Logo (4)
COTAÇÕES
Dólar
Euro

Bolsa fecha em alta sob efeito de exceções do tarifaço em dia de Super Quarta, dólar sobe

Links deste artigo

São Paulo -O dia foi agitado no mercado financeiro. A Bolsa fechou em alta sob impacto positivo de alguns produtos brasileiros não entraram na lista do tarifaço de 50% de Donald Trump, oficializada hoje pela Casa Branca, entre elas as aeronaves beneficiando Embraer. Ademais das tarifas, o mercado reagiu à decisão de política monetária nos Estados Unidos, que manteve a taxa entre a banda de 4,25% e 4,5%, conforme o esperado, mas a votação não foi unânime. Os investidores esperam pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

O dia contou com indicadores importantes e a sanção dos Estados Unidos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com a aplicação da lei Magnitsky.

As ações da Embraer (EMBR3) dispararam 10,92%. Petrobras (PETR3 e PETR4) subiu 1,12% e 1,01%. Frigoríficos e cíclicas avançaram em bloco. Vale (VALE3) caiu 1,78%.

O principal índice da B3 subiu 0,95%, aos 133.989,71 pontos. O giro financeiro foi de R$ 22,4 bilhões. Às 17h18 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em agosto avançava 0,73%, aos 134.335 pontos. Em Nova York, os índices fecharam mistos.

Thiago Pedroso, sócio na Critera Investimentos e assessor de investimentos comentou sobre a lista de produtos brasileiros que ficarão fora do tarifaço de 50% e seguirão com a tarifa de 10%.

“Mais uma vez, fica evidente onde está a maior sensibilidade do governo Trump: no bolso do consumidor americano. De forma geral, foram poupados produtos complementares ou que poderiam gerar pressão adicional sobre a inflação nos EUA, sinal claro de uma estratégia voltada à proteção do poder de compra doméstico. Apesar disso, Trump aproveitou o momento para reforçar publicamente a cobrança por um maior alinhamento do Brasil com os Estados Unidos. Também mencionou, mais uma vez, as tensões envolvendo o ministro Alexandre de Moraes e o julgamento de Bolsonaro. No fim, o impacto prático da medida foi bem menor do que o mercado temia”.

Ricardo Leite, head variável da Diagrama investimentos, disse que as isenções de alguns produtos e falas de Jerome Powell mexeram com o mercado.

“Algumas empresas estão se beneficiando com a isenção das tarifas [de 50%], como a Embraer que dispara, e as ações cíclicas. O movimento da Vale está estranho porque o minério foi incluído na lista e a ação ampliou as perdas. As carnes não entraram na lista, mas os frigoríficos reverteram a queda. Os ativos baseados em mercado externo estão sofrendo por causa da precificação da taxa americana e as ligadas ao mercado interno sobem. O Vix, que é um termômetro para avaliar o risco de mercado subiu muito de 7,8 pontos para 17,21 pontos. As treasuries estão subindo e as bolsas americanas caindo. As falas do Powell chamaram atenção quando disse que os próximos passos vão ser em direção aos juros neutros, mas isso ainda está indefinido”.

Sobre o Fed, Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, destacou que a decisão veio conforme esperada, mas não teve unanimidade.

“No comunicado, foi mantida a postura de “esperar para ver”, destacando que o comitê seguirá respondendo a dados futuros, à evolução das projeções e ao balanço de riscos, em busca do mandato duplo de inflação e desemprego, mas houve destaque para a moderação do crescimento da atividade, o que pode indicar que o início do afrouxamento está próximo. Michelle Bowman e Christopher Waller votaram por iniciar o ciclo de cortes de juros. É a primeira vez desde 1993 que dois membros do comitê votam contra a decisão acordada, em meio a um ambiente de pressão política por cortes de juros que gera volatilidade à medida que coloca em dúvida a capacidade do comitê de manter decisões técnicas. Por outro lado, a discussão pode ter um efeito positivo no mercado ao indicar a proximidade do ciclo de afrouxamento, que já é esperado para a partir de setembro”.

Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, disse que o mercado está volátil em uma semana de decisão de juros, proximidade ao final do prazo das tarifas e balanços.

“Essa semana, o tom será de volatilidade com as decisões do Copom, Fed e BoJ [banco central japonês], e os comunicados vão trazer um direcionamento ao mercado. Acredito que veremos um Fomc mais dividido hoje porque temos visto Waller [Christopher Waller] e Bowman [Michelle Bowman] defenderem flexibilização [dos juros]. Mas, o consenso é a manutenção da taxa. O Powell deve manter uma postura cautelosa e reativa, apesar da pressão de Trump. Ele vai continuar com o mesmo discurso, enquanto não visualizar bem os dados dificilmente vai dar um guidance que o mercado não espera. No Brasil, também será a manutenção da Selic. Vamos ver um BC ainda preocupado com a inflação, mas deve colocar dos preços via Boletim Focus. A preocupação com o mercado externo deve ser ampliada por conta das tarifas”.

