São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em estabilidade e as bolsas europeias em alta. O dia será marcado pela divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), realizada no mês passado. Na ocasião, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) manteve os juros na faixa de 4,25% e 4,5% ao ano. Foi a quarta decisão seguida de manutenção da taxa, que está inalterada desde dezembro do ano passado, quando interrompeu o ciclo de queda iniciado em setembro de 2024.
Após o anúncio, o presidente Fed, Jerome Powell, adotou um tom cauteloso ao comentar o cenário econômico dos Estados Unidos, reconhecendo que a inflação segue um pouco acima da meta e que as tarifas comerciais recentes têm contribuído para elevar as expectativas inflacionárias. “Evitar que a inflação se descontrole depende diretamente de manter as expectativas de inflação bem ancoradas”, ressaltou Powell, que destacou ainda que, neste momento, ainda não há segurança suficiente para iniciar um ciclo de cortes nos juros.
Sobre o mercado de trabalho, Powell afirmou que a relação entre oferta e demanda continua equilibrada, permitindo que a taxa de desemprego se mantenha em um nível razoável. Ele também reforçou que o mercado de trabalho, neste momento, não está exigindo um corte nos juros uma diferença importante em relação a setembro de 2024, quando o Fed optou por reduzir as taxas. Hoje, ao contrário daquela ocasião, a previsão para a inflação deste ano é de alta.
Uma nova pesquisa dos Bancos do Federal Reserve de Nova York e de San Francisco aponta que há quase uma chance em dez de que as taxas de juros retornem a zero nos próximos sete anos. A análise, publicada nesta semana, usa preços de derivativos de taxa de juros vinculados à Taxa de Financiamento Garantido Overnight (SOFR) para estimar como o mercado está enxergando o futuro das taxas. O estudo mostra que expectativas mais baixas para os juros e maior incerteza econômica aumentam a probabilidade de que o Fed fique sem espaço para novos cortes.
O risco de que os juros cheguem a zero é baixo nos próximos dois anos, cerca de 1%, mas aumenta gradualmente com o tempo, atingindo 9% até 2032. Esse nível é semelhante ao que os mercados precificavam em 2018, quando as taxas estavam em alta, mas a incerteza sobre o rumo da economia no longo prazo permanecia elevada. Atualmente, mesmo com os investidores esperando que os juros fiquem entre 3% e 4% nos próximos anos, o nível atual de volatilidade nas projeções econômicas mantém os riscos de médio prazo elevados.
Investidores também continuam de olho nos possíveis reflexos das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ontem, os EUA enviaram cartas aos líderes da Tunísia, Bósnia e Herzegovina, Indonésia, Bangladesh, Camboja, Tailândia e Sérvia, notificando-os sobre as tarifas que terão que pagar a partir de 1º de agosto, caso não fechem um acordo com seu governo.
Ontem, Trump afirmou que fará novos anúncios tarifários nesta quarta-feira, ampliando a ofensiva de seu governo contra países que exportam produtos para o território norte-americano. Segundo publicação na rede Truth Social, Trump antecipou que ao menos sete países serão mencionados pela manhã, com mais anúncios previstos para o período da tarde. A declaração ocorre um dia após o envio de cartas oficiais a 14 países, comunicando a imposição de tarifas recíprocas que entram em vigor em 1º de agosto. As taxas variam de 25% a 40% e atingem países como África do Sul, Bangladesh, Bósnia, Camboja, Cazaquistão, Coreia do Sul, Indonésia, Japão, Laos, Malásia, Mianmar, Sérvia, Tailândia e Tunísia.
Além da lista já oficializada, Trump voltou a ameaçar nesta semana a aplicação de uma tarifa adicional de 10% a países do grupo Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, India, China, África do Sul e, mais recentemente, por Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã).
Por aqui, o mercado fica atento à participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, às 10h, de audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Logo após a divulgação do Relatório de Política Monetária, há duas semanas, Galípolo afirmou as ações do BC para atingir a meta de inflação falam por si só, e que é fundamental entender os motivos da desancoragem para endereçar o problema da maneira mais eficiente possível. Ele reiterou que a instituição está absolutamente comprometida com a meta.
Para o diretor de política monetária, Diogo Guillen, embora o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 tenha sido revisto para cima (1,9% para 2,1%), as projeções de que a economia deve desacelerar no segundo semestre permanecem inalteradas, e que tal revisão se deve ao crescimento acima do esperado no primeiro trimestre. O diretor pontuou que já é possível observar uma desaceleração do emprego formal na Pnad, e que isso pode ser reflexo de uma flexibilização da reforma trabalhista de 2017.
