São Paulo, SP – A São Martinho divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2026 (Safra 2025/2026), com lucro líquido de R$ 62,8 milhões, queda de 40,9% em relação ao mesmo período da safra anterior (1T26). Segundo a companhia, o resultado reflete a variação do valor justo do ativo biológico e do impacto temporal do pagamento de Juros Sobre o Capital Próprio no segundo trimestre da safra corrente, em relação à Safra 2024/25, quando o provento foi distribuído no primeiro trimestre. Na comparação com o trimestre anterior (4T25), o lucro líquido recuou 40,2%.
O Ebitda ajustado foi de R$ 805 milhões, alta de 19,7%, com margem Ebitda Ajustado de 43,3%, alta de 2,7 pontos percentuais em relação ao 1T25. Na comparação com o trimestre anterior (4T25), o Ebitda ajustado cresceu 4,4%, reflexo de maiores preço e volume comercializados de etanol, parcialmente compensados por menores preço e quantidade de açúcar vendido no período, e margem Ebitda recuou 1 ponto percentual em comparação ao 4T25.
A receita líquida da São Martinho alcançou R$ 1,8 bilhão, alta de 12,2% comparado ao 1T25, impulsionado pelo melhor desempenho do etanol, com avanços de 30,1% em volume e 16,3% em preço, parcialmente compensados pelo menor preço (-8,2%) e quantidade (-4,1%) comercializados de açúcar.
Em 30 de junho de 2025, a Dívida Líquida da Companhia atingiu R$ 4,9 bilhões (-1,4% vs. março/25). A queda do endividamento líquido decorre o balanço entre novas captações e liquidação/amortização dos financiamentos do Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Pré-Pagamento de Exportação (PPE)e Capital de Giro. O Indice de Alavancagem ficou em 1,36x Dívida Líquida/EBITDA Ajustado LTM ao final do 1T26.
O CPV Caixa registrado no 1T26 foi de R$ 926,6 milhões, valor 10,4% superior ao 1T25, devido a maiores vendas no período (+13,3% em termos de ATR vendido), principalmente de etanol, ao início antecipado do período de moagem, resultando um trimestre com maior número de dias efetivos, embora com menor aproveitamento de tempo devido à ocorrência de chuvas, e aos maiores custos de processamento de milho (+18,4% vs. 1T25) advindos da maior quantidade comercializada.
No primeiro trimestre da Safra 2025/26 a São Martinho processou cerca de 8,2 milhões de toneladas de canade-açúcar, uma queda de 7,6% em relação ao mesmo período da safra anterior, reflexo da menor produtividade no período (-11,7% em toneladas por hectare vs. 1T25), decorrente, principalmente, do déficit hídrico registrado em fevereiro e março de 2025, que comprometeu o desenvolvimento dos canaviais.
No 1T26 as operações de cana-de-açúcar produziram aproximadamente 475,1 mil toneladas de açúcar (-11,3% vs. 1T25) e 297,8 mil metros cúbicos de etanol (-13,1%). O processamento de milho adicionou 56,7 mil metros cúbicos de etanol (+11,6%), 38 mil toneladas de DDGS (+18,8%) e 1,9 mil toneladas de Óleo de Milho (+6,9%).
A operação combinada de cana-de-açúcar e processamento de milho produziu, ao final do 1T26, um total de 1.097,4 mil toneladas de ATR (-10,9% vs. 1T25), das quais 998,4 mil toneladas foram advindas da moagem de cana-de-açúcar (-12,6% vs. 1T25). O ATR médio apresentou uma retração de 5,5% em função do déficit hídrico no período de maturação do canavial.
PROJEÇÕES
A companhia também divulgou a atualização do Guidance de Investimentos (capex) para a Safra 2025/26 (12M26). O valor estimado para Modernização/Expansão foi atualizado para R$ 881 milhões, um aumento de R$ 681 milhões em relação ao Guidance inicial, decorrente da aprovação da segunda fase de etanol de milho totalizando R$ 439 milhões na Safra 2025/26 e aquisição parcial de ativos biológicos da Usina Santa Elisa somando R$ 242 milhões (sujeitos a ajustes até o fechamento).
Não houve alterações ao estimado para o Capex de Manutenção, Melhoria Operacional e Demais projetos de Modernização/Expansão. O Guidance de Capex total para a safra 2025/26 foi revisado para aproximadamente R$ 3 bilhões.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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