São Paulo, SP – A Braskem divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com prejuízo líquido de R$ 267 milhões, inferior ao prejuízo líquido de R$ 3,7 bilhões registrado no mesmo período no ano passado (2T24). De janeiro a junho, o lucro líquido foi de R$ 431 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 5,081 bilhões registrado no mesmo período do ano passado (1S24).
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente foi de R$ 427 milhões, queda de 74% em relação ao 2T24. De janeiro a junho, o Ebitda recorrente foi de R$ 1,749 bilhão, queda de 38% em comparação ao mesmo período do ano passado (1S24). A margem Ebitda foi de 2%, queda de 0,6 ponto percentual. Segundo a companhia, o resultado foi impactado em função, principalmente, da redução nos spreads internacionais de PE e PVC nos segmentos Brasil/América do Sul e México, dos efeitos da parada programada de manutenção no México, e do efeito estoque nos segmentos.
A receita líquida de vendas foi de R$ 17,8 bilhões, queda de 6% em relação ao 2T24. De janeiro a junho, a receita líquida de vendas foi de R$ 37,3 bilhões, alta de 1% em comparação ao mesmo período do ano passado (1S24).
No 2T25, a Braskem apresentou consumo operacional de caixa de R$ 175 milhões, inferior ao 1T25 em função principalmente do menor consumo de capital de giro no período, explicado pelos menores custos de produto acabado e de matéria prima e pelos esforços da Companhia para otimização dos níveis de estoques no trimestre.
O consumo recorrente de caixa foi menor em relação ao 1T25, totalizando R$ 1 bilhão no 2T25 em função, principalmente dos menores pagamentos semestrais de juros dos títulos de dívida emitidos no mercado internacional pela Companhia, que se concentram no primeiro e terceiro trimestres do ano. Considerando os desembolsos referentes ao evento geológico de Alagoas, a Companhia apresentou um consumo de caixa de R$ 1,4 bilhão no 2T25.
A dívida bruta corporativa encerrou o trimestre em aproximadamente US$ 8,5 bilhões, com prazo médio de 9 anos e 68% dos vencimentos a partir de 2030. A Companhia encerrou o trimestre com o saldo de dívida líquida ajustada de US$ 6,8 bilhões. Ao final do 2T25, a posição de caixa, excluindo Braskem Idesa, era de US$ 1,7 bilhão, sem considerar a linha de crédito rotativo de US$ 1 bilhão disponível até dezembro de 2026.
O investimento previsto para ser realizado ao longo de 2025 pela Braskem (ex-Braskem Idesa e ex-REIQ Investimentos) é de US$ 404 milhões (R$ 2,4 bilhões). Ao final do 2T25, a Braskem realizou investimentos no valor de aproximadamente US$ 91 milhões (R$ 515 milhões) (ex-Braskem Idesa e REIQ-Investimentos).
OPERACIONAL
O volume de vendas de resinas no Brasil cresceu 1% na comparação anual, reflexo, principalmente, do aumento no volume de vendas de gasolina, tolueno e benzeno, em função da maior disponibilidade de produto para venda devido a normalização das operações no Rio Grande do Sul, compensado parcialmente pelo menor volume de vendas de paraxileno em função da parada programada ocorrida no 2T25 nesta unidade.
Segundo a companhia, o mercado brasileiro permaneceu em linha em comparação ao 1T25, explicado, principalmente, pelo maior volume de vendas de benzeno e propeno em função do aumento da demanda
no mercado brasileiro. Tal efeito foi compensado, parcialmente, pelo menor volume de vendas de paraxileno em função da parada programada ocorrida no 2T25 na unidade de produção deste produto e eteno em função da redução da demanda no mercado brasileiro durante o período.
Em comparação ao primeiro trimestre deste ano (1T25), o volume de vendas de resinas no mercado brasileiro cresceu 3%, refletindo a antecipação de compras na cadeia de transformação em função dos menores preços no mercado internacional durante o 2T25, impactados pelas incertezas tarifárias; e da expectativa de aumento das referências internacionais de preço ao longo do segundo semestre de 2025. Em relação ao 2T24, o volume de vendas permaneceu em linha (+1%), com destaque para aumento no volume de vendas de PVC e PE em 6% e 2%, respectivamente, compensado parcialmente pela redução no volume de vendas de PP em 3%.
A taxa média de utilização das centrais petroquímicas permaneceu em linha em relação ao 1T25 impactado, principalmente, pela maior produção da central petroquímica do Rio de Janeiro devido a formação de estoques em antecipação à parada programada desta central prevista para ocorrer no 3T25. Tal efeito foi compensado pela contínua adequação dos níveis de produção a menor demanda no período; e pelo menor fornecimento de matéria-prima para a central petroquímica de São Paulo.
Em relação ao 2T24, o aumento da taxa de utilização (+3 p.p.) é explicado, principalmente, pela normalização das operações na central petroquímica de Triunfo, no Rio Grande do Sul, que foram interrompidas durante 2T24 em função do evento climático extremo que atingiu o estado.
As exportações foram menores em relação ao 1T25 (-39%) explicado, principalmente, pelo menor volume de exportações de butadieno, benzeno, paraxileno e tolueno em função da menor disponibilidade do produto para exportação. A redução (-56%) em relação ao 2T24 é explicada principalmente, pelo menor volume de exportações de gasolina, benzeno e tolueno.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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