São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. Um dia após entrar em vigor a tarifa de importação de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros, hoje é a vez dos outros países sentirem o peso das tarifas em suas economias. O presidente Donald Trump comemorou, na rede social Truth Social, a entrada de ‘bilhões de dólares’ a partir de hoje por meio das tarifas. “É MEIA-NOITE!!! BILHÕES DE DÓLARES EM TARIFAS ESTÃO AGORA FLUINDO PARA OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA!”, disse em uma de suas postagens.
Segundo um estudo do Budget Lab de Yale, os impostos de importação chegarão a um nível não visto nos EUA em quase 100 anos, com a expectativa de que os americanos paguem, em média, 18,3% a mais por produtos importados. Essa é a maior taxa desde 1934, segundo o instituto. A Casa Branca informou que, a partir da meia-noite, produtos de mais de 60 países e da União Europeia passariam a ter tarifas de 10% ou mais. Produtos da União Europeia, Japão e Coreia do Sul serão taxados em 15%, enquanto as importações de Taiwan, Vietnã e Bangladesh serão taxadas em 20%. Para países como a UE, Japão e Coreia do Sul, Trump também espera que invistam centenas de bilhões de
dólares nos EUA.
As taxas sobre o Brasil começaram a ser cobradas ontem, e as tarifas sobre a China ainda estão suspensas, com negociações em andamento. Trump disse no início da semana que o acordo com os chineses “não é imperativo”, mas que poderia ser um “bom” acordo. Ambos os países concordaram em reduzir suas respectivas tarifas para 10% durante 90 dias a partir de 14 de maio. Dessa forma, a China impôs uma tarifa de 10% sobre as importações dos EUA, enquanto os EUA aplicam uma tarifa de 30% sobre as importações da China, pois a tarifa de 20% sobre o fentanil permanece vigente. Já a Índia recebeu uma tarifa adicional de 25% por suas compras de petróleo russo, elevando as tarifas combinadas impostas pelo presidente ao país para 50%.
Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que vai conversar na próxima quarta-feira com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, sobre as tarifas de 50% impostas ao Brasil pelos Estados Unidos. “Recebemos uma resposta, enfim, e temos hora e local para a conversa”, afirmou, confirmando que o encontro será virtual e que pode evoluir para novas reuniões presenciais. “Quero normalizar as relações com os Estados Unidos. Até a imposição de uma taxa de 10% eu considero inadequada para a América do Sul, que tem relação deficitária com os Estados Unidos”, disse. “Outro ponto, somos um bloco econômico. O Brasil não pode ser tratado de forma
diferenciada”, destacou.
Sobre o plano de contingência, o ministro disse que faltam alguns detalhes, mas que o texto estará pronto e será enviado hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cabe ao presidente definir quando as medidas serão anunciadas, acrescentou Haddad. “O plano será detalhado e atenderá ao pequeno produtor que não tem alternativas de mercado aos Estados Unidos”, disse, confirmando que medidas de compras de produtos pelo governo fazem parte do pacote. O ministro acredita que o plano virá através de Medida Provisória.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (6) que vai conversar com os representantes dos países que integram o Brics sobre a taxação dos Estados Unidos aos produtos desses países. Em entrevista à agência de notícias Reuters, ele informou que pretende ligar para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e para o presidente da China, Xi Jinping. “Vou tentar fazer uma discussão com eles sobre como cada um está dentro da situação, qual é a implicação que tem em cada país, para a gente poder tomar uma decisão”, disse Lula, lembrando
que o Brics tem dez países no G20, o grupo que reúne 20 das maiores economias do mundo.
A China divulgou hoje os números da balança comercial de julho, que fechou com superávit comercial de US$ 98,24 bilhões. Em junho, o superávit foi maior, de US$ 114,77 bilhões. A previsão era de superávit de US$ 105 bilhões. Em julho, as exportações da China subiram 7,2% no ano (ante previsão de alta de 6%), enquanto as importações avançaram 4,1% (ante previsão de queda de 0,5%).
“Os dados comerciais sugerem que os mercados do Sudeste Asiático desempenham um papel cada vez mais importante no comércio entre os EUA e a China”, disse Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit. “Não tenho dúvidas de que as tarifas de transbordo de Trump visam a China, visto que já era um problema durante o primeiro governo Trump. A China é o único país para o qual o transbordo faz sentido, porque ainda desfruta de uma vantagem nos custos de produção e ainda está sujeita a tarifas americanas significativamente mais altas do que outros países”, acrescentou.
O Banco da Inglaterra (BoE) reduziu nesta quinta-feira sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 4%, citando a continuidade da desinflação e a fraqueza da atividade econômica. A decisão, tomada por maioria estreita de 5 votos a 4, foi divulgada junto com a ata da reunião encerrada em 6 de agosto. A inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu para 3,6% em junho e deve atingir um pico de 4,0% em setembro, pressionada por preços de alimentos, energia e itens administrados. O banco reconhece que “a inflação deverá recuar posteriormente em direção à meta de 2%”, mas mantém a cautela.
No setor corporativo, a Eletrobras divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido ajustado de R$ 1,469 bilhão, alta de 43,3% em relação ao mesmo período do ano passado (2T24). A companhia também confirmou o pagamento de R$ 4 bilhões em dividendos, “reforçando o compromisso com a disciplina financeira e a geração de valor aos acionistas”. Segundo a companhia, o resultado positivo reflete os efeitos positivos como venda de energia e menores despesas com pessoal, material, serviços e outros (PMSO), “em linha com a
estratégia de otimização da comercialização de energia e busca contínua pela eficiência operacional”.
