A Opep+, a aliança de grandes produtores de petróleo que inclui Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes Unidos (EAU), Kuwait, Omã, Iraque, Cazaquistão e Argélia, está prestes a aprovar mais um aumento significativo na produção para setembro, finalizando o processo de reversão dos cortes voluntários que vigoraram nos últimos anos para sustentar os preços globais do petróleo.
O novo aumento previsto, de acordo com fontes ouvidas pela agência Reuters, é de aproximadamente 550 mil barris por dia (bpd) em setembro. Contando desde abril, o incremento acumulado chegará a 2,47 milhões de bpd, o que representa cerca de 2,5% da demanda global de petróleo.
O aumento envolve o retorno de 2,17 milhões de bpd ao mercado por parte dos oito membros citados, além de um acréscimo de 300 mil bpd especificamente dos EAU, que passam a operar sob uma nova cota ampliada. Após anos de cortes para sustentar o mercado, a Opep+ mudou de rumo em 2025, acelerando a devolução de barris ao mercado. Esse movimento foi impulsionado tanto pela busca de recuperação de participação de mercado quanto por pressão dos Estados Unidos, cujo presidente Donald Trump pediu mais produção para conter os preços da gasolina.
O processo de reversão começou em abril com um aumento de 138 mil bpd, seguido por incrementos de 411 mil bpd em maio, junho e julho. Em reunião recente, foi aprovado um aumento de 548 mil bpd para agosto, superando expectativas anteriores.
Espera-se a aprovação de mais 550 mil bpd em setembro, completando a devolução dos cortes voluntários e permitindo que os EAU atinjam sua nova cota de produção, próxima a 3,375 milhões de bpd. A Arábia Saudita deve voltar a operar perto de 10 milhões de bpd.
Os EAU vinham reivindicando uma cota maior, alegando investimentos robustos para elevar sua capacidade acima de 4 milhões de bpd. O acordo de junho de 2024 permitiu um aumento de 300 mil bpd, a ser implementado até setembro de 2025. Mudanças recentes no cronograma da Opep+ anteciparam esse processo, beneficiando diretamente os EAU.
Apesar do avanço no retorno da produção, a Opep+ mantém cortes separados de 3,66 milhões de bpd (sendo 1,66 milhão em cortes voluntários e cerca de 2 milhões distribuídos entre todos os membros), que permanecem em vigor até o final de 2026.

