São Paulo, SP – A Cosan divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com prejuízo líquido de R$ 946 milhões, acima do prejuízo líquido de R$ 227 milhões registrado no mesmo período do ano passado (2T24). No primeiro semestre, o prejuízo líquido chegou a R$ 2,7 bilhões, bem acima do prejuízo líquido de R$ 419 milhões do primeiro semestre do ano passado (1S24). Segundo a companhia, o resultado reflete o menor resultado de equivalência patrimonial, parcialmente compensado pela melhora no resultado financeiro. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, o prejuízo líquido recuou R$ 842 milhões.
Em relação ao primeiro trimestre de 2025, a variação ocorreu pela melhora do resultado dos negócios, em razão do reconhecimento das indenizações do sinistro da Moove e maior volume escoado da Rumo, além da variação positiva na rubrica de imposto de renda e contribuição social, relacionado a constituição de imposto devido a diferenças temporárias decorrentes da liquidação de dívidas ocorridas no 1T25.
O Ebitida sob gestão foi de R$ 6 bilhões, queda de 17% em relação ao 2T24. No primeiro semestre, o Ebitda sob gestão foi de R$ 11,3 bilhões, queda de 23% em relação ao 1S24.
A equivalência patrimonial da Cosan Corporativo totalizou um prejuízo de R$ 173 milhões no segundo trimestre de 2025. A variação negativa de R$ 1,5 bilhão, versus o mesmo período de 2024, é devido ao reconhecimento de créditos tributários ocorridos na Raízen impactando o segundo trimestre de 2024, e ao efeito da saída da participação acionária da Vale, com reflexos a partir de janeiro de 2025.
Na comparação com o 1T25, o aumento de R$ 593 milhões é reflexo da melhora do resultado operacional da maioria das empresas do portfólio, em razão da contabilização das indenizações do sinistro na Moove devido ao incidente ocorrido no 1T25, de melhores volumes e do reconhecimento dos lucros cessantes na Malha Sul, na Rumo, além de efeitos pontuais, na Raízen, que impactaram negativamente o resultado do primeiro trimestre de 2025.
O custo da dívida bruta no segundo trimestre de 2025 foi de R$ 580 milhões, redução de R$ 622 milhões versus o 2T24 em razão das ações de liability management realizadas ao longo dos últimos 12 meses que resultaram na menor dívida bruta, além do impacto da valorização do real frente ao dólar no bond perpétuo. A alavancagem encerrou o trimestre em 3,4x, superior em 0,6x versus 1T25, resultado da redução do EBITDA LTM e do aumento da dívida líquida. No 2T25 o ICSD foi de 1,2x, em linha quando comparado com o 1T25.
O resultado financeiro líquido no período foi uma despesa de R$ 657 milhões, R$ 860 milhões inferior ao segundo trimestre de 2024, explicado pela redução do custo da dívida e do impacto negativo do TRS inferior ao do período comparativo, assim como pela variação cambial positiva e pelo maior rendimento das aplicações financeiras. Quando comparado com o 1T25, a variação positiva de R$ 63 milhões é explicada pelos custos das captações que impactaram o primeiro trimestre do ano.
A Raízen registrou Ebitda ajustado de R$ 1,9 bilhão no trimestre, 23% inferior frente ao 2T24, devido a menor contribuição do EAB, impactado pela redução na moagem que impactou negativamente a diluição de custos, além do resultado negativo em distribuição de combustíveis na Argentina pela parada programada para manutenção da refinaria e efeitos no inventário. O resultado foi parcialmente compensado pelo melhor desempenho de Combustíveis Brasil e pelos ganhos de eficiência da revisão das estruturas organizacionais e gestão de gastos
No trimestre, o Ebitda da Radar totalizou R$ 134 milhões (estável versus 2T24), refletindo o resultado dos arrendamentos das propriedades agrícolas do portfólio, além da venda de uma fazenda. O valor das terras do portfólio era de R$ 16,8 bilhões, conforme reavaliação ocorrida ao final de 2024 de acordo com relatórios técnicos, dados de mercado e cotações de venda para potenciais transações e, desse montante, aproximadamente R$ 5,2 bilhões correspondem à participação da Cosan
A Moove registrou Ebitda de R$ 505 milhões no 2T25 (+39% vs 2T24), impactado pelo reconhecimento de perdas e indenizações parciais já confirmadas, procedente do sinistro. O trimestre foi marcado pela execução do plano de continuidade na América do Sul, em decorrência do incêndio ocorrido em fevereiro na planta do Rio de Janeiro. Com relação aos volumes de venda de lubrificantes, a companhia apresentou redução de 13% na comparação entre os períodos, com o início da retomada dos volumes, demonstrando a capacidade de reação da Moove em organizar o novo ecossistema de produção
A Compass registrou Ebitda de R$ 1,2 bilhão no trimestre, uma queda de 12% em relação ao 2T24, refletindo efeitos pontuais que impactaram positivamente o resultado do período comparativo. No acumulado do ano, houve crescimento de 11%, em função de maiores volumes, mix mais rico no segmento de distribuição, além da melhor performance da Edge.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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