São Paulo, 30 de maio de 2025 – A agência de classificação de risco Moody’s alterou hoje a perspectiva do rating soberano do governo brasileiro para estável, de positiva e afirmou a classificação de emissor de longo prazo em moeda local e estrangeira e ratings de títulos seniores sem garantia em Ba1, o rating sênior sem garantia também foi afirmado em (P)Ba1.
“A mudança da perspectiva para estável reflete uma redução gradual dos riscos de crédito ascendentes à luz de uma deterioração pronunciada na acessibilidade da dívida e de um progresso mais lento do que o esperado na abordagem da rigidez da despesa e na construção de credibilidade em torno da política orçamentária, apesar da adesão às metas do saldo primário. A capacidade do governo para reduzir materialmente as vulnerabilidades fiscais e estabilizar o peso da dívida no curto prazo continua limitada pela rigidez da despesa e pelo aumento dos custos dos empréstimos. Esses desafios compensam o investimento positivo e o potencial de crescimento do PIB e a continuação das reformas econômicas que apoiam amplamente a qualidade do crédito do Brasil. Em Ba1, avaliamos agora que os riscos de crédito estão equilibrados”, explicou a agência, em nota.
A Moody’s disse que a afirmação do rating do Brasil em Ba1 “reflete o crescimento sólido e sustentado da grande e diversificada economia do país, um histórico comprovado de implementação de reformas ao longo de sucessivas administrações e vulnerabilidade limitada a choques externos dada uma forte posição externa. Estas forças de crédito são equilibradas com o elevado e crescente peso da dívida, pagamentos de juros elevados e uma estrutura de despesas rígida que limita a capacidade do governo de responder a choques.”
Os tetos-país do Brasil permanecem inalterados. “O teto do país em moeda local está posicionado quatro níveis acima da classificação soberana em A3, refletindo a estabilidade externa e o risco político moderado, em comparação com a presença relativamente grande do governo na economia. O limite máximo do país em moeda estrangeira é Baa1, um degrau abaixo do limite máximo do país em moeda local, refletindo grandes reservas cambiais, o que reduz o risco de restrições à transferência e à convertibilidade em tempos de tensão, e uma conta de capital aberta, equilibrada contra a volatilidade da taxa de câmbio e algumas restrições aos fluxos de capitais de curto prazo”, disse a agência.
Ministério da Fazenda comenta o rebaixamento
A agência de classificação de riscos Moodys manteve a nota de crédito soberano do Brasil em Ba1, alterando a perspectiva do rating de positiva para estável. “A esse respeito, o Ministério da Fazenda reafirma seu compromisso com a melhoria contínua dos resultados fiscais e com o aprofundamento do processo de reformas estruturais, essenciais para garantir o maior crescimento econômico de longo prazo e assegurar o equilíbrio das contas
públicas”, comentou a pasta, em nota.
“Esse processo tem ocorrido e continuará ocorrendo por meio do trabalho conjunto entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional, que demonstraram eficácia ao aprovar diversas medidas relevantes, incluindo uma ampla reforma tributária”, disse a Fazenda.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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