A produção nacional de trigo apresentou significativa oscilação ao longo das duas últimas décadas, partindo de apenas 2,251 milhões de toneladas em 2006/07 e alcançando 11,380 milhões em 2022/23. Apesar de recuos nos dois ciclos seguintes — com 7,770 milhões em 2024/25 e projeção de 7,105 milhões em 2025/26 —, observa-se uma tendência de crescimento estrutural na produção nacional, impulsionada por ganhos de produtividade e expansão de áreas em determinadas regiões, especialmente no Cerrado.
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Consumo interno de trigo sobe 23% em duas décadas
Por outro lado, o consumo doméstico tem mantido trajetória de crescimento mais estável, partindo de 10,686 milhões de toneladas em 2006/07 para 13,210 milhões em 2025/26, o que representa uma elevação de cerca de 23,6% no período. O aumento reflete o crescimento populacional, a maior demanda por derivados de trigo (como pães, massas e biscoitos) e a inclusão crescente do trigo em rações animais em algumas regiões.
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Dependência de importações de trigo aumenta com queda na produção nacional
A necessidade de importação, calculada como a diferença entre produção e consumo (moagem, ração e sementes), permanece elevada ao longo de toda a série, embora com oscilações. Em 2006/07, o Brasil precisaria importar 8,435 milhões de toneladas para suprir seu consumo (sem considerar utilização de estoques de passagem).
O menor déficit da série ocorreu em 2022/23, quando a produção recorde reduziu a necessidade de importações para 2,113 milhões de toneladas. Nos dois ciclos seguintes, entretanto, o recuo da produção —devido a condições climáticas adversas e redução da área plantada e, em grande parte, às margens negativas — elevou (em 24/25) e elevará (25/26) novamente o déficit: 5,835 milhões de toneladas em 2024/25 e 6,105 milhões em 2025/26, segundo as projeções mais recentes da consultoria de Safras & Mercado.
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Vulnerabilidades no trigo: gargalos logísticos e dependência externa
Esse cenário reforça a dependência estrutural do Brasil das importações de trigo, principalmente de países do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, além dos Estados Unidos e, mais recentemente, da Rússia. A volatilidade climática, os desafios logísticos, o custo de produção e a competitividade frente a outras culturas limitam o crescimento sustentado da produção doméstica. O cerrado segue sendo a grande aposta em relação à redução desse déficit, especialmente com avanços relacionas à reforma tributária e outros relacionados à infraestrutura.
Em síntese, ainda que o Brasil tenha avançado significativamente na produção de trigo nos últimos anos, o descompasso entre produção e demanda continua exigindo um elevado volume de importações. Esse fator torna o país vulnerável a oscilações cambiais, políticas comerciais internacionais (como tarifas e sanções) e à dinâmica de oferta global. Estratégias de incentivo à produção, investimentos em pesquisa e desenvolvimento de cultivares adaptadas, além de políticas públicas, serão determinantes para reduzir essa dependência nos próximos anos.
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