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Bolsa fecha em queda com Brasil sendo alvo das tarifas de Trump; dólar sobe mais de 1%

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São Paulo -A Bolsa fechou em queda, perdeu quase 2 mil pontos, na contramão do exterior, reagindo às tarifas que o Donald Trump vai impor ao Brasil. O presidente americano deve anunciar até amanhã as tarifas que serão aplicadas aos produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. Das 87 ações da carteira teoria do Ibovespa, apenas oito subiram.

O Ibovespa operou todo o pregão em queda em um movimento de ajuste e intensificou as perdas após as declarações de Donald Trump.

As ações do Itaú (ITUB4) caíram 2,07%. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) perdeu 1,05% e 1,14%. Banco do Brasil (BBAS3) recuou 2,50%. Petrobras (PETR3 e PETR4) recuou 1,45% e 0,61%. Vale (VALE3) registrou perda de 0,98%.

A Braskem (BRKM5) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de 6,08% após a aprovação em regime de urgência, na Câmara, do projeto que cria programa de incentivos para a indústria química.

O principal índice da B3 perdeu 1,30%, aos 137.480,79 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto caiu 1,51%, aos 139.105 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,8 bilhões. Em Nova York, os índices fech1ram em alta. Bruno Komura, analista da Potenza Capital, disse que o Ibovespa cai em um movimento de ajuste e reflete as declarações de Trump sobre taxar o Brasil. Depois de o País ter sido menos tachado que outros países, em 10%, agora as tarifas são altas e “o Brasil pode ser taxado em 25%”.

Em relação à ata do Fed, Komura disse que o documento “não trouxe nada de novo. Os membros estão divergindo se cortam ou não [os juros] e o mercado continua apostando que a redução das taxas come em setembro”.

Para Jason Vieira, economista-chefe da Lev Asset Management, a ata do Fed mostrou que “o cenário é de manutenção da taxa nas próximas reuniões, com espaço para cortes apenas mediante melhora consistente dos indicadores de inflação, sem novos choques de preços vindos de tarifas ou do mercado de trabalho”.

Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que o Ibovespa passa por ajuste técnico, após vários pregões em alta.

“O Ibovespa está fazendo um ajuste técnico depois de uma sequência forte de alta, está em movimento de consolidação com ajuste setorial e retornando a região de lateralização entre 140 mil e 136 mil. A queda é marginalizada, papel de petróleo corrigindo um poco, à exceção da Braskem que sobe por possível negociação do ativo. Como é feriado aqui, o volume é mais fraco e sem grande fluxo de estrangeiro. Em dólar, a bolsa está operando bem abaixo dos emergentes. Estamos no modo espera, o Ibovespa tentou renovar máxima nos 141 mil pontos, mas não teve força ou gatilho para continuar esse movimento. O mercado vai aguardar a temporada de resultados, que começa em julho e intensifica em agosto, para estimar expectativa para o segundo semestre. Os bancos de investimento têm revisado projeção do Ibovespa para alta, talvez continue alimentando fluxo pra bolsa”.

Lourenço disse que m relação às tarifas de Trump, “se consolidar uma tarifa de 10% para os países do Brics vai afetar não só o Brasil, mas entra em um espiral, o que tende a gerar inflação nos EUA e diminui o crescimento da economia americana saindo fluxo de lá. No curto prazo pode gerar ruído, mas o Trump muda muito o discurso. Em relação à ata do Fed, as comunicações do Fed têm sido brandas, e esperamos que isso se mantenha”.

No câmbio, o dólar comercial fechou a R$ 5,5023 para venda, com valorização de 1,05%. Às 17h10, o dólar futuro para agosto tinha alta de 0,78% a R$ 5.529,000. O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de unidades, subia 0,01% a 97,53 pontos.

O dólar comercial acentuou a alta na parte da tarde, respondendo mal à declaração do presidente dos Estados Unidos que vai aplicar tarifas aos produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. A taxação deverá ser anunciada entre hoje e amanhã.

Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, creditou a valorização da moeda, principalmente, às novas ameaças tarifárias feitas pelo presidente Donald Trump, intensificando as preocupações do mercado com o comércio internacional. Trump confirmou que novas tarifas contra o Brasil, membro do Brics, serão anunciadas em breve, intensificando o temor local sobre o impacto na economia brasileira.

“Os aumentos das tensões comerciais voltam aos holofotes e contribuem para um movimento de aversão ao risco dos ativos locais, agravado pelo desempenho negativo do Ibovespa e reforçando o movimento defensivo do mercado cambial, em uma pregão com liquidez reduzida devido ao feriado em São Paulo”, completou.

Bruno Komura, analista da Potenza Capital, disse que o mercado piorou com as falas de Trump sobre taxar o Brasil. “A gente se beneficiou de ter apenas 10% de tarifa, mas as tarifas que estão sendo anunciadas agora são altas e provavelmente o Brasil vai ter tarifa elevada de 25%. Em relação ao impacto econômico, a gente pode retaliar [os EUA] e piorar a situação. Em termos políticos, [pode acirrar o embate entre Trump e o Brasil] e pode ter efeito parecido com o Canadá”.

As autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) divergiram em sua reunião de junho sobre o quão agressivamente estariam dispostas a cortar a taxa de juros, divididas entre preocupações com uma inflação impulsionada por tarifas e sinais de fraqueza no mercado de trabalho e força na economia, segundo a ata da reunião dos dias 17 e 18 de junho divulgada hoje.

O documento mostrou uma divisão crescente sobre como a política monetária deve seguir a pelos membros do Comitê Geral do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

A maioria dos participantes avaliou que alguma redução na faixa-alvo da taxa de juros do Fed ainda este ano provavelmente seria apropriada, afirma a ata, destacando que os dirigentes veem as pressões inflacionárias causadas pelas tarifas como potencialmente temporárias e modestas, enquanto o crescimento econômico e as contratações podem enfraquecer.

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, em uma apresentação na Câmara dos Deputados feita hoje mais cedo, disse que para resolver a questão dos juros altos determinados pelo Comitê de Política Monetária (Copom), não há uma solução única. “Não tem ‘bala de prata’ para se chegar a juros mais baixos. Precisamos de uma série de medidas. O tema do nível da taxa de juros no Brasil já é discutido há algumas décadas”, afirmou.

Ele disse que, mesmo com juros mais altos do que os dos países de economia similar à do Brasil, o país apresenta baixas taxas de desemprego, crescimento do PIB e maior nível de renda. “Isso sugere que os mecanismos de transmissão da política monetária não funcionem com a mesma fluidez no Brasil do que em outros países”, afirmou.

Diferentemente do câmbio, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda, praticamente estável, à espera do IPCA amanhã (10).

Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,920% de 14,920% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,160%, de 14,185%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,425%, de 13,440%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,320% de 13,325% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, enquanto a Nvidia atingiu um marco histórico e os investidores acompanharam as atualizações mais recentes sobre tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,49%, 44.458,30 pontos
Nasdaq 100:+0,95%, 20.611,34 pontos
S&P 500: +0,61%, 6.263,26 pontos

 

 

Dylan Della Pasqua e Daralan de Azevedo / Safras News

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