São Paulo, 26 de junho de 2025 – A Pré-Sal Petróleo (PPSA) anunciou nesta quinta-feira que a arrecadação potencial gerada pelo leilão de sete lotes dos campos de Mero, Búzios, Itapu e Sépia foi de cerca de R$28 bilhões, R$3 bilhões acima do previsto pela estatal e em R$ 5 bilhões pelo governo federal. O 5º Leilão de Petróleo da União comercializou 74,5 milhões de barris de petróleo da União do pré-sal, com previsão de carregamento entre julho de 2025 e fevereiro de 2027, nos campos no pré-sal da Bacia de Santos.
Pietro Mendes, secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, destacou a arrecadação do leilão de R$ 28 bilhões. “Até ontem, acreditávamos numa arrecadação de R$ 25 bilhões. Mas para fins da LOA (Lei Orçamentária Anual), a previsão era de R$ 23 bilhões, então, com esse resultado, excedemos em R$ 5 bilhões, o que é fundamental para o Orçamento da União, e excedemos em R$ 3 bilhões o que esperávamos, com base nos números de ontem, fruto da competição e da maior participação”, destacou o secretário, em declaração ao final do leilão.
Em coletiva de imprensa realizada após o leilão, o diretor presidente da PPSA, Luis Fernando Paroli, considera que o leilão foi um sucesso e que a instabilidade internacional contribuiu para atrair compradores. “O leilão foi um grande sucesso. O Brasil se torna cada vez mais exemplo de credibilidade no mercado mundial”, disse o diretor presidente da PPSA, Luis Fernando Paroli, após o final do certame. “Foi o leilão com maior número de participantes e vencedores, melhores preços e batemos o recorde do ágio em relação aos lotes e de barris vendidos, sem dúvida foi um grande sucesso”, frisou.
“Sem dúvida nenhuma, por ser uma commodity internacional, as condições internacionais afetam o leilão. Mas temos que ficar bastante orgulhosos, por que em momentos de instabilidade, os investidores correm para ativos seguros. Neste momento, temos uma instabilidade no petróleo mundial e as pessoas estão correndo para o Brasil, porque entendem que o Brasil é seguro, respeita contratos e que os nossos leilões são justos e entregam competição e petróleo de qualidade”, argumentou.
Em coletiva de imprensa realizada após o leilão, o diretor presidente da PPSA disse que estimativa de arrecadação de mais de R$ 28 bilhões considera as cotações do Brent e do dólar de ontem (25) e que uma parte será arrecadada neste ano, e a maior, em torno de R$ 25 bilhões, ficará para o ano que vem. “Um pedaço ainda entra este ano, mas para o ano que vem em torno de R$ 25, 26 bilhões. Para o ano que vem, da mesma forma, a arrecadação prevista ficará para 2027, com esse aumento de um terço. Como tivemos R$ 28 bilhões, no ano que vem a expectativa é [arrecadar] R$ 37 bi, claro que, considerando o dólar e o Brent”, explicou.
O executivo afirmou ainda que a PPSA pretende ofertar cerca de 100 milhões de barris de petróleo em leilão em 2026, das mesmas áreas do leilão realizado este ano e, em menor parte, com a entrada de alguma área nova, e que a previsão é bater novos recordes anualmente. “Nossa perspectiva é de bater recordes ano a ano. Para o ano que vem, nossa estimativa é de vender um pouco mais de 100 milhões de barris, chegando a 2030 a alguma coisa em torno de uma carga por dia, ou 500 mil barris por dia em 2030. Isso seria, sem dúvida, uma grande vitória. Com esse resultado, em 2030, seríamos a segunda maior vendedora de petróleo do Brasil, atrás só da Petrobras”, comentou.
Paroli disse que o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), órgão ligado à Presidência da República, será um grande parceiro da PPSA no ano que vem. “Estaremos fazendo parte do PPI e estaremos juntos com a Casa Civil e os ministérios para poder transformar cada vez mais as nossas parcerias”, disse, em agradecimento ao diretor do PPI, João Henrique Nascimento, em declaração após o leilão.
O secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia ressaltou “a presença da Petrobras em todos os lotes, a junção da Petrochina com a refinaria de Mataripe, que teria parte do óleo arrematado provavelmente exportado e da Galp com a Exxonmobil, após convite da PPSA e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em uma missão internacional”.
Mendes também reforçou a visão do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de que o petróleo assegura a segurança energética do País e a importância de avançar em novas fronteiras petrolíferas e com a atividade de exploração e produção no Brasil. “Temos que trabalhar de forma conjunta segurança e transição energética. Não podemos abrir mão dos nossos recursos petrolíferos e temos que continuar a avançar em áreas de novas fronteiras e continuar a atividade petrolífera no Brasil. Por isso, dentro do escopo do ministério, temos que primar pela regularidade dos leilões de óleo da União e navios, para aumentar a produção, e previsibilidade, com mudança do preço de referência, passando a adotar o Brent datado”, disse.
