São Paulo – A Bolsa fechou em alta, oscilou entre a mínima de 133.367,36 pontos e a máxima de 134.864,53 pontos, conseguiu terminar na faixa dos 134 mil pontos, em um dia de maior apetite ao risco com a sinalização do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o Brasil seguirá negociando com os Estados Unidos a tarifa de 50% imposta sobre os produtos brasileiros. Os ganhos dos setores de mineração e siderurgia também ajudaram a impulsionar o índice.
Em entrevista à rádio na CBN, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que segue a negociação sobre as tarifas com os EUA. O Brasil não vai sair da mesa de negociação.
As ações da Vale (VALE3) e da CSN (CSNA3) subiram, respectivamente, 2,73% e 2,17%. As empresas de varejo caíram, com destaque o Pão de Açúcar (PCAR3), que perdeu 7,73%. Itaú (ITUB4) subiu 1,16%, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) caiu 1,97%.
O principal índice da B3 subiu 0,58%, aos 134.166,72 pontos. O giro financeiro foi de R$ 17,3 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos. Às 17h16 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em agosto tinha alta de 0,47%, aos 135.360 pontos.
Ubirajara Silva, gestor de renda variável, disse que a habilidade de Haddad com a questão das tarifas ajudou a Bolsa.
“Hoje o mercado estava esperando um caos na bolsa e dólar, mas o fato de o governo ter ficado mais quieto em relação aos EUA foi positivo. E o Haddad foi muito ágil para apagar o incêndio. O grande destaque são os setores de siderurgia e mineração, que sobem com a alta do minério de ferro”.
Para Renato Nobile, analista da Buena Vista Capital, a Bolsa está dando um respiro após as quedas recentes.
“O Ibovespa está subindo desde o início [do pregão], já vinha caindo desde os 141 mil pontos até os 133 mil pts, é um respiro natural. Com o dia favorável ao risco globalmente também ajuda. A fala do Haddad, hoje cedo, colaborou para não ampliar a tensão de uma resposta mais dura do Brasil [aos EUA], o poderia gerar mais venda e a Bolsa ter virado para negativo. As commodities metálica e o relatório Focus também ajudam o índice subir”.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,42%, cotado a R$ 5,5650. A moeda refletiu o bom humor global e as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mais cedo.
Segundo o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, Haddad ter sido categórico em dizer que o governo não pretende retaliar tanto empresas quanto cidadão estadunidenses faz com que o dólar perca força na primeira sessão da semana.
Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “o movimento global está tranquilo hoje. Sexta foi foi ruim para a gente”.
Borsoi explica que o fato de não ter ocorrido uma escalada do conflito comercial envolvendo Brasil e Estados Unidos, com declarações para colocar “panos quentes” na situação já tiram pressão da moeda.
Assim como o dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda. Embora as tarifas de Trump sigam no radar, a queda do dólar aliviou as taxas na primeira sessão da semana.
Por volta das 16h43 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,955% de 14,965% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,320%, de 14,365%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,660%, de 13,735%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,595% de 13,655% na mesma comparação.
No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, com o S&P atingindo pela primeira vez a marca de 6.300 pontos, impulsionado pelo otimismo com a temporada de balanços, que ofuscou os temores dos investidores sobre os últimos desdobramentos comerciais.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: -0,04%, 44.323,07 pontos
Nasdaq 100: +0,38%, 20.974,17 pontos
S&P 500: -0,01%, 6.305,60 pontos
Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Safras News

