São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em queda e as bolsas europeias em alta. A semana termina com a guerra entre Israel e Irã ainda impactando as decisões dos investidores. Ontem, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomará uma decisão sobre o envolvimento do país no conflito nas próximas duas semanas. “Com base no fato de que há uma chance significativa de negociações que podem ou não acontecer com o Irã em um futuro próximo, tomarei minha decisão
sobre como proceder nas próximas duas semanas”, disse Leavitt, citando as palavras de Trump.
Hoje, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, declarou que as discussões com as potências europeias em Genebra se concentrarão exclusivamente em duas agendas: o programa nuclear iraniano e questões regionais. Em entrevista à televisão estatal iraniana, o chanceler foi enfático ao afirmar que o programa de mísseis balísticos do país “não está em discussão” e não será negociado.
Além da indefinição dos EUA entrarem ou não no conflito, a semana trouxe a precificada decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que manteve a taxa de juros no patamar de 4,25% e 4,5%, em decisão unânime. Para os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), embora as oscilações nas exportações líquidas tenham afetado os dados, indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir a um ritmo sólido.
Após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, falou ao jornalistas e adotou um tom cauteloso ao comentar o cenário econômico dos Estados Unidos, reconhecendo que a inflação segue um pouco acima da meta e que as tarifas comerciais recentes têm contribuído para elevar as expectativas inflacionárias. Apesar disso, Powell destacou que a atual postura de política monetária deixa o Fed bem posicionado para lidar com os riscos. “A política de juros está num bom lugar. Estamos prontos para reagir conforme os desenvolvimentos econômicos se desenrolarem”, disse ele.
As autoridades do Fed elevaram as previsões para a inflação e desemprego do país este ano e no próximo, ao mesmo tempo em que reduziram as estimativas para o crescimento. A previsão para a inflação dos Estados Unidos medida pelo índice de preços para os gastos pessoais (PCE) em 2025 foi revisada de 2,7% para 3,0%. Para 2026, a previsão passou 2,2% para 2,4%, e para 2027 houve alta de 2,0% para 2,1%. No longo prazo, o Fed manteve a previsão inalterada em 2,0%.
No caso da taxa de desemprego, o Fed prevê leituras de 4,5% para 2025 e 2026 e 4,4% em 2027. Em março, estas previsões eram de 4,4%, 4,3% e 4,3%, respectivamente. Para o longo prazo, a estimativa ficou inalterada em 4,3%. O comitê indicou, por meio do amplamente observado gráfico de pontos, que duas reduções até o fim de 2025 ainda estão no radar. No entanto, foi retirada uma redução prevista tanto para 2026 quanto para 2027, o que coloca a projeção total de cortes futuros em quatro, Ou um ponto percentual completo.
Por aqui, após o feriado, investidores ainda repercutem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em subir os juros em 0,25 ponto percentual, elevando a Selic para 15% ao ano. Em seu comunicado, o Copom afirmou que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, explicou.
Além disse, o documento ressaltou que, em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipou uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, destacou que aas projeções condicionais de inflação, o BC adotou um tom duro, elevando o IPCA de 2025 por conta dos administrados, de 4,8% para 4,9%, e mantendo a projeção de 2026 em 3,6%. Os valores surpreendem frente à expectativa de que o BC apresentaria projeções mais brandas. “No final das contas, nossa perspectiva é de que o BC manterá o juro em 15% até meados do ano que vem. De maneira análoga, seguiremos vigilantes à comunicação do BC, que, apesar de ter sido duríssima nesta reunião, interrompeu o ciclo de alta. Ou seja, se fosse tão duro assim, não teria parado de subir o juro”, concluiu a Ativa.
No setor corporativo, o Bradesco informou que seu conselho de administração aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio intermediários, no valor total de R$ 3 bilhões, sendo R$0,270146729 por ação ordinária e R$0,297161402 por ação preferencial.
O conselho de administração da Eletrobras aprovou a realização, pela controlada Eletronorte, de uma emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, com garantia adicional fidejussória, em até três séries, no valor total de R$ 2 bilhões, com vencimento em 15 de julho de 2032 (1a e 2a séries) e em 15 de julho de 2035 (3a série), as quais contarão com o incentivo fiscal previsto na Lei 12.431/2011.
A Klabin realizou o pagamento antecipado de nota de crédito à exportação, com vencimento original em 2028, no valor de US$ 150 milhões.
A Marfrig informou que foi aprovada, por deliberação da unanimidade dos acionistas presentes, a suspensão da assembleia geral extraordinária da Marfrig realizada na presente data.
A Nestlé Brasil anunciou um novo ciclo de investimentos no país, no valor de R$ 7 bilhões entre 2025 e 2028. O novo aporte será direcionado à modernização industrial, inovação em categorias estratégicas, avanços em sustentabilidade e ampliação de capacidades produtivas, acompanhando o forte crescimento da companhia no país.
A Usiminas informou que sua subsidiária integral, Usiminas International S.à r.l, enviou notificação irrevogável da sua intenção de resgatar, em 18 de julho, o valor remanescente de todos os seus Notes em circulação com vencimento em 2026, pelo preço de resgate, equivalente à 100% do valor principal dos papéis a serem resgatadas. Não haverá acréscimo de juros até a data de resgate (que também corresponde a uma data de pagamento de juros).
Em maio, a atividade do varejo físico brasileiro avançou 0,2% em relação a abril, segundo o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian. O crescimento foi impulsionado principalmente pelo setor de Veículos, Motos e Peças, que teve alta de 2,8%, seguido por Tecidos, Vestuário, Calçados e Acessórios (1,6%). Já o segmento de Material de Construção foi o único a apresentar retração no mês, com queda de 1,7%.
Emerson Lopes / Safras News
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