São Paulo -A Bolsa interrompeu a sequência de quatro quedas consecutivas e fechou em alta moderada limitada pela queda de Petrobras em dia de apetite ao risco global.
O mercado reagiu ao cessar-fogo entre Israel e Irã, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e falas do presidente do Fed, Jerome Powell, e de membros do banco central americano mais dovish. As ações do Itaú (ITUB4) avançaram.
A Petrobras (PETR3 e PETR4) caiu 2,09% e 1,96%. Itaú (ITUB4) subiu 1,88% e Indice Small Caps (SMLL) avançou 0,80%.
O principal índice da B3 subiu0,44 %, aos 137.164,61 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto registrou alta 0,29%, aos 139.575 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21,2 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam no positivo.
Ian Lopes, economista da Valor Investimentos, disse que a Bolsa tem um dia positivo Copom a trégua no Oriente Médio, ata do Copom e falas do Jerome Powell.
“A Bolsa reage ao desenrolar da guerra, com cessar-fogo entre Israel e Irã, além da ata do Copom em que o BC se mostra firme, dizendo que vai manter os juros altos o quanto for necessário e deixando claro que não vai reduzir a Selic esse ano. As falas do presidente do Fed e dirigentes corroboram para alguns cortes de juros esse ano”.
Para Ubirajara Silva, gestor de renda variável, a Bolsa sobe reflete um Powell mais dovish [ele disse que o corte de juros pode vir mais cedo que o esperado se o mercado de trabalho ficar mais fraco e a inflação ceder] que no dia da reunião do Fed; mas está tendo trade relativo com outros ativos, chegou o momento de comprar bolsa. O Ibovespa estava sofrendo mesmo com o dólar e DIs melhorando”.
Guilherme Petris, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que a ata reforçou um BC cauteloso.
“Apesar de as medianas das expectativas da inflação mostrarem um pouco de redução um pouco, no início do ano era [a projeção de] 5,5% e agora é de 5,3%, ainda é um patamar alto de inflação. É natural que o BC esteja mais cauteloso pra trazer esse controle inflacionário dentro da meta [de 3%]. A ata fala diz que podemos ficar com a Selic alta por mais tempo, e o mercado começa a precificar corte só a partir do segundo semestre de 2026. Com o cessar-fogo o mercado está corrigindo. Quando for efetivo [o cessar-fogo] e tudo se acalmar, vamos ter mais dados para avaliar a questão dos juros, eventualmente falar de uma queda lá fora e aqui. Lá fora, a economia americana resiliente e inflação persistente. Apesar de tom mais duro do Powell, vários dirigentes falam em queda de juros até o final do ano, o que corrobora para trazer alívio ao mercado. Teve correção forte no Ibovespa. O mercado está aproveitando para subir um pouco, se recuperando do tarifaço em abril”.
Em relação à ata do Copom, Luis Otávio Leal, sócio e economista chefe da G5 Partners, disse que “a ata trouxe algumas mudanças pontuais com relação à anterior, como uma preocupação com a política fiscal americana, uma esperança com relação as discussões de reduções nos gastos tributários e alguma surpresa positiva com a inflação de curto prazo. As linhas gerais do comunicado da reunião foram mantidas, ou seja, esperar para ver o que acontece, subir os juros se necessário, mas com a estratégia principal sendo a de manter os juros em 15,00% a.a. “por um período prolongado de tempo”. Por isso mantemos a nossa expectativa de que os juros comecem a ser reduzidos na primeira reunião de 2026, fechando o ano que vem em 12,50% aa”.
No câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,26%, cotado a R$ 5,5189. A moeda refletiu, ao longo da sessão. certo otimismo com um possível cessar-fogo entre Israel e Irã. O fluxo estrangeiro, contudo, segue intenso.
Segundo o head de renda variável da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno, a reação do mercado foi positiva ao iminente-cessar fogo no Oriente Médio, refletindo especialmente na Bolsa.
Para o analista da Potenza Capital Bruno Komura, no curto prazo é possível ver até um movimento mais “exacerbado” do dólar, se consolidando na faixa dos R$ 5,40, mas que para romper este patamar seria necessário a entrada de mais investidores.
Diferentemente do dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda. A sessão foi marcada pela divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Por volta das 16h44 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,940% de 14,955% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,200%, de 14,255%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,455%, de 13,535%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,335% de 13,375% na mesma comparação.
No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, com os investidores apostando que a delicada trégua entre Israel e Irã vai se manter.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +1,19%, 43.089,02 pontos
Nasdaq 100: +1,43%, 19.912,53 pontos
S&P 500: +1,11%, 6.092,18 pontos
Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safras News

