São Paulo, 7 de julho de 2025 – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista a jornalistas nesta segunda-feira, disse que a venda do Polo Bahia ainda não foi apresentada oficialmente pela Petrobras, mas adiantou uma visão inicialmente contrária do governo em relação à privatizações na área de energia. Ele também reiterou o entendimento do governo em relação à independência da diretoria executiva da Petrobras em suas decisões.
Segundo o ministro, foi apenas uma declaração dada pela presidente da companhia, que deve ser apenas uma posição ainda inicial. “Quando chegar no conselho, os representantes do governo levarão proposta ao governo e aí, o governo, como acionista controlador vai tomar uma decisão. A visão que nós temos é que a privatização da refinaria da Bahia fez mal ao povo da Bahia e do Sergipe. O combustível está mais caro na região. A segurança no suprimento deve ser feita por uma empresa nacional”, comentou.
No último sábado (5), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a empresa está reavaliando sua operação no Polo Bahia, e que a possibilidade de venda do ativo voltou à prancheta da estatal recentemente, quando o preço do barril do petróleo começou a cair. A operação consiste em 28 blocos em terra, com produção de cerca de 9 mil barris por dia de petróleo – ou 12 mil barris de óleo equivalente, se incluído o gás natural. Segundo a CEO, “a produção em terra envolve esforço grande, às vezes o campo é menor que um poço do pré-sal. Quando o óleo está a US$ 100 o barril faz sentido (produzir em terra), não a US$ 65 o barril. Vamos decidir se Polo Bahia fica com a gente, se terceiriza a operação ou se repassa o ativo”, disse Magda após sair do Fórum Estratégico da Indústria Naval Brasil-China.
Em relação à fiscalização dos preços dos combustíveis, Silveira disse que o presidente Lula vem cobrando de forma reiterada para que as reduções nos preços dos combustíveis feitas pela Petrobras cheguem nas bombas dos postos distribuidores. “Estamos atuando de forma fiscalizatória, esse é o papel do governo para que a gente tenha realmente o resultado desse esforço que é feito nas políticas públicas para poder construir justiça tarifária no país.”
Em relação às discussões no fórum dos Brics, Silveira destacou a articulação de financiamento para a transição energética através do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do Brics, e a presença da presidente da instituição, Dilma Roussef, no evento, e que ela “está muito atenta a essa questão, é alguém que conhece muito do setor da transição energética”.
O ministro disse que o Brasil tem uma das legislações ambientais “mais modernas e mais rigorosas do mundo, para que se possa respeitar a sustentabilidade”. “Nós não podemos falar de transição energética sem falar dos minerais críticos, por exemplo, que o Brasil é riquíssimo neles. Litio, cobre, cobalto, níquel, é uma atividade econômica fundamental para a transição. energética. Então, o que nós temos que buscar é o equilíbrio entre a atividade econômica fundamental para que a gente desenvolva o país com, naturalmente, o mais vigoroso e rigoroso cumprimento da legislação.”
Silveira também considera que “o Brics tem um papel fundamental para o debate internacional em torno de problemas que são comuns a todos e que precisam ser resolvidos nesse debate. O presidente Lula lidera isso muito bem para poder, por exemplo, avançar na transição energética fazendo o melhor equilíbrio entre os países industrializados e ricos com os países do Sul Global.”
Ministro diz que governo pode judicializar impasse na energia e que preço dos combustíveis pode cair
São Paulo, 7 de julho de 2025 – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista à globonews nesta segunda-feira durante a cúpula dos Brics, realizada no Rio de Janeiro (RJ), ao ser questionado sobre os recentes embates do governo com o Congresso, reiterou sua defesa à “justiça tarifária” no país e ressaltou a participação de outras pastas, especialmente, em relação aos ‘jabutis’ do projeto das eólicas offshore e à insatisfação com a atuação do ministro na pasta.
“A energia é importante para geração de emprego e renda. Precisamos manter o pulso firme em relação ao custo da energia. Entendemos que alguns pontos das emendas parlamentares foram vetadas pelo governo, e quero destacar, com o parecer técnico do MME, com a participação do ministro Rui, da Casa Civil, em discussão ampla com a Fazenda, para impedir qualquer possibilidade de aumento excessivo da energia para o consumidor brasileiro. Infelizmente, os vetos foram derrubados e nós estamos no campo democrático, é natural que o governo busque seus instrumentos para impedir que isso se consolide”, comentou.
Em relação à judicialização da derrubada dos vetos, Silveira disse que a Casa Civil está analisando a questão. “Há uma proposta que foi feita pela ministra Gleisi antes da derrubada dos vetos, para que o MME estudasse possibilidades para que aquilo que estava no Congresso e tinha eminências de derrubada do veto, que era possível se adequar para buscar uma solução política. Infelizmente, isso não foi feito antes da derrubada dos vetos, ainda há possibilidade de isso ser feito por medida provisória para solucionar esse problema. Se isso não foi feito, outro caminho pode ser a judicialização. É uma decisão de governo, não é uma volta, não é uma decisão do ministro de Minas e Energia, mas é uma solução que não vai impactar a conta de energia do povo brasileiro”, disse.
O ministro também disse que considera “natural” que aconteça a disputa por cargos e ministérios no governo. “Eu me dispus a servir o governo do presidente Lula de forma muito desprendida. Eu me aposentei como delegado de polícia do meu estado, tenho uma carreira na iniciativa privada desde muito jovem, então, eu estou muito desapegado da minha vida nos cargos públicos”, comentou. “Mas estou pronto para ajudar o presidente Lula até o final.”
Em relação às críticas feitas pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva durante a cúpula dos Brics a seis empresas que são grandes poluidoras por utilização de combustíveis fósseis ao mesmo tempo em que o governo incentiva a exploração de petróleo no país, o ministro disse que “a questão do petróleo não é de oferta, é de demanda”.
“Enquanto o mundo demandar a necessidade dessa fonte fóssil, e nós queremos sair o mais rápido possível dessa fonte, é importante que o Brasil continue a pesquisar – até por que nós temos uma das maiores e mais seguras empresas de exploração em águas profundas, que é a Petrobras, e nós não podemos perder essa potencialidade. É isso que publicamente já defendeu o presidente Lula. É importante que a gente vá cada vez mais rápido na transição energética, mas ela tem que ser justa, inclusiva e equilibrada. Não podemos fazer um discurso ideologicamente correto, que é o fim dos combustíveis fósseis, ao preço da nossa economia nacional. O petróleo é uma realidade. Se deixarmos de produzir, vamos ser importadores.”
Silveira também disse que “hoje o mundo se protege, em relação ao suprimento, especialmente por conta de guerras” e que o Brasil é um grande produtor de petróleo, que é uma fonte de arrecadação importante para o governo federal, e que o petróleo nacional tem menos emissões em relação a outros países, como a Rússia.
E relação às oscilações no preço do petróleo, como recentemente por conta do conflito entre o Irã e Israel, o ministro de Minas e Energia disse que “assustam e podem impactar a economia do planeta”. “É por isso que é importante fóruns internacionais que o presidente Lula voltou a liderar”, “o que atrai mais investimentos para o Brasil”.
“Agora, a notícia é boa em relação ao petróleo, o Brent vem caindo, portanto, eu tenho até confiança de que vamos ter mais notícias boas. Vocês sabem como eu estou atento a esta questão de gasolina e diesel mais baratos no Brasil nos próximos dias se continuar a queda no preço do petróleo e do Brent internacionalmente.”
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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