A decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ), divulgada no início do dia de hoje, manteve os juros em 0,5%, e a deliberação dos membros do conselho do banco foi unânime.
Para o banco, o crescimento econômico do país deve moderar em 2025, devido à desaceleração das economias no exterior, impactos de políticas comerciais e queda nos lucros corporativos domésticos. Apesar disso, condições financeiras acomodatícias devem fornecer algum suporte. O crescimento deve se recuperar posteriormente, acompanhando a retomada das economias estrangeiras.
Já para a inflação, a previsão é de que o índice de preços ao consumidor (excluindo alimentos frescos) aumente entre 2,5% e 3% ao ano em 2025, caia para 1,5% a 2% em 2026 e fique em torno de 2% em 2027. A recente alta nos preços dos alimentos, como o arroz, deverá perder força, mas a inflação subjacente deve permanecer moderada devido à economia mais fraca, voltando a subir conforme a escassez de mão de obra se intensifica.
Do ponto de vista do mercado de trabalho, o BoJ aponta que, embora as exportações e a produção industrial possam apresentar fraqueza durante o período de desaceleração global, os investimentos empresariais tendem a continuar com foco em digitalização, pesquisa, desenvolvimento e fortalecimento das cadeias produtivas. O mercado de trabalho continuará apertado, com pressões para aumento salarial, especialmente pela baixa oferta de mão de obra feminina e das pessoas mais idosas.
O painel do BoJ destaca riscos significativos ligados à evolução de políticas comerciais globais, conflitos geopolíticos (como Ucrânia e Oriente Médio), volatilidade dos preços de energia e alimentos e o desempenho incerto da economia chinesa. Esses fatores podem impactar tanto a atividade econômica quanto a inflação japonesa, sendo que os riscos para a economia estão inclinados para baixo em 2025 e 2026.
Os membros do Banco afirmam que vão monitorar os dados econômicos e devem ajustar gradualmente a taxa de juros de acordo com o progresso da economia e da inflação, atentos aos riscos e incertezas globais. O objetivo é sustentar a estabilidade de preços em torno da meta de 2%, adaptando os estímulos conforme necessário e monitorando atentamente o sistema financeiro japonês e o contexto internacional.