Em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre em busca de uma saída para a crise do IOF. O encontro na noite da terça-feira (8) ocorreu a uma semana da audiência de conciliação convocada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. As informações são da CBN. A reunião na residência oficial da Câmara foi solicitada por Hugo Motta, que já vinha conversando com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que também participou do encontro. O gesto foi visto como um sinal positivo pelo governo, diante do acirramento da crise entre os Poderes após a derrubada do decreto de Lula no Congresso. Na saída, Haddad, Motta e Alcolumbre não falaram com a imprensa.
No setor corporativo, a SLC Agrícola informou o resultado da avaliação de terras 2025. As terras de propriedade da companhia foram avaliadas, pela consultoria independente Deloitte Touche Tohmatsu Ltda, em R$ 13,396 bilhões ante R$ 11,591 bilhões. O valor atual do hectare médio agricultável propriedade da Companhia corresponde à R$ 58.960. Para fins de comparação, considerando as aquisições realizadas em 2025, na base comparativa (2024) a valor de custo, foi atingido uma apreciação de 7,1% no portfólio total de terras.
O conselho de administração do Banco do Brasil reelegeu em 27 de junho, para o mandato 2025-2027, sua atual diretoria executiva, com posse em 3 de julho, informou a companhia, em comunicado ao mercado nesta terça-feira.
A Eletrobras convoca assembleia geral extraordinária, a ser realizada no dia 8 de agosto, às 14 horas, para eleição do membro titular do Conselho Fiscal indicado e a ser eleito exclusivamente pela União, conforme Termo de Conciliação, celebrado em 25 de março, entre a União e a companhia, e aprovado pelos acionistas na assembleia realizada em 29 de abril. O indicado da União, por intermédio do Ministério de Minas e Energia, para o cargo, é Denilvo Morais, que atualmente ocupa o cargo de Conselheiro de Administração da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
O tráfego total de veículos nas rodovias da Motiva (ex-CCR) registrou queda de 1,0% em junho, na comparação anual, para 80,8 milhões de veículos equivalentes, segundo boletim mensal de tráfego divulgado pela companhia. No primeiro semestre, o tráfego total de veículos avançou 2,4% em relação ao mesmo período de 2024, chegando a 499,9 milhões de veículos.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) informa que a indústria de fundos de investimento encerrou o primeiro semestre de 2025 com resgates líquidos de R$ 37,8 bilhões. O resultado representa uma reversão em relação ao mesmo período de 2024, quando houve captação líquida positiva de R$ 190 bilhões. Considerando os últimos cinco anos, o desempenho do semestre só foi melhor que o dos seis primeiros meses de 2023, quando as saídas líquidas somaram R$ 124,7 bilhões.
A PetroReconcavo informou os seus dados de produção e entrega referentes ao mês de junho de 2025, quando registrou 26,9 mil boe/dia, redução de 1,8% na comparação mensal. A produção média diária do mês passado foi impactada pela redução de 3,2% na produção total do Ativo Bahia em função, principalmente, da parada no campo de Cassarongongo por sete dias conforme Fatos Relevantes publicados nos dias 11 e 18 desse mês, disse a companhia.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cobrou ação rigorosa dos órgãos de fiscalização após estudo do Ministério de Minas e Energia (MME) que identificou aumento indevido no preço da gasolina em Minas Gerais e no Distrito Federal. O ofício encaminhado nesta terça-feira (8/07) demonstra que a redução de R$ 0,17 por litro anunciada pela Petrobras não foi repassada aos consumidores dessas regiões. Pelo contrário: os preços subiram, sem motivo razoável, segundo a pasta.
A Cyrela lançou 17 empreendimentos no segundo trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 2,864 bilhões, alta de 176% em relação aos R$ 1,036 bilhão lançados entre abril e junho do ano passado. No acumulado de janeiro a junho, a empresa lançou 35 projetos que somam R$ 6,248 bilhões, um aumento de 180% ante igual período de 2024.
A VLI , companhia de soluções logísticas que opera ferrovias, portos e terminais, irá iniciar sua primeira operação como Agente Transportador Ferroviário de Cargas (ATF-C), com o transporte de carga geral em composições próprias na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), concessão controlada pela Vale. A operação, autorizada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), será acompanhada pela agência reguladora e envolve o investimento de cerca de R$ 600 milhões na aquisição de locomotivas e vagões e adequações para o transporte, além da contratação de mais de 700 pessoas em Minas Gerais e no Espírito Santo.
Emerson Lopes / Safras News
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