Em relação às tarifas, Moreira não acredita em um acordo, mas o governo pode trabalhar a postergação. “Tem muita ponta solta, muitas frentes sendo abertas. O importante seria uma conversa entre os presidentes [Lula e Trump] e Haddad com Bessent [Scott Bessent]. Sobre os balanços, o sócio da One Investimentos, está com boas expectativas para o resultado do Bradesco. O banco deve continuar com a melhora do crédito, se pegarmos como balizador esse item dos últimos balanços”.

Mais cedo, foi divulgada a primeira leitura do PIB americano referente ao segundo trimestre de 2025, que subiu 3% em taxa anualizada, acima das projeções dos analistas de 2,3%, o que mostra que a economia americana está robusta. Em termos anuais, o índice de preços para os gastos pessoais (PCE) teve alta de 2,1% no segundo trimestre, após alta de 3,7% no 1T25. O núcleo do PCE registrou alta de 2,5%, após aumento de 3,5% nos três meses anteriores.

Em relação ao PIB americano, Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, comentou que “o PIB apresentou crescimento de 3%, enquanto o mercado previa 2,4%. Um dos sinais mais confiáveis é que a economia americana está aquecida, apesar de os juros estarem em 4,5%, que para eles é um patamar elevado, e muitas vezes ofuscado pelo número do cheio do PIB. Na métrica da inflação PCE, houve desaceleração de 3,60% para 2,7%, o que pode ajudar o banco central [na fala do Powell] a dizer que está próximo a cortar juros. Mas, a mensagem que o mercado vai se ater, principalmente, é que os Estados Unidos não caminham para uma recessão. O país deve crescer entre 1,5% e 2% esse ano. O ponto principal foi que está descartada a recessão nos Estados Unidos depois dos dados de hoje. A queda no do PIB no 1º trimestre foi mais técnica do que uma economia americana mais fraca”.

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,32%, cotado a R$ 5,5882. A moeda refletiu os indícios de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) pode começar a cortar a taxa básica de juros já na próxima reunião enfraquecem a divisa estadunidense.

O Fed anunciou que a taxa de básica de juros permanece entre na banda entre 4,25% e 4,50%.

Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou a sobretaxação de 50% ao Brasil.

Para o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, os dos dissidentes favoráveis ao corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) já na reunião de hoje deram um aceno para o mercado que o corte dos juros se aproxima: “O dólar está perdendo força globalmente com o cenário de corte na próxima reunião”.

Assim como o dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta. O aceno do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que manteve a taxa básica de juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, de que pode iniciar o corte na taxa na próxima reunião impactaram o mercado. Concomitante a isso, o presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou a sobretaxação de 50% ao Brasil.

Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,920% de 14,910% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,235%, de 14,155%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,530%, de 13,470%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,430% de 13,380% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo negativo, após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizar que o banco central ainda não está pronto para cortar os juros, enquanto avalia o impacto das tarifas mais altas impostas pelo presidente Donald Trump sobre a inflação.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,38%, 44.461,28 pontos
Nasdaq 100: +0,15%, 21.129,67 pontos
S&P 500: -0,12%, 6.362,90 pontos

 

Paulo Holland e Darlan de Azevedo /Safras News

Compartilhe

  • Deixe uma resposta
    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *
PLATAFORMA SAFRAS

RELACIONADOS

  • Todos
  • Açúcar
  • Açúcar e Etanol
  • Agenda da Semana
  • Agricultura de Precisão
  • Agronegócio
  • Algodão
  • Arroz
  • Biodiesel
  • Blog Açúcar
  • Blog açúcar e etanol
  • Blog Agricultura de Precisão
  • Blog Algodão
  • Blog Arroz
  • Blog Biodiesel
  • Blog boi
  • Blog Café
  • Blog clima
  • Blog Feijão
  • Blog Fertilizantes
  • Blog Frango
  • Blog Milho
  • Blog Plataforma Safras
  • blog safras
  • Blog Soja
  • blog suíno
  • Blog Trigo
  • Boi
  • Café
  • Clima
  • Destaque
  • Economía
  • Economia
  • Empresas
  • Empresas
  • Feijão
  • Fertilizantes
  • Financeiro
  • Frango
  • Mercado
  • Milho
  • Plataforma Safras
  • SAFRAS Podcast
  • SAFRAS TV
  • Sem categoria
  • Social BR
  • Social Latam
  • Soja
  • Suíno
  • Trigo

Ganhe uma visão uniforme e aprofundada do agronegócio com a Plataforma Safras: acesse análises, preços comerciais, fretes, paridades, estatísticas, indicadores, notícias, gráficos e baixe relatórios em um único lugar!

TUDO SOBRE O AGRONEGÓCIO

 GLOBAL EM UM SÓ LUGAR

Ver Pacotes
Group 139 1

CADASTRE SEU E-MAIL E FIQUE POR DENTRO DAS INFORMAÇÕES SOBRE O AGRONEGÓCIO.

Cadastrar