São Paulo, SP – Os índices futuros americano e as bolsas europeias abriram em alta. Começa hoje a enxurrada de dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, com a divulgação do relatório Jolts (Job Openings and Labor Turnover Survey) de junho. Em maio, a pesquisa mostrou que os EUA registraram 7,769 milhões de postos de trabalho abertos, uma alta em relação aos 7,395 milhões registrados um mês antes (dado revisado).
O relatório Jolts foi citado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte americano) como uma das medidas favoritas sobre a saúde do mercado de trabalho dos Estados Unidos. A semana ainda trará os números do relatório publicado pela Automatic Data Processing (ADP) e pela Macroeconomic Advisers, com os dados de emprego do setor privado, na quarta-feira (30), e o payroll, na sexta-feira (1).
Analistas acreditam que, apesar das tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a seus principais parceiros comerciais não ter afetado negativamente o mercado de trabalho no país, ainda é cedo para saber ao certo como a guerra fiscal vai impactar os empregos no segundo semestre. No payroll de junho, a criação de empregos superou as previsões e o desemprego caiu de forma inesperada, com demissões ainda contidas. A boa saúde do mercado de trabalho pode permitir que o Fed mantenha as taxas inalteradas até que o impacto das tarifas sobre a inflação fique mais claro, apesar da pressão do governo Trump por um afrouxamento monetário.
Por falar em Fed, hoje começa a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), que decidirá amanhã a taxa de juros no país. Na semana passada, o governador do Fed, Christopher Waller, visto como um possível sucessor do presidente Jerome Powell, apresentou seu argumento mais forte até agora a favor de um corte nas taxas de juros ainda este mês, afirmando que as barreiras comerciais provavelmente não desencadearão um aumento prolongado dos preços e destacou que o Fed precisa estar atento à possível desaceleração da economia. A expectativa do mercado é que a taxa será mantida no patamar atual, na faixa de 4,25% a 4,5%.
Para Nigel Green, CEO do grupo global de investimentos deVere, com o mercado de trabalho ainda forte e pressões salariais persistentes, não há justificativa para cortes de juros no curto prazo. A expectativa de uma guinada do Fed em setembro foi abalada pelos dados do payroll de junho, e agora o cenário é de manutenção dos juros altos por mais tempo. O dólar se fortaleceu após a divulgação, os rendimentos dos títulos do Tesouro subiram e ativos de risco ficaram mais vulneráveis.
“O Fed, pressionado politicamente pela Casa Branca, não deve agir motivado pelo calendário eleitoral, mas sim pelos dados econômicos. Jerome Powell, presidente do Fed, já sinalizou que a instituição está confortável em manter os juros enquanto monitora a inflação e os efeitos das tarifas comerciais. O consenso entre analistas é que, sem uma desaceleração significativa do mercado de trabalho ou uma surpresa negativa na inflação, cortes de juros só ocorrerão no final do ano ou até mais tarde”, disse deVere.
Por aqui, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem (28) o plano de contingenciamento para ajudar empresas afetadas pela tarifa de 50% aos produtos brasileiros impostas pelos Estados Unidos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou que o Brasil não pretende sair da mesa de negociações e continuará a dar prioridade ao diálogo para tentar reverter a medida.
Formulado pelos Ministérios da Fazenda; do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; das Relações Exteriores; e pela Casa Civil, o plano de contingência agora está sob análise de Lula, que tomará uma decisão, caso os Estados Unidos não adiem a entrada em vigor da tarifa, prevista para a próxima sexta-feira (1º).
“Nós nos debruçamos sobre isso. Os cenários possíveis já são de conhecimento do presidente [Lula]. Ainda não tomamos nenhuma decisão, porque nem sabemos qual será a decisão dos Estados Unidos no dia 1º. O importante é que o presidente tem na mão os cenários todos que foram definidos pelos quatro ministérios”, declarou Haddad, que não adiantou detalhes sobre o plano de socorro.
Assim como nos EUA, o Comitê de Política Monetária (Copom) também inicia hoje sua reunião para decidir a taxa Selic. A previsão é que os juros continue em 15%, terminando assim o ciclo de alta de juros. A taxa atual é o maior patamar em quase 20 anos (julho de 2006), no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a 15,25% ao ano
No setor corporativo, a partir de agosto, os pacientes da rede pública poderão ser atendidos também por planos de saúde em todo o Brasil. A expectativa é que, neste primeiro momento, R$ 750 milhões em dívidas de ressarcimento ao SUS adquiridas pelas operadoras sejam convertidas em mais consultas, exames e cirurgias com foco em áreas estratégicas e conforme a demanda apresentada pelos estados. A medida, que faz parte do programa Agora Tem Especialistas, visa ampliar o atendimento e reduzir o tempo de espera na atenção especializada.
A Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, apresentou um lucro líquido de R$ 1,344 bilhão no segundo trimestre de 2025, alta de 10% na comparação com o mesmo período do ano passado. A companhia atribuiu o crescimento à evolução consistente do EBIT, que também cresceu 10,0% na comparação anual.
A Samsung irá fabricar chips de inteligência artificial para a Tesla, no Texas, sob um contrato multianual de US$ 16,5 bilhões um grande impulso para os negócios da fundição (foundry) da empresa nos Estados Unidos, que levou as ações da maior companhia da Coreia do Sul a dispararem. As informações são da agência de notícias Dow Jones.
A Auren Energia recebeu, nesta data, carta de renúncia apresentada pelo Diretor Mario Bertoncini, responsável pela Vice-Presidência de Clientes e Comercialização. A renúncia apresentada terá efeitos a partir de 7 de agosto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta segunda-feira, 28 de julho, da inauguração da Usina Termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ). O empreendimento, com investimento de R$ 7 bilhões, integra o maior complexo de geração de energia a gás natural da América Latina, com 3 gigawatts (GW) de capacidade instalada. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou do R$ 3,9 bilhões do aporte total.
O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, disse que não vê justificativa técnica, por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para postergar para 12 de agosto reunião sobre planejamento da Avaliação Pré-Operacional (APO) na Margem Equatorial, área do bloco FZA-M-59, no litoral do Amapá, onde a Petrobrás pretende realizar perfuração exploratória.
Emerson Lopes / Safras News
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