São Paulo, SP – Os índices futuros americano e as bolsas europeias abriram em alta. A semana começa com os investidores ainda analisando o que acontecerá com a economia dos Estados Unidos nos próximos meses diante do início da vigência das novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump a seus principais parceiros comerciais. Na última sexta-feira, Trump confirmou as tarifas sobre exportações, que incluem uma taxa de 35% sobre muitos produtos canadenses, 50% para o Brasil, 25% para a India, 20% para Taiwan e 39% para a Suíça
Segundo esse documento, foi listada uma elevação nas tarifas de importação, variando de 10% a 41%, para 69 parceiros comerciais, com início na próxima sexta-feira (6). Alguns países conseguiram negociar acordos para reduzir tarifas, mas outros não tiveram oportunidade de negociar com a administração Trump. Produtos de todos os outros países que não constam na lista serão taxados com uma tarifa de importação de 10% pelos EUA.
Dominic LeBlanc, ministro federal canadense responsável pelo comércio entre Canadá e EUA, afirmou estar otimista após conversas recentes, mas reconheceu que ainda é preciso avançar para alcançar um acordo que favoreça as duas economias. LeBlanc comentou que, apesar do progresso com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e o representante de Comércio norte-americano, Jamieson Greer, ainda há pontos a serem ajustados para garantir um acordo mutuamente benéfico. Ele expressou esperança de que um acordo possa ser firmado em breve, possibilitando a redução de tarifas e oferecendo mais segurança para investimentos bilaterais.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que “há elementos de um acordo” sendo consolidados entre EUA e China, restando ainda alguns detalhes técnicos a serem resolvidos por parte dos chineses. Mesmo sem cravar o sucesso final das tratativas, ele transmitiu confiança de que um entendimento será alcançado, embora ressalte que “não está 100% concluído”. O diálogo entre os dois países ocorre em meio a uma trégua tarifária temporária prestes a expirar: desde o acirramento das disputas comerciais, os EUA chegaram a aplicar tarifas de até 145% sobre importações chinesas, enquanto a China respondeu com tarifas de 125%. Recentemente, os dois países reduziram esses encargos (as tarifas dos EUA caíram para 30% e as da China para 10%) criando uma janela de oportunidade para costurar um acordo antes do prazo final de 12 de agosto.
A China habilitou 183 novas empresas brasileiras de café a exportar o produto para o país. O anúncio foi feito pela Embaixada da China no Brasil nas redes sociais. Segundo a publicação, a medida tem validade de cinco anos e entrou em vigor a partir de 30 de julho, mesmo dia em que os Estados Unidos assinaram a ordem que oficializou o tarifaço contra o Brasil. O anúncio ocorre em um momento de incertezas para os exportadores do produto. O governo de Donald Trump anunciou que, a partir de 6 de agosto, a exportação do café brasileiro para os Estados Unidos passará a ser taxada em 50%. Os EUA são o principal destino das exportações do produto. Em 2024, eles importaram cerca de 23% de café brasileiro, especialmente da variedade arábica, insumo essencial para a indústria local de torrefação.
Por aqui, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Brasil não deve abrir mão de procurar viabilizar uma alternativa ao dólar como moeda para fazer comércio internacional. Apesar de os EUA não citarem diretamente a substituição do dólar no comércio global como motivo para taxação do Brasil, analistas têm apontado que essa proposta em discussão no Brics está por trás da ação de Donald Trump.
Em convenção do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília, Lula destacou que o Brasil não quer desafiar os EUA, mas que o país tem interesses estratégicos que precisa defender. O presidente afirmou que o Brasil não é uma republiqueta e que quer negociar em igualdade de condições. “Os EUA são muito grande, é o país mais bélico do mundo, é o país mais tecnológico do mundo, é o país com a maior economia do mundo. Tudo isso é muito importante. Mas nós queremos ser respeitados pelo nosso tamanho. Nós temos interesses econômicos e estratégicos. Nós queremos crescer. E nós não somos uma republiqueta. Tentar colocar um assunto político para nos taxar
economicamente é inaceitável. É inaceitável”, avaliou o presidente.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, divulgará nesta segunda-feira (4), às 14h30, os dados do emprego formal referentes ao mês de junho de 2025, durante coletiva à imprensa no edifício-sede do MTE, em Brasília (DF). A apresentação do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) contará com a presença da subsecretária de Estudos do Trabalho, Paula Montagner, e equipe técnica. Em maio, o Caged apontou que o Brasil criou 148.992 empregos formais. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na semana passada, que Brasil atingiu no segundo trimestre do ano a taxa de desemprego de 5,8%. No conjunto de três meses encerrado em junho, o país tinha 102,3 milhões de trabalhadores ocupados e cerca de 6,3 milhões
desocupados.
