para projetos estruturantes com foco em inovação, reindustrialização
e desenvolvimento sustentável. As propostas podem ser enviadas até 15 de setembro de 2025. Este é
o balanço preliminar da Chamada Nordeste, resultado de uma ação conjunta de fomento, construída
de forma colaborativa entre os bancos públicos federais Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (Caixa), Banco do
Nordeste (BNB) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com apoio técnico da
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e do Consórcio Interestadual de
Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste). Esta é a maior chamada de projetos
para indústria do Nordeste e a única que, pela primeira vez, reúne as diversas instituições de
fomento federais com o objetivo de apoiar projetos para promover o desenvolvimento e a inovação na
região.
O Grupo Casas Bahia informa que, em assembleia geral extraordinária (AGE) realizada nesta data,
elegeu André Luiz Helmeister e Jackson Medeiros de Farias Schneider para ocupar duas novas vagas
no conselho de administração da companhia, com mandato até a realização da assembleia que
deliberará sobre suas demonstrações financeiras de 2025.
O turismo brasileiro bateu recorde e faturou quase R$ 108 bilhões no primeiro semestre de 2025, o
maior valor já registrado na série histórica da entidade, iniciada em 2012. O resultado
representa um crescimento de 6,9% na comparação com igual período do ano passado, o que totaliza
um adicional de R$ 7 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pela FecomercioSP e
integram um levantamento mensal elaborado a partir de informações do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou os ratings de longo prazo em moedas
estrangeira e local da Usiminas em ‘BB’ e o rating em escala nacional ‘AA+(bra)’. A Fitch também
afirmou o rating ‘BB’ das notas seniores sem garantia com vencimento em 2032, emitidas pela Usiminas
International S.a.r.l. e garantidas pela Usiminas. A perspectiva do rating é estável.
Emerson Lopes / Safras News
Copyright 2025 – Grupo CMA
