São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. A semana termina com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizando a escalada de tarifas ao redor do mundo. O “alvo” da vez foi o Canadá, que deverá ser taxado em 35% a partir de 1 de agosto. Produtos que estiverem em conformidade com o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) estarão, por ora, isentos dessa nova tarifa, mas essa condição pode mudar conforme as negociações evoluam.
Antes disso, já havia uma tarifa de 25% sobre alguns produtos canadenses, e a elevação para 35% foi comunicada em carta ao primeiro-ministro canadense, Mark Carney, e divulgada nas redes sociais. As negociações entre os dois países buscavam reduzir tarifas antes do prazo de 21 de julho, mas a decisão de Trump trouxe incertezas para o acordo. O comércio com os Estados Unidos representa cerca de um quinto do PIB canadense, e a economia do Canadá vem sofrendo com a instabilidade causada pela incerteza nas políticas comerciais. A taxa de desemprego atingiu o maior nível em aproximadamente nove anos, desconsiderando o período da pandemia de Covid-19, e a demanda interna enfraqueceu.
No Brasil, após o anúncio de Trump sobre a taxação comercial de 50% sobre todos os produtos
brasileiros exportados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem, em entrevista ao
Jornal Nacional, da Rede Globo, que se não for encontrada uma solução para as taxações
anunciadas por Donald Trump ao Brasil até o próximo dia 1º de agosto, a Lei da Reciprocidade será
aplicada. Lula ressaltou que não toma decisão de cabeça quente e que, por isso, antes disso,
acionará a OMC (Organização Mundial do Comércio) para entender quais os melhores caminhos a
serem seguidos nessas tratativas. “Vamos nos reunir com todos os exportadores que poderão ser
afetados por essa medida para ver qual a situação deles para, a partir daí, fazer todo o processo
de negociação que precisa ser feito”, explicou o presidente.
Lula afirmou que o Brics, fórum que reúne grandes países do chamado Sul Global, seguirá
discutindo mecanismos mais autônomos para impulsionar as relações comerciais. “O Brics é um
fórum que ocupa metade da população mundial e quase 30% do PIB mundial. E 10 países do Brics
participam do G20 [incluindo o Brasil], onde o senhor Trump participa [pelos EUA]. Nós cansamos de
ser subordinados ao Norte. Queremos ter independência nas nossas políticas, queremos fazer
comércio mais livre e as coisas estão acontecendo de forma maravilhosa. Nós estamos discutindo,
inclusive, a possibilidade de ter uma moeda própria, ou quem sabe com as moedas de cada país a
gente fazer comércio sem precisar usar o dólar”, acrescentou Lula.
De acordo com o relatório de Monitor do Comércio Brasil-EUA da Amcham (Câmara Americana de
Comércio para o Brasil), com os dados consolidados do primeiro semestre de 2025, o superávit
comercial dos Estados Unidos em relação ao Brasil alcançou US$ 1,7 bilhão, um aumento de
aproximadamente 500% em comparação com o mesmo período de 2024. Apesar de a corrente de comércio
bilateral ter crescido 7,7% no período, totalizando US$ 41,7 bilhões, o segundo maior valor da
série histórica, “o levantamento aponta efeitos cada vez mais visíveis das tarifas sobre setores
estratégicos das exportações brasileiras”, apontou o documento.
Os investidores também ficam de olho nos dados do setor de Serviços de maio, que deve avançar
0,30% em relação a abril. No comparativo com o mesmo período de 2024, é projetada uma alta de
3,20%. As estimativas foram calculadas pelo Termômetro Safras. As previsões de cinco
instituições financeiras consultadas para o resultado mensal variam entre 0,00% e 0,70%, com a
média das projeções em 0,28%. Na comparação com maio do ano anterior, as previsões de cinco
“casas” consultadas variam entre 3,10% e 4,30% (média em 3,48%).
Hoje pela manhã foi divulgado o Boletim MacroFiscal da SPE (Secretaria de Política Econômica),
relatório bimestral publicado pelo Ministério da Fazenda. A expectativa para o PIB do segundo
trimestre é de desaceleração, para 0,6% na margem. Para 2025, a projeção de crescimento subiu
marginalmente, passando de 2,4% para 2,5%. Para o IPCA, a projeção foi revisada de 5,0% para 4,9%
em 2025. Segundo o Boletim, essas projeções ainda não consideram os impactos potenciais da
elevação na tarifa de importação dos EUA para o Brasil de 10% para 50%.