Hoje pela manhã também foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a previsão para 2025 passou de 5,09% para 5,07%. Para 2026, a expectativa para a inflação recuou de 4,44% para 4,43%. A meta para a inflação no período é de 3%.
Sobre a taxa Selic, a previsões para 2025 e 2026 seguem em 15% e 12,50%, respectivamente. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2025 ficou estável em 2,23%, e para o ano que vem recuou de 1,89% para 1,88%. Sobre o dólar, as cotações para 2025 e 2026 seguem em R$ 5,60 e R$ 5,70, respectivamente.
No setor corporativo, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta uma pequena
desaceleração de 0,6% (76.809 MWmed) no Sistema Interligado Nacional (SIN) em agosto, na
comparação anual, no boletim do Programa Mensal da Operação (PMO) para a semana operativa entre
2 e 8 de agosto. O órgão explica que o comportamento da carga é impactado por diversos fatores e
encontra-se dentro do esperado para o período em que as temperaturas estão mais amenas.
A Petrobras assinou contratos de afretamento e de prestação de serviços de operação náutica e
hotelaria referentes a duas embarcações autoeleváveis do tipo Liftboat, no valor de R$ 1,2
bilhão. Essas embarcações apoiarão operações de manutenção e prontidão de plataformas fixas
que serão descomissionadas nas bacias Sergipe-Alagoas e Rio Grande do Norte-Ceará. O acordo
comercial, oriundo de um processo licitatório, foi celebrado com a OOS International B.V., em
parceria com a Camorim Serviços Marítimos Ltda.
A petroleira britânica BP informou a descoberta de petróleo e gás no bloco Bumerangue, em águas
profundas da Bacia de Santos, cerca de 404 km da costa do Rio de Janeiro, a uma profundidade de
2.372 metros. O poço foi perfurado a uma profundidade total de 5.855 metros. O poço atingiu o
reservatório à aproximadamente 500 metros abaixo do topo da estrutura e atravessou uma coluna de
hidrocarbonetos estimada em 500 metros, em um reservatório de carbonato pré-sal de alta qualidade,
com uma extensão de área superior a 300 km2.
A TOTVS informou que o Conselho de Administração de sua controlada Dimensa elegeu, nesta data,
Daniel Coifman Bergman ao cargo de diretor-presidente e que tomará posse em 6 de agosto.
A Eletrobras informou que sua subsidiaria Eletronorte foi vencedora através do mecanismo
concorrencial para negociação de títulos de valores não pagos na liquidação financeira do
Mercado de Curto Prazo (MCP), realizado, na sexta-feira (1), ou leilão do risco hidrológico (GSF),
pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), para a usina UHE Coaracy Nunes, com
garantia física de 62,20 MW Médios e valor de R$ 14,4 milhões, com ágio de 27,36% e extensão de
outorga por 7 anos, com término da concessão em junho de 2059.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e sua subsidiária integral Cemig Geração e
Transmissão (Cemig GT), comunicam que a Cemig GT, a Cemig PCH S.A. e o Consórcio Queimado venceram
o leilão de créditos do Generation Scaling Factor (GSF) para extensão de concessões, promovido
na sexta-feira (1) pela CCEE. Com o resultado, haverá a extensão das concessões das usinas
hidrelétricas de Queimado (7 anos), Pai Joaquim (7 anos) e Irapé (3 anos), cujo desembolso total
será de aproximadamente R$ 200 milhões.