A Brava Energia divulgou ontem o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido de R$ 1,049 bilhão, revertendo o prejuízo líquido de R$ 582 milhões registrado no mesmo período do ano passado (2T24). O resultado é o melhor da história da companhia desde a sua criação, em agosto do ano passado.
A Suzano divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido de R$ 5,012 bilhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 3,766 bilhões registrados no mesmo período do ano passado (2T24). No primeiro trimestre de 2025, o lucro líquido foi de R$ 6,348 bilhões.
A Copel divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido de R$ 573,6 milhões, alta de 21,1% em relação ao mesmo período do ano passado (2T24). De janeiro a junho, o lucro líquido foi de R$ 1,238 bilhão, alta de 22,9% em comparação ao mesmo período do ano passado (1S24). O lucro líquido recorrente foi de R$ 452 milhões, queda de 9,5% em relação ao 2T24. De janeiro a junho, o lucro líquido recorrente foi de R$ 1,029 bilhão, alta de 0,1% em comparação ao mesmo período do ano passado (1S24).
A Braskem divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com prejuízo líquido de R$ 267 milhões, inferior ao prejuízo líquido de R$ 3,7 bilhões registrado no mesmo período no ano passado (2T24). De janeiro a junho, o lucro líquido foi de R$ 431 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 5,081 bilhões registrado no mesmo período do ano passado (1S24).
A Santos Brasil divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido de R$ 193,4 milhões, alta de 12,6% em relação ao mesmo período do ano passado (2T24). De janeiro a junho, o lucro líquido foi de R$ 391 milhões, alta de 22,6% em comparação ao mesmo período do ano passado (1S24).
A Embraer anunciou hoje que a Aerocardal passará a integrar a Rede de Centros de Serviços Autorizados dedicada a jatos executivos. A empresa chilena está sediada no Aeroporto Internacional Arturo Merino Benítez, em Santiago, e atua no mercado de aviação executiva desde 1991. A Aerocardal fornecerá serviços de manutenção de linha, incluindo manutenção não programada e atendimentos sem agendamento para clientes locais e externos que operam no país.
A Hypera Pharma report ou lucro líquido de R$ 425,4 milhões no segundo trimestre de 2025, queda de 13,6% ante igual período do ano anterior. O lucro líquido das operações continuadas diminuiu 13,4% no período e alcançou R$ 426,1 milhões, consequência principalmente da diminuição do EBIT das Operações Continuadas por conta do processo de otimização de capital de giro concluído nesse trimestre.
A Minerva Foods registrou lucro líquido de R$ 458,3 milhões no segundo trimestre do ano, 4,8 vezes superior aos R$ 95,4 milhões registrados no mesmo período de 2024, um aumento de 380,2%, a melhor performance trimestral da história da companhia, segundo a empresa descreveu no seu relatório trimestral. No acumulado do ano, no entanto, a companhia acumulou prejuízo de R$ 829,9 milhões, ante lucro de R$ 70,1 milhões entre janeiro e junho de 2024.
Um levantamento inédito da Confederação Nacional da Indústria (CNI) faz um raio-x de como ficam as exportações brasileiras aos Estados Unidos, principal destino das vendas da indústria de transformação nacional, considerando todas as tarifas adicionais impostas pelo governo de Donald Trump ao Brasil. No total, 77,8% da pauta exportadora está sujeita a alguma taxação adicional, considerando as ordens executivas que instituíram as tarifas de 10%, de 40% e a Seção 232 do Trade Expansion Act, de 25% e 50%, aplicadas exclusivamente a produtos de aço, alumínio, cobre,
veículos e autopeças. Mais da metade das exportações enfrentarão sobretaxas de 50%.
A Totvs obteve lucro líquido ajustado de R$ 218,3 milhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), alta de 50,9% na comparação anual. De janeiro a junho, o lucro líquido ajustado somou R$ 446 milhões, 47,2% acima do mesmo período de 2024.
O lucro líquido do Rede D’Or subiu 12,9% no segundo trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 1,13 bilhão. Já o lucro líquido ajustado atingiu R$ 1,18 bilhão, uma alta de 12,3% na mesma comparação. Entre os fatores que compõem o resultado, a companhia citou a piora anual de 49,1% no resultado financeiro, que foi negativo em R$549,8 milhões no trimestre, devido às maiores despesas financeiras em função do aumento do CDI, além do lucro antes do resultado financeiro e impostos (imposto de renda e contribuição social) consolidado de R$1,9 bilhão e despesas com imposto de renda e contribuição social de R$215,3 milhões no 2T25.
A BB Investimentos divulgou uma análise com as expectativas sobre os principais setores e empresas listadas impactados pelo aumento da tarifa de importação dos Estados Unidos, que passa a vigorar a partir de hoje, 6 de agosto. O relatório também considera um preço-alvo de 153 mil pontos para o Ibovespa em 2025, com potencial de alta de 14,91%, e avalia os impactos para as seguintes companhias sob sua cobertura: Petrobras (PETR4); Jalles (JALL3); Minerva (BEEF3); Marfrig (MRFG3); Suzano (SUZB3); Klabin (KLBN11); CSN (CSNA3); Usiminas (USIM5); Gerdau (GGBR4); Embraer (EMBR3); e Weg (WEGE3).
A Cogna reportou lucro líquido de R$ 118,8 milhões no segundo trimestre deste ano (2T25), revertendo o prejuízo de R$ 8,3 milhões, na comparação anual, reflexo da melhora do resultado operacional, que cresceu 17,0%, alcançando R$ 622,7 milhões e da redução de 30,0% no resultado financeiro devido as ações de liability management realizado nos últimos anos, explicou a companhia.
Emerson Lopes / Safras News
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