No setor corporativo, a Telefônica Brasil (Vivo) anuncia a aquisição da totalidade das ações de
emissão da Fibrasil Infraestrutura e Fibra Ótica S.A. (Fibrasil) detidas pelo Caisse de dépot et
placement du Québec (diretamente e por meio de sua subsidiária Fibre Brasil Participações),
representando 50% do capital social total da Fibrasil, mediante o investimento de R$ 850 milhões. A
operação está sujeita à aprovação do CADE e da Anatel, bem como, se aplicável, posterior
submissão da ratificação da transação à assembleia geral de acionistas da companhia.
A Direcional divulgou seus resultados operacionais do segundo trimestre de 2025 (2T25), com vendas
líquidas de R$ 1,7 bilhão (R$ 1,3 bilhão % Companhia), alta de 26% em relação ao primeiro
trimestre deste ano, e crescimento de 4% sobre o mesmo trimestre de
2024. No período, os produtos da marca Direcional representaram 59% do mix de vendas, enquanto os
produtos Riva responderam por 41%.
A diretora de assuntos institucionais do Instituto Aço Brasil, Cristina Yuan, avaliou nesta
quinta-feira (10) que a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de impor uma nova
tarifa de 50% sobre produtos brasileiros “inviabilizará a exportação de aço e alumínio”. Ela
discutiu o tema em reunião da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos
Deputados.
O conselho de administração do Santander Brasil, em reunião realizada nesta quinta-feira (10),
aprovou a proposta da diretoria executiva, ad referendum da assembleia a ser realizada em 2026, a
distribuição de juros sobre o capital próprio (JCP) no montante bruto de R$ 2 bilhões, ou
líquido de R$ 1,7 bilhão, após retenção de Imposto de Renda. O pagamento será realizado a
partir de 8 de agosto.
A LATAM registrou um crescimento expressivo de 15% na demanda de passageiros por voos domésticos no
Brasil (medida em RPK, sigla em inglês para Passageiros-Quilômetros Transportados) no segundo
trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Uma das razões do avanço
foi o aumento de 11% na oferta de assentos domésticos (ASK, sigla em inglês para
Assentos-Quilômetros Oferecidos) da empresa no país. O crescimento da demanda acima da ampliação
da oferta elevou a taxa de ocupação dos voos domésticos da LATAM Brasil em 2,8 pontos
percentuais, para 80%.
A TIM informou que a sua controladora TIM Brasil Serviços e Participações S.A. fará o resgate
antecipado facultativo da totalidade das debêntures em circulação da primeira emissão da
controladora, observada condição precedente. O procedimento será efetuado em 25 de julho.
A Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) do Senado vai promover na próxima segunda-feira (14),
em São Luís (MA), debate com especialistas e autoridades sobre os impactos da exploração de gás
e petróleo na Margem Equatorial brasileira. A audiência acontecerá na Assembleia Legislativa do
Estado do Maranhão (Alema) a partir das 14h, como parte de diligência externa da comissão
requerida (REQ 18/2025 – CDR) pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA). O evento vai reunir
representantes do setor energético, autoridades públicas e entidades da sociedade civil para
tratar dos desafios e das oportunidades envolvidos na exploração de petróleo e gás na região.
As exportações brasileiras de ovos (incluindo produtos in natura e processados) totalizaram 24.915
toneladas no primeiro semestre de 2025, conforme levantamento da Associação Brasileira de
Proteína Animal (ABPA). O volume é 192,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado,
com 8.518 toneladas embarcadas. A receita obtida com as exportações entre janeiro e junho
alcançou US$ 57,759 milhões, resultado 216,3% superior ao registrado no mesmo período de 2024,
com US$ 18,622 milhões.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quinta-feira (10) decreto que reduz as
alíquotas de IPI dos carros mais leves e econômicos, movidos a energia limpa e que atendam
requisitos de reciclabilidade e segurança. O decreto cria a modalidade de Carro Sustentável, no
qual veículos compactos com alta eficiência energética-ambiental e fabricados no Brasil terão o
IPI zerado.
Emerson Lopes / Safras News
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