“Acreditamos que o petróleo ainda terá muito espaço na nossa matriz energética, queremos avançar para novas fronteiras”, finalizou o secretário.
Petrobras arremata três lotes
A Petrobras arrematou hoje três lotes (1,4 e 7) da Pré-Sal Petróleo (PPSA) durante 5º Leilão de Petróleo da União, realizado na B3. O volume do lote 1 é de 14 milhões de barris de petróleo da União do campo de Mero, produzidos na plataforma FPSO Guanabara, no pré-sal da Bacia de Santos. A oferta da Petrobras foi de Brent datado com desconto de US$ 1,22 por barril, em relação ao valor mínimo de menos US$ 3,03 o barril.
Já o lote 4 tem volume de 15 milhões de barris de petróleo e 2,5 milhões de barris do campo de Mero, produzidos nas plataformas FPSO Alexandre Gusmão e FPSO Pioneiro de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. A oferta da Petrobras foi de Brent datado com desconto de US$ 1,54 por barril, em relação ao valor mínimo de menos US$ 3,03 o barril.
Por fim, a estatal arrematou o lote 7, com volume de 5 milhões de barris de petróleo do campo de Sépia. A oferta foi de Brent datado com desconto de US$ 1,69 por barril, em relação ao valor mínimo de menos US$ 4,13 o barril.
O consórcio Galp e Exxonmobil arrematou o lote 2, com volume de 14 milhões de barris de petróleo do campo de Mero, produzidos na plataforma FPSO Sepetiba, no pré-sal da Bacia de Santos. A oferta foi de Brent datado com desconto de US$ 1,35 por barril, em relação ao valor mínimo de menos US$ 3,03 o barril.
A Equinor Brasil arrematou o lote 3, com volume de 14 milhões de barris de petróleo do campo de Mero, produzidos na plataforma FPSO Duque de Caxias, no pré-sal da Bacia de Santos. A oferta da foi de Brent datado com desconto de US$ 1,11 por barril, em relação ao valor mínimo de menos US$ 3,03 o barril.
O consórcio Petrochina e Refinaria de Mataripe arrematou o lote 5, com volume de 3,5 milhões de barris de petróleo do campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A oferta foi de Brent datado com desconto de US$ 1,14 por barril, versus valor mínimo de menos US$ 3,23 o barril.
O consórcio Petrochina e Refinaria de Mataripe arrematou o lote 6, com volume de 6,5 milhões de barris de petróleo do campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos. A oferta foi de Brent datado com desconto de US$ 0,65 por barril, versus valor mínimo de menos US$ 2,73 dólares o barril.
Dez empresas foram habilitadas para participar do leilão. Entre as habilitadas, 8 empresas já atuam no regime de partilha do pré-sal, com exceção da Prio e da Refinaria de Mataripe (Acelen). Equinor e a ExxonMobil manifestaram pela primeira vez interesse na disputa. Serão leiloados 74,5 milhões de barris de petróleo da União dos campos de Mero, Búzios, Sépia e Itapu, e a previsão é que a arrecadação deve chegar a R$ 25 bilhões.
O leilão foi dividido em sete lotes, sendo quatro de Mero (três deles com quantidades estimadas de 14 milhões de barris e um de 17,5 milhões de barris), um de Búzios (3,5 milhões de barris), um de Itapu (6,5 milhões de barris) e um de Sépia (5 milhões de barris).
Na última terça-feira, 24, a empresa definiu os limites mínimos de preço, sendo os quatro lotes de Mero com Brent datado menos US$ 3,03/bbl. O lote 5, de Búzios , terá o Brent datado menos US$ 3,23/bbl. Itapu (Lote 6) foi fixado em Brent datado menos US$ 2,73/bbl. E o último lote, de Sépia, o Limite Mínimo de Preço será de Brent datado menos US$ 4,13/bbl.
As ofertas foram abertas em tempo real e, caso a diferença entre as propostas de preço das duas proponentes melhor classificadas para um determinado lote foi maior do que US$ 0,45/barril, a proponente melhor classificada foi imediatamente declarada vencedora. Nos casos em que foi menor ou igual a US$ 0,45/barril, teve início a fase viva-voz do leilão com a participação das empresas que apresentaram proposta nesse intervalo. Neste caso, os lances a viva-voz tinham que ser, obrigatoriamente, superiores à maior oferta apurada até aquele momento.
Com Emerson Lopes – Safras News
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