O membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) Olli Rehn afirmou que o crescimento econômico da zona do euro já está sendo afetado pela guerra comercial do governo Trump, mas o esperado aumento nos gastos com defesa no bloco pode ajudar a sustentar o crescimento no médio prazo. A economia da zona do euro tem estagnado nos últimos dois anos, e há evidências de que o temor de uma guerra comercial total com os EUA tem desacelerado investimentos corporativos e mantido os consumidores cautelosos. Além disso, a redução do apoio dos EUA à Ucrânia aumenta a pressão sobre a Europa, que se comprometeu a financiar grande parte da defesa ucraniana contra a Rússia.
Rehn destacou que, embora a situação de segurança na Europa seja preocupante, o aumento previsto nos gastos com defesa e investimentos relacionados deve apoiar o crescimento do PIB no médio prazo. Esse impulso é particularmente importante, já que o cenário econômico já era desafiador antes das medidas comerciais dos EUA. Ele ressaltou que as tarifas americanas e a incerteza gerada estão prejudicando o crescimento econômico da zona do euro no curto prazo. No entanto, os cortes de juros realizados pelo BCE desde junho do ano passado criaram um espaço de manobra para famílias e empresas, embora Rehn tenha evitado prometer novos cortes, dada a incerteza do cenário atual.
Rehn observou que a inflação na zona do euro está se estabilizando na meta de 2% do BCE, seguindo as projeções do banco. Ele destacou que os riscos para a inflação são bilaterais, ou seja, podem vir tanto de pressões de alta quanto de baixa. As projeções do BCE incluem a possibilidade de mais cortes de juros este ano, desde que a economia e a inflação evoluam conforme o esperado. Apesar disso, Rehn manteve cautela, enfatizando a necessidade de flexibilidade diante de um cenário global ainda incerto.