A Cemig recebeu ofício do Estado de Minas Gerais, acionista controlador da companhia, por meio do
qual informa que autorizou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a
realizar a abertura de request for information (RFI), etapa prévia e não vinculante para
identificação no mercado de consultores técnicos especializados interessados em apoiar a
elaboração do laudo de avaliação econômico-financeira da Cemig, para fins de amortização da
dívida, no âmbito do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).
A Minerva informou que foi concluída com sucesso a oferta de emissão de debêntures simples, no
montante de R$ 2,0 bilhões, dividido em 4 séries e optando por fazer o swap das duas últimas
séries.
O Fleury concluiu, por meio de sua subsidiária integral Instituto Hermes Pardini, a aquisição de
100% das quotas de emissão do Hemolab. O valor da aquisição é de R$ 39,5 milhões (enterprise
value), e está sujeito a ajustes e retenções, conforme previsto no contrato de compra e venda de
quotas.
O Instituto Aço Brasil divulgou posicionamento sobre a Ordem Executiva divulgada na quarta-feira
(30/7), em que o governo dos Estados Unidos formaliza o incremento em 40 pontos percentuais na
chamada reciprocidade tarifária. A entidade afirma que “mantém o entendimento de que a nova taxa
não incidirá sobre o aço brasileiro que ingressar no país, além dos 50% da sobretaxa já
decretada em junho e aplicada a todos os países”.
A Weg anunciou que investirá aproximadamente R$160 milhões voltado à verticalização e expansão
da produção de motores elétricos em sua unidade de Linhares, no Espírito Santo.
O conselho de administração da Vale aprovou a nomeação de Heloísa Belotti Bedicks como
coordenadora do Comitê de Auditoria e Riscos da companhia.
O Governo de Minas realizou o reajuste tarifário de gás natural canalizado para agosto deste ano,
com maior impacto positivo nos preços dos segmentos industrial e automotivo. Os setores industrial,
cogeração e climatização, gás natural comprimido e gás natural liquefeito terão redução
média de 7,95%. Já o segmento veicular apresentará a maior queda, com 9,20% no percentual. O
reajuste foi divulgado no Diário Oficial do Estado, na sexta-feira (1/8), conforme o previsto
Contrato de Concessão firmado entre o Estado e a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig).
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) divulgou
posicionamento sobre o impacto das elevações nas misturas E30 e B15 que, na sua avaliação, pode
gerar alterações de preços para as distribuidoras e, consequentemente, podem elevar os preços
dos combustíveis para o consumidor final. A entidade prevê que, desde que mantidas todas as
variáveis de mercado, com a elevação para 30% do etanol anidro, há uma possibilidade de queda
de, aproximadamente, R$ 0,02 no custo de comercialização das distribuidoras para a gasolina e de
um potencial aumento médio de R$ 0,02 para o óleo diesel, com o aumento do biodiesel na mistura
para 15%.
A Gol informou que as agências de classificação de risco de crédito corporativo Moodys e Fitch
finalizaram o processo de classificação da companhia e das exit notes emitidas pela Gol Finance em
conexão com a saída da Gol do processo de Chapter 11, atribuindo nota B3 com perspectiva estável
e CCC+ com perspectiva positiva, respectivamente, para Moodys e Fitch.
A Vale informou que tomou conhecimento pela imprensa, sobre uma ação ajuizada pela Advocacia-Geral
da União (AGU) contra a Vale no Tribunal Regional Federal da 6a Região (TRF6), no valor de
aproximadamente R$ 2 bilhões, relacionada à suposta exploração irregular da Mina do Tamanduá,
localizada em Nova Lima (MG). A companhia informa que não foi citada pelo Poder Judiciário a
respeito de tal ação, e que irá apresentar sua manifestação ao juízo competente em momento
oportuno.
A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que ajuizou, no Tribunal Regional Federal da 6a Região
(TRF6), ação contra a mineradora Vale, cobrando R$ 2 bilhões por danos causados ao patrimônio
público. O processo, conduzido pela Procuradoria Regional da União da 6a Região (PRU6), trata da
exploração irregular na mina do Tamanduá, em Nova Lima (MG).
Emerson Lopes / Safras News
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