São Paulo -A Bolsa fechou em alta puxado pelo apetite ao risco global com os sinais de avanços de Donald Trump nos acordos comerciais. Das 87 ações da carteira teórica, apenas sete caíram com destaque apara a Weg.
O governo americano já fechou acordos com o Japão, Indonésia e Filipinas, e pode acertar com União Europeia.
A Weg (WEGE3) caiu 8,01%, após o balanço do 2T25. O lucro líquido da Weg cresceu 10,4% no segundo trimestre de 2025 para R$ 1,59 bilhão. O Ebtida expandiu para 6,5% para R$ 2,259 bilhões. O resultado foi divulgado hoje mais cedo.
O principal índice da B3 subiu 0,99%, aos 135.368,27 pontos. O giro financeiro foi de R$ 16,6 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta. Às 17h19 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em agosto tinha alta de 0,53%, aos 136.320 pontos.
Tiago Feitosa, fundador da T2 Educação, disse que o otimismo dos mercados globais com o avanço nos acordos tarifários reflete na nossa Bolsa.
“O mercado está reagindo positivamente aos sinais de Trump [fechou acordo com o Japão, Indonésia e Filipinas] com a possibilidade de fechar acordo com a União Europeia, o que abre expectativa para acertos com outros países. Nós estamos sujeitos a uma eventual tarifa de 50%, o que seria muito ruim para a gente, mas para eles também. Pode ter uma pressão nos preços nos EUA. Acredito que o Trump não deixaria de fazer um acordo com o Brasil unicamente por uma eventual prisão do Bolsonaro. A principal razão pela qual o Trump tem apertado contra o Brasil é o posicionamento do governo em relação à hegemonia do dólar [na Cúpula dos Líderes do Brics, o presidente Lula defendeu a criação de uma outra moeda para transações internacionais ao invés do dólar]. Hoje a maioria das ações sobe com entrada de capital na Bolsa, Vale andando de lado e Weg cai apor conta do resultado fraco”.
Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse a Bolsa sobe com a ajuda da Petrobras.
“O Ibovespa corrigiu bastante nos últimos dias, e esse fator técnico ajuda nessa alta. Além disso, a Petrobras e as small caps sobem favorecendo o índice, e ainda tem um risco global. A Vale está de lado. Ela caiu bem para os 133 mil pts e agora belisca os 135 mil pts. O Indice está mais de lado nessa faixa de preços entre 140 mil pts [quando atingiu o topo histórico], 134 mil e 135 mil pts. É um patamar que deve ser mantido enquanto novos gatilhos não são concretizados nem pra alta e nem para queda”.
Em relação à Vale, Faust disse que os dados operacionais da companhia vieram em linha com o esperado. “Um leve aumento na produção, leve queda nos preços médios de venda, o que acaba contrabalançando. Não vamos ver o papel fazendo grandes movimentos de alta a partir de agora porque tem os acordos feitos por conta da tragédia de Mariana, que vão ser pagos pra pagar. Com isso, não deve ter grandes recompras de ação, e isso limita bastante a capacidade de [a Vale] continuar subindo. O relatório de produção é bem fiel ao que será o resultado”.
Os dados operacionais da Vale mostraram que a produção de minério de ferro da Vale subiu 3,7% no 2T25 na comparação com o mesmo período do ano anterior, para 83,6 milhões de toneladas (Mt). A venda de minério de ferro caiu 3,1% no 2T25 totalizando 77,3 milhões de toneladas. As ações fecharam em queda de 0,13%.
No câmbio, o dólar comercial fechou em queda de ,79%, cotado a R$ 5,5227. A moeda refletiu tanto o acordo comercial entre Estados Unidos e Japão quanto um possível acordo da União Europeia com os norte-americanos.
Segundo o analista da Potenza Capital Bruno Komura, “o mercado ficou bem animado com as ultimas negociações, especialmente Japão e agora fica na expectativa de ter anuncio de acordo com a Europa”.
Komura acredita que após fechar um acordo com a União Europeia, o Brasil deve ter sua rodada de negociações com os Estados Unidos: “Dado que foi pouco tempo do anuncio, pode ser que tenha postergação”, avalia.
Para o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, existe expectativa com o tarifaço: “Parece que vai ter negociação, mas ainda não dá para cravar nada”, diz.
“Ontem, Trump informou acordo comercial com o Japão. Agora, o país asiático estará sujeito a uma tarifa de 15% sobre os produtos exportados ao mercado americano (vs 25% anteriormente). O Japão ainda se comprometeu a investir US$ 550 bilhões nos Estados Unidos nos próximos anos”, contextualiza a Ajax Asset.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam mistas, próximas ao zero. A sessão foi marcada pela agenda esvaziada, além de certa volatilidade.
Por volta das 16h37 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,945% de 14,945% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,230%, de 14,250%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,560%, de 13,555%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,490% de 13,470% na mesma comparação.
No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, após os últimos desdobramentos comerciais aumentarem o otimismo em Wall Street de que os Estados Unidos conseguirão fechar mais acordos antes do prazo final para novas tarifas.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +1,14%, 45.010,29 pontos
Nasdaq 100: +0,61%, 21.020,02 pontos
S&P 500: +0,78%, 6.358,91pontos
Paulo Holland e Darlan de Azevedo/ Safras News
